Centro de Proteção Ambiental de Balbina
Por: Luciano Ribeiro Marques • 15/7/2024 • Pesquisas Acadêmicas • 464 Palavras (2 Páginas) • 61 Visualizações
No Centro de Proteção Ambiental de Balbina, Porto aplica seus princípios arquitetônicos demonstrando uma preocupação significativa com o conforto do usuário e a utilização de materiais e técnicas locais. Na hierarquização das categorias tipológicas, o Técnico-construtivo sobressai como a principal força do projeto. Esta categoria se revela como um elemento essencial, refletindo a própria concepção arquitetônica de Porto. A presença dessa categoria é perceptível tanto visual quanto cinestesicamente, por meio das estruturas e das soluções de conforto amplamente difundidas e empregadas por Severiano. O projeto incorpora diversos artifícios e técnicas da cultura local, reforçando os ideais do fazer regional, defendidos pelo arquiteto.
Logo a seguir, em um nível comparável de importância dentro do projeto, porém um pouco menos expressiva, a categoria de edifício-entorno se destaca como um aspecto primordial. Isso se deve, em grande parte, à preocupação do arquiteto em desenvolver soluções para integrar a obra com o lugar em que ela foi implantada. Essa integração consolida-se como um aspecto marcante e significativo da obra, não somente pela valorização do contexto ambiental e cultural, mas também pela sustentabilidade e eficiência energética, obtidas pelas técnicas empregadas.
Por fim, mas não menos importante, aparecem em ordem de maior força, o estético-formal e o programático-funcional. O primeiro, se destaca pela identidade do projeto, adquirida pela cobertura única e imponente que apresenta-se em toda sua extensão. Essa característica, está muito associada com o técnico-construtivo, pois sua forma surge por conta da técnica utilizada para a construção do elemento. O último surge com menos força do que os demais, não por ausência de qualidade ou de características que o coloquem como de maior força, mas justamente por seus atributos serem de menor impacto no conjunto da obra.
Nas obras de Severiano Mário Porto, é frequente a presença de características que ele procurava integrar em seus projetos. Entre essas características, destacam-se o uso de materiais locais, ventilação e iluminação natural, integração com o meio ambiente, soluções bioclimáticas, valorização cultural e, sobretudo, sustentabilidade.
Na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), por exemplo, Porto utilizou cúpulas de concreto armado para promover a ventilação natural e reduzir a dependência de sistemas de ar condicionado. Além disso, ele empregou materiais locais na construção, harmonizando o edifício com o ambiente amazônico. Essa abordagem é refletida em outras obras suas, como na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), onde a preocupação com a ventilação e a iluminação naturais se alia ao uso de madeira local e a técnicas construtivas que respeitam o meio ambiente.
Porto não apenas criou edifícios funcionais e esteticamente agradáveis, como também deixou um legado significativo na arquitetura brasileira, especialmente na Amazônia. Sua capacidade de integrar inovações técnicas com respeito pelas tradições culturais locais e pelo meio ambiente faz com que suas obras sejam testemunhos de uma abordagem arquitetônica que equilibra funcionalidade, estética e sustentabilidade.
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