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Greenwashing: Denuncia um mercado de venda de selos e critica caráter artesanal da produção na construção

Por:   •  5/3/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.561 Palavras (7 Páginas)  •  250 Visualizações

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Disciplina: Industrialização da Construção

6º Período

Docente: Dado de Andrade

Acadêmicos: Gabriel Farias, Matheus Koch, Reinaldo Neto

AC5- RESENHA CRÍTICA (QUASE INSUSTENTÁVEL)

MOACIR, Vanderley. Quase Insustentável: Pesquisador alerta para o greenwashing, denuncia um mercado de venda de selos e critica caráter artesanal da produção na construção [Editorial]. Techne, v.1, n.162, p. 22-26, set, 2010.

  1. CREDENCIAIS DO AUTOR

Vanderley Moacyr John é engenheiro civil, formado na Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) em 1982, tornou-se professor da universidade entre 1986 e 1988, no Departamento de Obras Civis. Entre 1988 e 1995, foi pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo). No ano seguinte, começou a dar aulas na Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), onde leciona até hoje como livre-docente. Sua tese tratou da reciclagem de resíduos na construção civil. Vanderley concluiu pós-doutorado em 2001 no Royal Institute of Technology (KTH-Suécia). Já foi presidente e vice-presidente da Antac (Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído), além de diretor-secretário do CB-02.

  1. RESUMO DA OBRA

A entrevista feita com o engenheiro representa uma visão crítica em relação aos modelos de praticar/representar sustentabilidade no que se diz respeito à construção civil no Brasil. Em sua parte introdutória constam algumas observações em relação à busca pelos selos que se pregam sustentáveis e principalmente ao modo de construir e o que construir em uma edificação para representar isto, a indagação feita pelo autor é de que seria esse o melhor caminho para poupar nosso planeta de “catástrofes ambientais, sociais e econômicas?”

Uma série de vinte e sete perguntas são feitas pelo entrevistador (revista Techne), onde as mesmas tendem na ordem de leitura introduzir ao leitor onde se encontram os principais problemas na representação ambiental, social, e econômica de um modelo sustentável; em seguida trata-se de alguns problemas que aparecem na construção civil brasileira que não são reconhecidos pelos modelos de gestão atual ou pelas empresas que “conquistam” o selo sustentável (independente de qual selo se refere), onde o “greenwashing” se faz mais presente, em alguns casos corroborando com comparativos ligados aos Estados Unidos e Alemanha; outro ponto abordado posteriormente são os requisitos e avaliação do que realmente é necessário para uma empresa ser “rotulada” de sustentável, será que a fiscalização e as características dos fornecedores de materiais para a construção está sendo observada com olhos nacionais?! Ou simplesmente a base de dados que importamos dos Estados Unidos é o ponto referencial em um país em desenvolvimento cujas características não se comparam com um país de primeiro mundo?!

Os questionamentos continuam abrangendo uma série de “rótulos” que nós brasileiros conhecemos como produtos eco, sustentáveis, ambientais, etc, de uma forma crítica e representando realmente o que estes produtos e empresas possuem como perspectiva final após a adesão de um selo ou de um produto específico que se diz a caminho de um planeta mais “sustentável.” O principal objetivo é mostrar a sociedade o quão “ambientalista” você é?! Ou é influenciar aos observadores da nova adesão que temos uma necessidade de um modelo de gestão que se preocupe com a construção civil nacional?! Hoje o que conhecemos como sustentável foi realmente avaliado nos três fatores geradores da sustentabilidade?!

Por fim a sequência de perguntas termina de forma específica, questionando a importação e exportação de materiais cuja finalidade principal é servir como ponto referencial em uma construção sustentável, trazendo à tona o grande passo que as indústrias e os setores de construção brasileira precisam dar para realizar uma base de dados mais próxima da realidade do Brasil, influenciando positivamente os novos modelos de selos e de produtos que atendem o setor ambiental, civil e econômico com pelo menos influência de políticas públicas e não de políticas assistencialistas.

  1. CONCLUSÃO DO AUTOR

Segundo o engenheiro Vanderley Moacyr John, o Brasil sofre de certa forma uma enganação sustentável, demonstrando cada vez mais o interesse econômico das grandes empresas e produtos nacionais ao invés de um interesse ambiental, social e econômico em conjunto. Um dos princípios dos problemas em relação à sustentabilidade e gestão de obras em âmbito nacional é a falta de gestão pública no que se diz respeito à construção civil, e principalmente um défice elevado na base de dados de produtos importados e produzidos em território nacional.

Segundo o entrevistado não existe prova de que um selo melhore o mercado (internacional e nacional), o que melhoraria a situação é atender à maior parcela de construções no Brasil e não somente as grandes empresas, que hoje são minoria em âmbito nacional. É importante também que os problemas deixem de ser tratados em escala mundial e comecem a ser vistos em escala nacional, nada se resolve partindo do princípio de que a resolução do problema em um país desenvolvido e em outro em desenvolvimento é a mesma.

A preparação de bons profissionais para o mercado sustentável hoje começa na melhoria das Universidades Brasileiras, não é depois da formação que os arquitetos e engenheiros do Brasil precisam aprender sobre uma gestão de obra adequada, sobre diminuição de resíduos em canteiros de obras, sobre os resultados negativos que uma pesquisa elaborada de forma superficial causa nas referências aos produtos sustentáveis no olhar dos leigos (sociedade); a atualização profissional deveria ser mais cobrada, “...nos Estados Unidos, quem quiser manter seu “Crea” tem que comprovar a participação em cursos e o cumprimento de uma carga horária mínima. É dever continuar se atualizando. Este conceito não existe no Brasil.”

A comparação internacional e nacional de que o consumo médio energético de uma edificação que possui certificação sustentável é semelhante à outra que não possui, só comprova que a avaliação do que realmente faz parte do viés sustentável não é o que os programas e selos de construções sustentáveis pregam e cobram atualmente, cada material deveria ter uma aplicação na qual ele seria mais ecoeficiente, corroborando custo e desempenho ambiental, adotando o critério de “ecoeficiência” na construção civil (dinheiro x impacto ambiental).

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