Panorama da Econômica no Século XX
Por: Lorena Porto • 28/7/2016 • Trabalho acadêmico • 1.371 Palavras (6 Páginas) • 389 Visualizações
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Universidade Federal do Pará
Instituto de Tecnologia
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Disciplina: Teoria e Análise Regional e Urbana I
Professor: José Julio
LORENA PORTO MAIA
1263700601
Turno: Manhã
TARU I
ECONOMIA DO SÉCULO XX
Resenha 05
Belém – Pará – Brasil
2014
Os desequilíbrios existentes entre varias regiões atrai a atenção desde a Segunda Guerra Mundial. No período de reconstrução dos países mais atingidos, como o Japão, proliferaram disciplinas de planejamento e desenvolvimento das regiões menos favorecidas em termos sócio-econômicos. Porém, as disparidades regionais continuam presentes em países da atualidade, independentemente do seu nível de desenvolvimento e do tamanho do território. A permanência dessas disparidades despertou o estudo dos pontos que comandam o crescimento e desenvolvimento econômico.
A partir disso, François Perroux desenvolveu sua teoria sobre os “polos de crescimento”. Para Perroux, existem áreas que comandam o desenvolvimento e que dominam as forças políticas, econômicas e sociais em proveito próprio. “O crescimento não surge em toda parte ao mesmo tempo; manifesta-se com intensidades variáveis, em pontos ou polos de crescimento; propaga-se segundo vias diferentes e com finais variáveis, no conjunto da economia” (PERROUX, 1967).
Acreditava que a competição perfeita é uma abstração teórica, pois as unidades econômicas mais poderosas exercem um domínio irreversível e unilateral sobre a economia. O crescimento de uma indústria propaga-se por intermédio de preços, fluxos e antecipações possibilitando o aparecimento de uma nova indústria. A unidade econômica que exerce este efeito de dominação devido a sua dimensão, seu poder de negociação, a natureza de sua atividade ou por sua influência sobre uma zona dominada, é chamada de Indústria Motriz.
Dessa forma, um pólo de crescimento sempre estará vinculado à presença de uma unidade motriz que deve renovar-se constantemente de modo a suscitar o surgimento de outras indústrias, mantendo assim sua função polarizadora. Uma Indústria Motriz é capaz de liderar o complexo de produção e induzir o crescimento da região através de sua própria atividade e de sua influência em todo arranjo econômico, onde se encontra inserida. Esta, acaba tornando-se norte às políticas de desenvolvimento regional, pois possuem a capacidade de difundir seu crescimento no entorno. Dessa forma, é responsável pelo futuro da economia, pois tem o poder de “alavancar” outras indústrias consideradas “movidas”.
Essas novas indústrias surgem de uma antecipação. Ou seja, economistas, empresários e estudiosos da área concebem uma situação nova e arriscam na sua realização. Porém, uma indústria nova, normalmente, não surge sozinha. Como dito anteriormente, a Indústria Motriz é a responsável por esse surgimento, logo esta necessita de várias outras indústrias auxiliadoras que se entrecruzam e alteram o panorama de uma época, favorecendo o crescimento e o progresso.
Esse complexo de Indústrias forma um oligopólio instável, visto que conflitos de eliminação, conflitos visando à subordinação de uma parte à outra, entre outros. Porém, essa instabilidade é considerada um fator de crescimento, desde que a Indústria Motriz continue a elevar sua produtividade. De modo geral, a concorrência é um fator importante para a dinâmica econômica, pois ela incita a busca por melhores preços e melhores produtos.
Nesses casos, é muito frequente a concentração industrial em uma região, formando complexos que transformam o meio geográfico e até as relações sociais. Essa concentração gera novos empregos, novos consumidores e novos habitantes para a região. Dessa forma, surgem necessidades coletivas como alojamento, transportes, serviços públicos. Ao mesmo tempo, geram poluição ambiental, pois muitas dessas indústrias não possuem o tratamento correto para o esgoto, lixo, gases tóxicos, entre outros. Por esse motivo, a concentração industrial deve ser controlada e fiscalizada pelo Estado, de forma a manter a qualidade de vida dos habitantes e ao mesmo tempo incitar o crescimento econômico.
Levando em consideração o tipo de funcionamento dos polos de crescimento e as consequências sociais, políticas e econômicas geradas na região, porém em uma escala muito maior, estão os Blocos Econômicos. Os últimos surgiram com o intuito de formar coligações entre países que se auxiliassem na economia, facilitando o comércio entre eles, em alguns casos, formando laços políticos e permitindo a livre circulação de pessoas.
Fazendo uma analogia entre os polos de crescimento e o NAFTA (Tratado Norte Americano de Livre Comércio), Os Estados Unidos estaria para a indústria motriz assim como o México para uma indústria movida. Ou seja, os EUA tem a maior estrutura industrial e a maior capacidade tecnológica do bloco, dessa forma exerce o domínio econômico do mesmo. Já o México, é responsável pela a matéria prima e pelas indústrias manufatureiras (de baixa tecnologia).
O polo de crescimento de Perroux, assim como os Blocos Econômicos, formam um novo panorama regional constituído pela Indústria Motriz e indústrias movidas que pode ou não implicar em um processo de desenvolvimento da região. O desenvolvimento segundo Perroux (1967) é a combinação das transformações de ordem mental e social de uma população que possibilita o aumento cumulativo e duradouro do seu produto real global. Segundo Moseley, a diferença entre desenvolvimento e crescimento está no fato de que o primeiro está ligado ao processo de expansão quantitativa juntamente com uma mudança qualitativa, o que não ocorre no segundo.
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