Levantamento
Por: Hiury Ribeiro • 17/10/2015 • Abstract • 495 Palavras (2 Páginas) • 274 Visualizações
Universidade Federal do Tocantins
Arquitetura e Urbanismo
Estudos Ambientais.
Prof: Olivia Maia.
Aluno: Hiury Ribeiro
O conceito de natureza não é natural
A definição do que vem a ser natureza é criada por convenções socioculturais, e é norteada pelo sistema de produção econômico vigente. O homem se colocou num lugar em que ele não se encaixa mais como parte de um todo, como parte da natureza, a natureza é a oposição à cultura e a sociedade. Transformando a natureza em algo a ser “controlado” ou “dominado”.
Dessa forma, o meio ambiente se torna fonte de ‘recursos’ para a produção de capital. Rios e florestas são agora “recursos naturais” a serem explorados e convertidos em bens de consumo. No documentário Surplus (‘excesso’ em inglês) é evidenciada a desenfreada necessidade de criação de demandas de consumo. O capitalismo transforma tudo em bens e serviços, causando a necessidade de consumo nas pessoas.
Natureza e relações sociais
A naturalização de condições sociais é um dos pretextos culturais para as hierarquizações e segmentações da sociedade. A ideia de que determinada classe, etnia ou gênero determina em que posição social o indivíduo deve estar, surge da “naturalização” dos segmentos sociais. Ou seja, justificar a segmentação da sociedade através das diferenças.
Em Surplus vemos que o sistema capitalista divide suas atividades entre várias regiões do mundo, direcionando a produção em massa e trabalhos de baixo nível técnico-cientifico para países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Enquanto a produção de riquezas e conhecimento se concentra nos países desenvolvidos.
Desenvolvimento Sustentável
O sistema capitalista impôs uma nova ordem de necessidades à população mundial. Criando uma demanda cada vez maior de consumo. Deparamo-nos com uma enorme gama de produtos e serviços que na prática não fazem parte de nossas necessidades imediatas.
“O capital operou, portanto, o aprofundamento da separação entre a produção voltada genuinamente para o atendimento das necessidades humanas e as necessidades de auto-reprodução de si próprio. Quanto mais aumentam a competição e a concorrência inter-capitais, mais nefastas são suas consequências, das quais duas são particularmente graves: a destruição e/ou precarização, sem paralelos em toda a era moderna, da força humana que trabalha e a degradação crescente do meio ambiente, na relação metabólica entre homem, tecnologia e natureza, conduzida pela lógica societal subordinada aos parâmetros do capital e do sistema produtor de mercadorias (ANTUNES, 1999, p.26)”
O discurso de preservação ambiental e de sustentabilidade não pode se tornar mais um produto a ser comercializado pelo sistema. A preservação ambiental é vendida como um produto a ser consumido através de marcas, neste sentido o desenvolvimento sustentável se torna “comprável”.
É impossível conceber um modelo de desenvolvimento sustentável que mantenha os mesmos níveis de consumo que estamos habituados atualmente. Precisamos deixar de encarar o a natureza como “recursos”, e começar a enxerga-la como meio de manutenção da vida humana.
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