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Relatório Arquitetura do do Espaço Urbano e Público

Por:   •  3/8/2023  •  Trabalho acadêmico  •  5.635 Palavras (23 Páginas)  •  83 Visualizações

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO[pic 1]

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE TECNOLOGIA

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

RELATÓRIO PARCIAL - Rafaela Letícia Müller

TÍTULO DO PLANO DE TRABALHO

O espaço público e a esfera pública na metrópole contemporânea: estudo comparativo e transdisciplinar sobre o universo legal, físico, sensorial e social das ruas brasileiras.

RESUMO

A pesquisadora Rafaela Letícia Müller discorre neste relatório sobre as atividades desenvolvidas no Observatório do Espaço Público, um laboratório ligado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo e ao Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano (PPU) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), dentro do projeto de pesquisa nomeado como: “O espaço público e a esfera pública na metrópole contemporânea: estudo comparativo e transdisciplinar sobre o universo legal, físico, sensorial e social das ruas latino-americanas”, coordenado pelo Prof. Dr. Alessandro Filla Rosaneli.  O Observatório do Espaço Público tem como objetivo analisar a esfera pública nas metrópoles latino-americanas, levando em consideração os aspectos legais, físicos, sensoriais, e socioculturais das ruas.

Uma das atividades desenvolvidas é a produção de análises do espaço público. Após a análise da espacialidade do objeto de estudo - análise qualitativa, a produção de material divulgativo é imprescindível, e uma das premissas do projeto, visto que o mesmo carrega em seu objetivo a democratização e acesso de informações sobre os espaços públicos pela população e comunidade externa. Isso é realizado através do  “Guia Paisagístico dos Espaços Públicos de Curitiba”, que dentro do processo de iniciação científica é o principal objeto de estudo, de atividade de pesquisa.

Quando compreendemos as atividades que operam sobre projeto, o Observatório do Espaço Público promove a formação de equipes compostas por membros de diferentes níveis de formação, como graduandos, mestrandos e doutorandos. Essa dinâmica favorece a interação e troca de experiências entre os pesquisadores, o que contribui para o enriquecimento do trabalho desenvolvido e para a formação acadêmica dos envolvidos.

A colaboração entre os membros da equipe é essencial para o sucesso dos projetos, que envolvem desde levantamento bibliográfico e análise de dados até a elaboração de relatório e artigos científicos. Além disso, a participação de estudantes de diferentes níveis de formação proporciona oportunidades de aprendizado e aprimoramento de habilidades, garantindo a formação de aprendizes mais instruídos e preparados para atuar na área.

No relatório vigente, ocorreu a explanação mais específica do projeto do “Guia Paisagístico dos Espaços Públicos de Curitiba”. A pesquisadora em questão discorre sobre os aspectos sensoriais presentes em espaços públicos de Curitiba, e mais especificamente sobre as sensações e afecções que o espaço público pode proporcionar aos usuários e transeuntes da cidade.[a]

PALAVRAS - CHAVE

Espaço público; aspectos sensoriais; praça sensorial; paisagem urbana; sensações; afecções no espaço público.

1. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

1.1 Espaço público - praça

Se analisado em seu viés filosófico, o espaço público está associado à idéia de expressão do pensamento, do exercício da construção do discurso, ligando seu significado à prática da democracia. Se analisado na definição sociológica, por sua vez, o espaço público se caracteriza, fundamentalmente, por ser o espaço do encontro entre indivíduos de uma mesma comunidade, possibilitando assim o fortalecimento das relações coletivas no convívio social. Já no campo urbanístico, o espaço público se apresenta como espaços abertos definidos no desenho da cidade.

Por se constituir tanto um espaço físico quanto social, o estudo do espaço público envolve também os aspectos espaciais e os simbólicos e significativos da experiência humana, englobando na sua definição conceitos de diferentes áreas do conhecimento: arquitetura, psicologia, antropologia, sociologia, etc. (GARDEZIN, 1996:27-28).

Mediante aos diferentes conceitos empregados por Gardezin (1996), o espaço público se configura como o espaço físico, urbanisticamente falando, destinado ao uso e convívio comum da população de uma determinada sociedade, prestando e exercendo diversas funções nos diferentes setores da vida desta: reunião, mercado, festa, trabalho, conversa, justiça, religião, música. O espaço público, então, sustenta sua importância indispensável à vida urbana, onde os cidadãos se reconhecem como membros de uma comunidade e participantes da construção de sua história coletiva, como prolongamento das próprias vidas individuais. Desta forma, apresenta-se, portanto, como configurador de aspectos como: abrigo da sociabilidade, símbolo coletivo e mediador das desigualdades. Em suma, o espaço público é um componente fundamental para a organização da vida coletiva e a representação de uma sociedade.

Compreender e situar a praça no espaço público é objeto de estudo neste projeto. As praças, ao longo da história da humanidade, sempre foram sinônimo de espaços de encontros, reuniões, comércio, centro de manifestações políticas e culturais, local das festas profanas e religiosas. Enfim, palco e cenário da vida de uma determinada sociedade capaz de aglutinar e registrar os estilos e modismos de cada época, atuando, assim, como “coadjuvante da História”. Para Sitte (1992), fervoroso defensor da arte das praças, na Idade Média na praça era onde “concentrava-se o movimento, tinham lugar as festas públicas, organizavam-se as exibições, empreendiam-se as cerimônias oficiais, anunciavam-se as leis, e se realizava todo tipo de eventos semelhantes” (SITTE, 1992:25). A praça foi, portanto, sempre celebrada como um espaço de convivência e lazer dos habitantes urbanos.

As praças são as mãos de uma cidade. Lugar de encontro, ou promessa de encontrar. Exata palavra – que provém do latim PLATEA, e esta do grego PLATYS – resume o sentido da ágora grega e do fórum romano: o espaço do público, da reunião. (LLORCA apud De ANGELIS, s/d).

A praça contemporânea tem por finalidade constituir um espaço atrativo de encontro, de reunião, de acontecimentos. A retomada da praça também pode ser entendida como uma reação a uma vida reclusa aos espaços fechados – em ambientes climatizados e protegidos –, nos quais a sociedade teve que se abrigar, e ainda se abriga, em decorrência dos fatores gerados pelas turbulências da vida nas grandes cidades: velocidade dos automóveis, poluição, ruídos, insegurança das ruas. Consequentemente, os olhares voltados para a requalificação deste elemento urbano, fez com que as praças – que, por muitas vezes, representam um espaço tradicional na história urbana de uma determinada cidade – começassem a receber, através dos processos de intervenção projetual, novas conotações simbólicas e de valores, adentrando um processo de "ressignificação".

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