Resenha: A Cidade e seu Entorno em Meio Subdesenvolvido
Por: Gabriella Farias • 4/4/2018 • Trabalho acadêmico • 1.117 Palavras (5 Páginas) • 448 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
CENTRO DE TECNOLOGIA – CT
DEPARTAMENTO DE CONST. CIVIL E ARQUITETURA – DCCA
ARQUITETURA E URBANISMO
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL I
PROF.: HAMILTON LEAL
ALUNA: MARIA GABRIELLA FARIAS CARVALHO
RESENHA: “A Cidade e seu Entorno em Meio Subdesenvolvido”
TERESINA
2017
O autor inicia o capítulo 10 fazendo uma relação entre a cidade e o campo, apontando as relações de interdependência entre ambos, na medida em que apresenta opiniões de autores que possuem posicionamentos opostos a respeito da influência da cidade e suas relações com seu entorno. Milton, perspicazmente, embasa-se no pensamento de Lacoste e B. Kayser para esclarecer que há dois pontos de vista distintos a respeito da cidade, o primeiro é o de que ela funciona como um ‘polo de subdesenvolvimento’, em que não sustenta uma economia saudável ao mesmo tempo em que cresce possui um grande crescimento demográfico, o segundo é o de que a evolução da mesma origina uma crescente integração cidade-campo, onde a vida da região adquire uma amplitude cada vez maior.
Em seguida, Milton faz uma análise do conceito de subdesenvolvimento e de como se comportam as zonas nessa condição, em busca de solucionar diversas questões a respeito dos países subdesenvolvidos, como os graus das relações cidade-região e os tipos de regiões geográficas resultantes de tais relações, entre outras. A partir disso, ele conclui que o passado econômico desses países influencia na atual situação em que se encontram, por ser irregular e com muitos contrastes.
De forma bastante sensata, o autor verifica que, antigamente, quando os fluxos econômicos eram menos importantes, a solidariedade global entre cidade e região era bem mais forte que nos dias atuais, isso ocorria devido ao baixo potencial da indústria na época, que fazia com que as pessoas buscassem mantimentos nas zonas rurais, e que o crescimento exagerado de cidades com diversas atividades acabou por causar a destruição de tal solidariedade, favorecendo o mercado nacional.
Mais à frente, Milton explicita que a cidade deve ser vista como um “elemento de penetração da economia moderna e industrial nos meios agrícolas, com predomínio do autoconsumo”, já que à medida em que novos métodos e novos costumes se apresentam ao longo do tempo, estes são transferidos de pessoa para pessoa, de cidade para cidade, de região para região, e então, a cidade passa a servir como um meio para o fluxo desse modernismo eminente. A cidade, antes de tudo, é um centro consumidor, e como tal exige que haja relações com seu exterior, o que suscita o argumento de que a cidade é um objeto inserido em um contexto e que traz benefícios de certa forma a esse ambiente.
Um ponto importante defendido pelo autor é o de que a assimetria de trocas em uma determinada região/espaço, já que na maioria das vezes, a cidade recebe mais do que doa, fazendo com que seu desenvolvimento se acelere em detrimento dos seus arredores, que servem como verdadeiros ‘fornecedores’. Isso acaba por ocasionar a dificuldade da tentativa de regionalização e de integração entre a rede urbana. A partir deste segundo ponto de vista colocado pelo autor, fomenta-se a tese de que a cidade é como um parasita que se instala na teia urbana, sugando de seus adjacentes toda a matéria necessária para seu crescimento. Ou seja, a partir daí a cidade já não é mais vista como algo bom, estabelece-se uma contradição.
O método apresentado por Milton para “medir” a indissociabilidade entre cidade e região obedece a um cálculo pragmático: medir a porcentagem da atividade urbana dependente, direta ou indiretamente, da atividade da região e, em contrapartida, a porcentagem de atividade induzida/ligada às trocas com o estrangeiro. Em seguida, propõe analisar aspectos individuais de cada elemento, definindo assim o grau de integração regional. Ademais, o autor exemplifica tipos de regiões existentes na rede urbana, como regiões integrais, zonas francamente polarizadas e cidades sem região para em seguida introduzir a noção da cidade-região.
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