RESENHA BAUHAUS
Por: Aline Andrade • 27/4/2020 • Resenha • 1.568 Palavras (7 Páginas) • 1.073 Visualizações
RESENHA DO LIVRO: “BAUHAUS: NOVARQUITETURA” – WALTER GROPIUS
SÃO PAULO
2020
O livro “Bauhaus: Novarquitetura”, pertence a primeira reimpressão da 6° edição de 2001 da coleção Debates; 47, dirigida por J. Guinsburg, Editora Perspectiva de São Paulo. O título original é “Dies neue Architektur und das Bauhaus”, sendo sua tradução para o português “Essa nova Arquitetura e a Bauhaus”.
O livro acima apresentado que analisaremos a seguir, aborda o surgimento, criação e funcionamento da Escola de Arquitetura e Artes – Bauhaus. Walter Gropius divide suas vivências, opiniões e nos apresenta a metodologia de ensino adotada, bem como divide a maneira peculiar de como enxergava a arte e a arquitetura. É abordado neste livro também o surgimento do “novo” e a integração do homem com essas mudanças.
O livro indica o passo a passo de como, Walter Gropius desenvolveu e aplicou às novas técnicas de ensino para a formação de designers, arquitetos e urbanistas na Bauhaus, no século XX. É importante lembrar que o processo de criação da Bauhaus, passou por 3 momentos onde, a ideia foi germinada por Morris, fertilizada em Van de Velde e por fim frutificada nas mãos de Gropius, sendo que os três foram pioneiros do movimento modernista.
Walter Gropius baseia suas ideias na necessidade de renovação na área de preparação destes profissionais, pois entende que as metodologias e escolas existentes não formavam seus alunos para encontrarem soluções criativas e aplicáveis para as questões e problemáticas de sua época. Gropius evidencia que estes profissionais deveriam ter uma instrução mais prática, realista e tecnológica, ao invés de uma formação subjetiva e totalmente teórica como era praticado até então. Os alunos receberiam uma formação baseada no conhecimento e aperfeiçoamento de novas técnicas, inserindo-os no cotidiano prático das atividades de um arquiteto , á fim de lhes proporcionar conhecimentos e experiencias suficientes para que pudessem desenvolver, por si só, propostas criativas na busca por soluções para as questões que lhe eram apresentadas, em sua área de atuação. No ano de 1919, com a unificação da escola de Belas-Artes e a escola de Artes e Ofícios, cria-se a Bauhaus, fundada por Walter Gropius, em Weimar, na Alemanha. Quando Gropius cria a Bauhaus, ele tinha em mente a ideia de estreitar os laços entre a máquina e o artista com o intuito de produzir objetos com design de qualidade e preço acessível a maior parte da população alemã.
Em meio a explosão industrial, guerras e crises econômicas, Gropius criou um novo conceito acadêmico para a formação dos profissionais artesãos e designers, integrando-os a sociedade. Este novo conceito foi responsável por mudanças na estética moderna e que até hoje influenciam escolas de design e arquitetura em todo o mundo. A Bauhaus foi a primeira escola de design no mundo e disseminou o que hoje parece natural: a combinação de beleza e funcionalidade. Uma escola de arte que revolucionou, a arquitetura e o design, visando o desenvolvimento, de produtos e projetos que incorporassem as necessidades da época, juntando a técnica a arte.
BAUHAUS (casa da construção) é a inversão do termo HAUSBAU (construção da casa). Este neologismo, criado por Walter Gropius (1883-1969), foi destinado a dar nome a uma escola, ou mais, um programa que criara em 1919. Gropius fazia referência à Bauhütte, loja ou centro das corporações de construtores na Idade Média. A Idade Média via na catedral uma união entre a vida e a arte e com a mesma proposta de Gropius em 1919, isto é, de divulgar boas novas. Gropius fundou a Bauhaus, que possuía princípios fundamentais:
“Assim foi fundada a Bauhaus. Seu escopo científico era concretizar uma arquitetura moderna que, como a natureza humana, abrangesse a vida em sua totalidade. Seu trabalho se concentrava principalmente naquilo que hoje se tornou uma necessidade imperativa, ou seja, impedir a escravização do homem pela máquina, preservando da anarquia mecânica o produto de massa e o lar, insuflando-lhes novamente sentido prático e vida. Isto significa o desenvolvimento de objetos e construções projetados expressamente para a produção industrial. Nosso alvo era o de eliminar as desvantagens da máquina, sem sacrificar nenhuma de suas vantagens reais (GROPIUS; WALTER, 2001, p30)”
Gropius percorre por todos os assuntos da arquitetura, detalhando tudo como a nova arquitetura. Desta forma, dá-se mais importância ao processo de criação e planejamento, a economia do solo é priorizada da mesma forma que as técnicas construtivas e materiais a serem utilizados também são evidenciados. Por fim ressalta a importância do trabalho em grupo e trata da arquitetura e do design como um serviço para a humanidade.
A Bauhaus foi dividida em dois setores de ensino: a Academia de Arte Pictórica e a Academia de Artes e Ofícios. O objetivo principal era acumular um maior numero de pessoas em pouco espaço, provendo moradias para os sobreviventes de guerra em 1932. Seu principio era não somente propor uma nova estética, mas também de promover uma mudança social com modernidade e inteligência de projetos e recursos.
A escola era norteada por três princípios:
1. Direcionamento da nova arquitetura para novos trabalhadores;
2. Rejeição a todos os objetos e adereços burgueses;
3. Retorno aos princípios básico da arquitetura ocidental, definindo uma forma clássica de moradia social racional.
A mentalidade racionalista da época preconizava a máxima “A forma segue a função”, segundo a qual o ornamento não tinha mais lugar a funcionalidade do objeto. A cidade era considerada como um sistema de comunicação, onde tudo está em função dos espaços habitáveis, assim também os objetos. Tudo estava centrado na arquitetura como método de construção do maior ao menor dos objetos.
A Bauhaus estabeleceu uma interligação com todo tipo de arte, até mesmo aquelas que eram consideradas “inferiores”, como cerâmica, tecelagem e marcenaria. O uso de desenhos autênticos, texturas
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