Os Tratados do Século XX
Por: Lizandra Caldas • 21/10/2018 • Resenha • 475 Palavras (2 Páginas) • 275 Visualizações
Os tratados de arquiteturas foram renascidos junto com o Renascimento, tornando-se peça fundamental desse movimento. A obra da antiguidade que se tem informações sobre e é valorizada até hoje na arquitetura é o De Architectura libri decem do arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio. Esse tratado serviu de inspiração para o primeiro tratado da arquitetura moderna: De Re aedificatoria libri decem, de Leon Battista Alberti.
Esses tratados vieram sendo publicados e utilizados até meados do século XX, servindo de base às necessidades não só técnicas quanto estéticas dos estudantes e dos professores também.
Já no século XVIII, houve uma obra de grande valor chamada de Précis dês leçons d’architecture, de Jean-Nicolas-Louis Durand. Esse tratado serviria de inspiração para todo o desenvolvimento da arquitetura da primeira metade do século XIX.
A existência desses tratados era a prova de permanência da verdadeira arquitetura, aquela que se demonstrava de origem divina. Assim, sua missão era ensinar aos jovens iniciantes de arquitetura como produzir a “verdadeira arquitetura”. Porém esse tabu foi quebrado devido as criticas ao classicismo propostas durante a segunda metade do século XIX. Essas criticas foram levadas adiante por autores como John Ruskin ou Eugène Emmanuel, que questionavam a forma de difusão do conhecimento sobre arquitetura.
No século XX a divulgação de novas ideias também precisaria de novos meios de transmissão desse conhecimento. Esse século descrente de toda tradição, abandonou definitivamente os tratados como meio de propagar o conhecimento arquitetônico. Também questionaram sobre longos textos e elaborados, adotando então a forma de “manifesto”, texto pregado de forma curta e polêmica, cheio de novas intenções.
As revistas apresentaram ao “público” as propostas de uma nova forma de conceber e de fazer arquitetura. O público alvo da revista não era apenas arquitetos mas se expandiu e agregou setores como artistas, literatos e intelectuais.
Assim, as revistas assumiram de vez o papel de “tratados do século XX”. Sendo responsáveis pela enorme influencia que tiveram na formação profissional e na crítica da época.
As revistas tinham como foco o desenho arquitetônico das obras. Na edição sobre Wright, ele explica sua visão da arquitetura, sua proposta diz que a arquitetura deveria poder explicar-se por si, sem textos ou referencias. O poder instigado pelo desenho deveria ser suficiente para mostrar e demonstrar a arquitetura. Assemelha-se ao tratado Architettura e Prospecttiva, de Giuseppe Galli Bibiena, primeiro tratado que se apresentava só com desenhos.
Nessa tática a preocupação é evidentemente de impressionar o observador e cativá-lo com essa forma de pensar arquitetura. A proposta foi eficiente visto que a quantidade de arquitetos que enveredaram os passos de Wright.
Por mais que esse modo tenha mais fotos que desenhos é importante ressaltar a importância do desenho técnico, cortes e detalhamentos construtivos.
As revistas acabaram por percorrer o mundo levando as imagens de uma arquitetura poderosa e magnífica, utilizando aço e vidro, abriria espaço para o mais amplo movimento estilístico produzido desde o classicismo: o Estilo internacional.
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