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Recensão Crítica – Organização do Espaço, Fernando Távora

Por:   •  17/4/2023  •  Ensaio  •  1.485 Palavras (6 Páginas)  •  284 Visualizações

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Recensão Crítica – Organização do Espaço, Fernando Távora

  • Introdução

O livro ‘’Da organização do espaço’’, de Fernando Távora é um livro que procura fazer ao leitor perceber a importância que tem um espaço harmonioso e bem cuidado numa sociedade. Procura explicar que o contexto de criação não deve ser limitado ao equipamento em específico, mas sim a tudo o que envolve esse mesmo equipamento.

  • Síntese de todo o livro

Dimensões, relações e características do espaço organizado

Num primeiro impacto com o livro, é nos logo introduzida a importância que tem, numa cidade ou espaço, o que está preenchido/construído, mas também a importância do vazio que existe. O vazio é também forma e é o que nos permite ganhar a consciência plena de que não há uma simples forma isolada, mas sim uma relação de um todo. As criações de novas formas suscitam o Homem, mas, nunca se deve esquecer que é necessário que devem ir de encontro ao que o individuo necessita.

É nos apresentada a diferença entre organizar e ocupar o espaço, sendo o primeiro uma procura da harmonia entre edificado e espaço onde se insere e o segundo, a única parte importante é o edificado.

Existem dois aspetos fundamentais a ter em conta neste capítulo que são, a importância que as formas têm sobre o Homem e a responsabilidade que assume cada Homem nesse mesmo espaço onde se insere. Existe uma grande individualidade de formas e um ar demasiado pessoal na organização do espaço, o que faz com que cada artista organize segundo um ideal e em busca de uma forma que o distinga ignorando o que importa realmente que é o bem-estar do utilizador do equipamento e a cidade onde o mesmo se insere.

O autor reforça a importância de que o espaço é um dos maiores dons que a natureza dotou os Homens daí ser importante que os mesmos valorizem esse espaço de modo a melhorar a qualidade de vida de todos aqueles que o vão habitar.

O Homem contemporâneo e a organização do seu espaço

 O fenómeno de universalização de uma cultura dificilmente levará a uma uniformidade cultural pois todos os países têm os seus valores. A evolução da cultura nos dias de hoje tornou-se um processo muito longo e segundo Fernando Távora, muitos países que estão hoje em evolução entram em conflito quando são introduzidos fatores novos, ou seja, a novidade ou inovação, atrasam os processos de evolução pois quem neles está inserido não tem a capacidade de os acompanhar. Um dos fatores totalmente novo na idade da contemporânea foi a introdução da máquina nos processos de fabrico. A introdução de máquinas e de novos processos de construção numa sociedade leva a que os meios tradicionais sejam abandonados e muitas vezes há uma grande dificuldade em aceitar essa mesma alteração.

Acaba por ser resultante uma descontinuidade da existência humana que acaba por observar tudo por grupos e categorias, por classificações, por compartimentos, num processo de sucessivas desintegrações. É nos apresentada duas posições, a do Homem totalmente mergulhado num processo de decadência e de crise e a posição de reconhecimento de uma profunda transformação, levando o Homem a encontrar o equilíbrio perdido.

A cidade contemporânea prova ser o cenário de mais descontinuidade e desordem e há a preocupação coma sobrepopulação das cidades porque o Homem tentou sempre corresponder aos pedidos momentâneos da sociedade, acabando por se esquecer de que a vida é cíclica e o que hoje está muito cheio amanhã pode estar vazio e há também que haver a preocupação em achar um equilíbrio para não existir uma cidade desconectada entre si. Surge, então, a noção de planeamento que traz soluções intemporais e não momentâneas.

Mais tarde dá-se o aparecimento de uma arquitetura funcional onde o homem apenas é tomado em conta numa parte e não na sua totalidade, esperando assim casas e outros edifícios feitos para um ‘’homem comum’’ e não para o ‘’homem total’’.

Mas, no meio de todo este caos de formas, existe esperança de que o Homem se interesse por uma mudança. A obtenção da harmonia, tão procurada do espaço organizado, também só é conseguida se o Homem encontrar harmonia nele mesmo e o autor reforça que quando o homem se centrar nas suas necessidades, encontrará solução para um espaço bem organizado.

A organização do espaço português contemporâneo

Quando fazemos uma leitura do passado português observamos que o espaço foi quase sempre harmonioso. Atualmente, o panorama não é o mesmo, existindo um grande desequilíbrio e uma grande desarmonia.

O autor, diz haver um foco muito grande em cidades como Porto e Lisboa, deixando de parte zonas localizadas mais a interior de Portugal. Nas zonas mais favorecidas há de tudo, e proporciona-se de tudo e as zonas restantes são deixadas de lado. Para a solução deste problema era necessário existir um controlo demográfico nas cidades, criando um equilíbrio de Norte a Sul. Surge então o conceito de planeamento regional para uma consciencialização dos problemas a resolver e para existir tempo para essas mesmas soluções. Com o melhoramento destes problemas não se resolve apenas o espaço, mas também melhora a saúde mental e física, individual e social de quem nele se insere.

Fernando Távora afirma que a seu ver a arquitetura nunca esteve tao má na medida em que se consideram aspetos que nunca se deveriam considerar devido à preferência do que é comodo a inovar. Existe uma grande necessidade em reformar tanto técnicas como inspirações. Não é porque outrora funcionaram que devem ser seguidas para sempre.

Segundo o livro existe uma enorme insatisfação na arquitetura devido ao facto de muitas vezes se seguirem gostos e opiniões pessoais, pondo de parte efetivamente as necessidades locais. Deve-se evitar focos de estilos procurando que toda a mesma cidade consiga ter um pouco de tudo, com uma continuidade. A procura de um equilíbrio é muito importante. Portugal, sendo dotado de sítios tao belos e de memoria história não deve deixar que o que é novo destrua o que já é tao antigo e com tanta história.

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