Resenha arquitetura
Por: Renata Bruni • 4/5/2015 • Resenha • 1.458 Palavras (6 Páginas) • 2.028 Visualizações
FUNDAMENTOS DA ARQUITETURA
Lorraine Farrelly - resenha
No primeiro capítulo do livro, “Contextualizando a arquitetura”, a autora Lorraine Farrelly descreve os diversos modos de se entender e explorar o contexto da arquitetura. Ela começa explicando que esse contexto é o local e entorno onde uma edificação se insere, e que deve ser interpretado pelo próprio arquiteto de diversas maneiras. Entre elas: interpretação pessoal, com croquis e fotografias do local que ajudam a entender o funcionamento do terreno; estudos de figura e fundo, que é a representação da área como cheios e vazios, utilizada para identificar os espaços; levantamento histórico e as transformações ocorridas na área ao longo de um determinado período de tempo; por fim, o levantamento topográfico e os aspectos físicos do local, como as construções já existentes e as características como as curvas de nível do terreno.
A autora também descreve a diferença entre um espaço e um lugar: um espaço tem dimensões, localiza-se num lugar. Já os lugares são espaços onde acontecem atividades. A memória desse local deve ser estudada na elaboração de um projeto.
Por fim, Lorraine ressalta que uma edificação pode dialogar com seu entorno ou ser completamente desligada dele, mas isso não descarta o estudo do contexto para que o projeto seja realizado com sucesso.
Os projetos de hoje em dia se desenvolvem a partir de precedentes, ideias e conceitos que evoluíram com o passar do tempo. É dessa maneira que o segundo capítulo de Lorraine se desenvolve. A autora aponta a importância que deve ser dada a compreensão histórica das edificações, que é vital para um projeto, já que facilita o entendimento dos trabalhos desenvolvidos por outros arquitetos. A história da arquitetua esta diretamente ligada à história da civilização.
Dos nomades ao mundo clássico, do barroco ao modernismo, Lorraine descreve como a arquitetura se desenvolveu ao longo dos séculos. Mais próximo de nós está o modernismo, o qual sugeria não só uma mudança no modo de se construir casas mas também uma mudança de comportamento nas grandes sociedades.
A arquitetura se expressa através das construções, e esse é o foco do terceito capítulo. Ao analisarmos uma edificação obtemos dois diferentes níveis de aprofundamento. No nivel macro, a edificação é como um conjunto de fechamentos e aberturas - cobertura, parede e pisos. Ao detalharmos, percebemos que ela é mais complexa. Sistemas de ventilação, calefação, refrigeração, iluminação e ambientes confortáveis fazem dela uma maquina de morar.
A materialidade do sistema de construções é também explorada. Cada um possui uma particularidade e um uso específico.
A alvenaria insere um carácter muito particular à uma construção. Composta por materiais do solo -pedra ou tijolo- que tradicionalmente eram agrupadas por camadas para que se possa resistir aos esforcos.
O concreto, embora deixe a construção com aparência pesada e rústica, pode se tornar delicado e leve ao deixar as marcas das formas e parafusos utilizados da montagem, criando assim uma textura. Ele pode ser armado com barras de aço para se tornar mais resistente e suportar maiores vãos.
Já a madeira é um material flexível e ecológico e pode ser usado tanto na parte estrutural, como nos acabamentos.
A ultilização do ferro e o aço na construção revolucionou a ciência e a engenharia na construcao civil. Possibilitanto construções maiores e vencendo maiores vãos, o uso desses materiais se deu principalmente nas revoluções industriais, pois era sinônimo de avanço tecnológico na época.
O vidro, composto da fusão de areia, soda e calcário, pode ser usado tanto para formar planos transparentes como translúcidos. Os avanços tecnológicos também possibilitaram a ultilização do vidro estruturalmente, assim como a adição de oxido de titanio o torna autolimpante.
A ultilização de componentes pré-fabricados oferece muitas vantagens, desde a rapidez na construção ao controle de qualidade e a diminuição no desperdício de materiais em comparação a construções feitas in loco.
O quarto capítulo de Lorraine se inicia abordando a questão: a tecnologia é melhor que o desenho à mão? Apesar de ter diversos avanços e algumas vantagens, a tecnologia ainda perde para a execução manual. Esta é mais vantajosa já que através dos croquis podemos expressar ideias imediatas durante o desenvolvimento de um projeto. Para Lorraine, o que realmente importa no contexto do projeto é a sofisticação e o pensamento por trás das ideias que inspiram e influenciam o resultado final. Todos esses pensamentos devem ser ordenados através de um caderno de croquis, que serve como um depósito de ideias que pode ser revisitado a qualquer momento.
Lorraine também trata nesse capítulo sobre a importância da escala de um projeto, que deve ser explorada atraves de plantas, elevações e modelos físicos, assim comparando-os com o tamanho real. A escolha da escala adequada é vital para qualquer edificação, pois é a maneira com que o arquiteto poderá transmitir seus pensamentos e significados.
Além disso, para o melhor entendimento de qualquer projeto, é importante considerar as perspectivas e leiaute dos trabalhos. As perspectivas podem ser isométricas ou axonométricas, e transmitem uma impressão mais “real” do espaço. Já o leiaute é essencial ao trabalho; as imagens e desenhos devem seguir um padrão de tamanho entre si, para que possam ser facilmente associadas e compatíveis com a escala escolhida. Para os arquitetos, os portfolios são vitais já que mostram todo o desenvolvimento de um projeto, desde sua ideia primária à sua conclusão, portfolios os quais podem ser manuscritos ou eletrônicos.
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