DESENVOLVIMENTO URBANO DE BAIXO PARA CIMA

DESENVOLVIMENTO URBANO DE BAIXO PARA CIMA^[1]

João Gabriel Barros, Camila Fernandes, Suzana Bastos e Priscylla Cardoso ^[2]

Andrea Jane Leandro Câmara ^[3]

1. CONTEXTUALIZAÇÃO

A explosão urbana dos últimos anos, devido ao crescimento econômico, produziu grande marginalização, gerando assim muitas favelas em várias partes do mundo. É presenciado na morfologia urbana de grandes cidades áreas ricas cercadas por zonas de pobreza. O processo de urbanização denominado por Teddy Cruz como “de cima para baixo” gerou essa desigualdade socioeconômica. As instituições públicas e privadas de maior poder político acabam por não desafiar a urbanização para realmente melhorar física e socialmente a cidade, pois as mesmas utilizam um sistema lucrativo de cidades consumistas, que favorece apenas as próprias instituições.

Teddy Cruz explana sobre o caso da fronteira entre Estados Unidos e México, tendo como principal ponto de estudo as cidade de San Diego e Tijuana. Teddy afirma que favelas de Tijuana podem ensinar muito sobre o uso e reaproveitamento de materiais e espaços, no que se refere à sustentabilidade socioeconômica. Tendo denominado esse conceito sociológico como processo de urbanização “de baixo para cima”.

2 EXPLIFICAÇÕES

As favelas de Tijuana são abastecidas com o lixo de San Diego, proveniente da construção civil, eliminado por construtoras. Existem residências inteiras que cruzam a fronteira da Califórnia para Tijuana. Estas são postas em cima de estruturas de aço, deixando o primeiro pavimento livre para outros tipos de uso como ampliação da casa original ou comércio. Assim pode-se observar a criatividade no aproveitamento de material e espaço que, para população de Tijuana, é escasso.

Os pneus podem ser usados para formar um muro de retenção, tendo a população de Tijuana encontrado uma forma eficiente e criativa de executar essa função. As portas de garagem trazidas de San Diego acabam se tornando o sistema de vedação de moradias nas favelas da periferia de Tijuana. De acordo com Teddy Cruz, essa organização informal não é só imagem de pobreza. O informal se torna um misto de procedimentos socioeconômicos e políticos que pode ser aproveitado por arquitetos e urbanistas. Sendo, portanto, um processo de urbanização de baixo para cima.

Observando o âmbito brasileiro, temos o exemplo de um processo completamente expansivo, visto que é uma população que cresce e se multiplica constantemente, onde podemos observar as grandes favelas no Rio de Janeiro que tomam conta de morros inteiros se encaixando na cidade e se tornando uma característica marcante da paisagem urbana local. Ao se ''chocarem'' na cidade, desencadeiam uma série de sistemas construtivos informais devido à necessidade de aumento dessas casas, seja para cima, ou fazendo subdivisões para encaixar novas famílias.

Teddy, portanto, defende que se deve pensar na urbanização como um processo ligado diretamente à cidadania e no socioeconômico da população como um todo, e não pensar na cidade como uma grande área separatista socioeconomicamente.

3 CONCLUSÃO

Foi citada por Teddy Cruz em uma de suas palestras, a reivindicação de um espaço público, sem uso aparente, por um grupo de adolescentes. Onde os mesmos iriam executar a construção de uma área para a utilização do skate. Esse ato de transgressão informal é o que se chama de ‘baixo para cima’, algo que realmente começou a crescer em diversas cidades do mundo para transformar a politica de ‘cima para baixo’. Demonstrando assim a iniciativa da população para transformar seu espaço urbano de acordo com suas próprias e reais necessidades.