Resenha sobre a palestra: Pensando o Espaço nas Américas
Por: Marcele Lauande • 18/6/2018 • Resenha • 505 Palavras (3 Páginas) • 335 Visualizações
Resenha sobre a palestra:
Pensando o Espaço nas Américas
Discente: Marcele Carvalho Lauande
Disciplina: Conservação
Docente: Elna Maria Andersen Trindade
Na palestra do dia 16 de Maio de 2017, Fernando Lara nos convidou a pensar como a arquitetura é desenvolvida, pensada e ensinada na América Latina. Nosso processo histórico de desenvolvimento é muito peculiar, uma vez que aqui nesse território há mais de 500 anos, haviam cidades, habitações e monumentos de civilizações que pensavam o espaço e produziam-no de acordo com as suas culturas. Com a invasão dos povos colonizadores todo aquele conhecimento começou a ser rechaçado como uma forma de fazer o domínio das técnicas e da cultura europeia prevalecer sobre o que já existia aqui. E desde então o peso da colonização ainda recai sobre nós, pois durante séculos toda a produção do conhecimento e do espaço regional era negado caso não estivesse alinhado com os interesses de países dominantes.
Após a queda dos pactos coloniais e a independência dos países Latinos, surgiu uma outra forma de dominação que seria o Otancentrismo. A dominação Norte-Americana e dos países que compõe a Otan, Tradado do Atlântico Norte. São países com longa experiência capitalista que conseguiram se desenvolver mais rapidamente e dominar não só os mercados mas também a forma de produzir e influenciar o conhecimento ao redor do mundo. E mais uma vez os países Latinos recaem sobre algo que tenta lhes impor como pensar, e como produzir seu espaço urbano, suas obras arquitetônicas e sua maneira de ver o mundo de forma alinhada aos interesses do grande capital e poderio dos países da Otan.
Pensando nesse aspecto de tentar reaver sua centralidade, a Austrália inverteu a forma como os mapas escolares são apresentados nas escolas, não mais a Otan aparece no centro do globlo, e sim a própria Austrália, é um ato que parece pequeno à primeira vista, mas que é muito simbólico pois coloca o país como a imagem de destaque para todos os seus cidadãos, para que cada um deles sinta a sua própria importância como atores principais no processo de construção do conhecimento e de valorização da cultura e identidade. Pequenos atos como esse deveriam ser feitos pelos países Latinos e nós, estudantes e professores das academias brasileiras devemos nos sentir responsáveis pela criação de tais medidas no âmbito acadêmico.
Arquitetura e urbanismo é cultura; é projetar, ou cuidar do espaço construído. É futuro e é memória palpável de um povo, é o espaço em que se vive, e isso diz muito sobre a nossa própria cultura. Que possamos nos valorizar, repensar o espaço e os seus usos para nós mesmos, e não para o simples lucro ou copiar soluções projetuais estrangeiras que não fazem sentido no nosso clima ou para o nosso povo porque são gerais e desprovidas de identidade. Identidade essa que por tantos séculos nos foi negada.
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