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O DENSIDADE URBANO

Por:   •  15/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.319 Palavras (6 Páginas)  •  369 Visualizações

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DENSIDADE URBANA – CONCEITO

Densidade urbana é, portanto, a que exprime o número de pessoas (habitualmente não se utiliza o número de habitações ou de aposentos habitáveis) por hectare (ou por quilómetro quadrado), considerando para efeito de cálculo, toda a área da cidade.

Distribuição de uma quantidade, por unidade, comumente de espaço (como comprimento, área ou espaço).

Numero de pessoas residindo em uma determinada área urbana. Em áreas urbanas, é geralmente uma medida expressa em habitantes por hectares (hab/ha). 1 hectare = 10.000m².

A densidade urbana é uma ferramenta muito importante para o planejamento urbano. Para leitura ou diagnóstico de uma área urbana, para nortear os planos de intervenções urbanísticas e para auxiliar na definição dos parâmetros de ocupação urbana.

ALTA DENSIDADE URBANA – VANTAGENS

  • Concentração de infraestrutura
  • Maior controle social
  • Facilidade de acesso aos consumidores
  • Maior acessibilidade ao emprego
  • Economias de escala
  • Uso eficiente da terra
  • Geração de receitas

ALTA DENSIDADE URBANA – DESVANTAGENS

  • Sobrecarga na infraestrutura
  • Poluição
  • Maiores riscos de degradação ambiental
  • Congestionamento
  • Saturação de espaços
  • Criminalidade

BAIXA DENSIDADE URBANA – VANTAGENS

  • Menos poluição
  • Possiblidade de saneamento de baixo custo
  • Mais silêncio e tranquilidade

BAIXA DENSIDADE URBANA – DESVANTAGENS

  • Precária acessibilidade aos serviços
  • Altos custos dos serviços
  • Pouca interação e controle social
  • Altos custos e precariedade no transporte público
  • Excesso de consumo de terra urbana e infraestrutura

TAXA DE OCUPAÇÃO

Indica a percentagem de área horizontal de terrenos urbanos e passível de ser ocupada, segundo a legislação em vigor em uma cidade, e que determinará a área que deve permanecer livre de construção nesses mesmos terrenos.

ÍNDICE OU COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO

Indica um valor numérico que, quando multiplicado pela área do terreno, resulta na área máxima edificada que se permite em algumas regulamentações urbanísticas. Serve para gerenciar o processo de densificação horizontal ao nível dos terrenos urbanos.

APLICAÇÃO

Utilizando os conceitos de densidade urbana é possível planejar a ocupação de uma determinada área urbana, definindo coeficientes de aproveitamento e taxas de ocupação.

A densidade urbana deve ser utilizada para definir a distribuição e o dimensionamento de equipamentos urbanos e utilidades públicas (escolas, parques, hospitais, saneamento, etc)

«Quais são as densidades apropriadas às áreas residenciais? A resposta para isso é algo como a resposta que Abraham Lincoln deu à questão “Qual deve ser o comprimento das pernas de um homem? Longas o suficiente para alcançarem o chão, disse Lincoln”. As densidades são muito baixas, ou muito altas, quando frustram a diversidade da cidade ao invés de estimulá-la. Nós temos que olhar para a densidade da mesma maneira que olhamos para as calorias e as vitaminas. As quantidades são certas pelo modo como actuam. E o que é correcto difere em instâncias específicas». J. JACOBS em “Morte e Vida das Grandes Cidades” (1961)

O. GILLHAM (2002) refere que a densidade populacional de menos de 25 habitantes por hectare é geralmente considerada como baixa densidade, sendo no entanto um valor que serve de referência, sobretudo, ao modelo norte-americano e australiano, uma vez que na Europa os valores de baixa densidade podem ser considerados com inferiores a 50 habitantes por hectare, e no que diz respeito aos países asiáticos, abaixo de 100 habitantes por hectare (GILLHAM, 2002 cita Elkin, 1991).

DENSIDADE URBANA E O CONSUMO DE ENERGIA (RELAÇÃO ENTRE ELES)

«Uma cidade sustentável está organizada de modo a que todos os seus habitantes possam satisfazer as necessidades básicas e aumentar o seu bemestar sem danificar o mundo natural ou pôr em risco as condições de vida de outros, agora e no futuro.» GIRARDET, 1999

O relatório recentemente publicado pela Agência Europeia do Ambiente (2006: pp. 28 - 36), “Urban Sprawl in Europe – The ignored chalenge”, apresenta uma extensa lista de implicações relativamente aos impactos ambientais e aos impactos sócio-económicos que resultam do fenómeno do “urban sprawl”, sendo apresentados diversos casos de estudo para ilustrar cada situação específica. Relativamente aos impactos ambientais, e no que diz respeito ao impacto sobre os recursos naturais e o consumo de energia, o relatório regista que as implicações ao nível do consumo do solo são alarmantes, uma vez que a contínua infra-estruturação do território e a sua ocupação não são, na sua grande maioria, processos passíveis de reconversão, e a sê-lo implicam um elevado investimento. Esta situação é preocupante na exacta medida em que o solo é um recurso escasso e a as intervenções e alteração da estrutura do solo podem implicar perturbações ao nível do normal funcionamento dos sistemas biofísicos. Alguns dos impactos mais evidentes são a perda de permeabilidade do solo, possíveis interferências na estabilidade dos terrenos e possíveis interferências no funcionamento do sistema hídrico. No que diz respeito ao impacto sobre as áreas naturais, o principal alerta prende-se com a possível interferência no funcionamento dos ecossistemas, incluindo a perturbação de habitats para as espécies naturais. E mesmo quando o impacto da construção é minimizado, a construção de acessos e de outras infra-estruturas cria efeitos barreira que tem igual impacto negativo sobre os ecossistemas. Do aumento da área de solo ocupado resulta o aumento do consumo energético, sobretudo o de combustíveis fósseis, devido ao aumento do nível de tráfego registado, e, consequentemente, o aumento do nível emissão de gases (CO2) que resulta do aumento do uso do transporte individual, das grandes distâncias percorridas e do congestionamento. No entanto, apesar de parecer existir uma plataforma de entendimento dos vários críticos e investigadores em torno das desvantagens da ocupação extensa de baixa densidade no que diz respeito ao aumento do consumo energético (ver P. Newman e J. Kenworthy, “Sustainability and Cities: Overcoming Automobile Dependence”, 1999) e dos efeitos negativos do seu excessivo consumo de espaço, a relação entre este tipo de ocupação e contribuir para uma maior emissão de gases CO2 relativamente a formas mais compactas de cidade não gera consensos. Neste sentido, um dos aspectos mais significativos é o nível de utilização dos transportes colectivos nas deslocações pendulares. O consumo de energia associado aos transportes tende a diminuir com o aumento de densidade das áreas urbanas, mas é um factor que depende da conjugação de variáveis como o tipo de infra-estruturas de transporte disponíveis, a extensão da rede e a existência de interfaces modais. Ocupação dispersa influencia o aumento do uso do transporte privado essencialmente porque, pela sua génese e estrutura, não possibilita a existência de um eficaz sistema de transportes colectivos, e levando a que o automóvel seja a opção mais confortável, ou muitas vezes, a única opção possível para efectuar as deslocações.

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