Resumo Teoria e História das Cidades
Por: Victoria Caldas • 3/6/2023 • Resenha • 1.678 Palavras (7 Páginas) • 84 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SERGIPE - FASE | [pic 1] |
Disciplina: Teoria Crítica da Arquitetura | |
Prof.: Esp. Camila M. M. C. Gonçalves | |
Aluno(a): Maria Victoria Dantas Caldas |
FICHAMENTO:
Referência Bibliográfica: FERREIRA, Carlos Eduardo Nunes, Teoria e História das Cidades. Estácio, 1º Edição. Rio de Janeiro, 2017. p. 78 a 88.
Citações:
- "A cidade é uma obra de arte." (p. 79)
- "Pode-se afirmar que, do ponto de vista social e político, a reforma de Haussmann refletia a hegemonia da classe burguesa dominante." (p. 80)
- "E a vontade deliberada de Cerdá privilegiou a densidade multifamiliar em detrimento do modelo de residência unifamiliar." (. 87)
- "Cerdá combinou racionalismo e socialismo, visão sistêmica e contextualização social, econômica, jurídica e demográfica, sendo, por isso, considerado, por muitos, um dos fundadores do urbanismo." (p. 87)
- "De certo modo, a historiografia do urbanismo, durante certo tempo, atribuía a Le Corbusier o papel de catalizador de diferentes ideias precedentes." (p. 89)
- "A verdade é que, em termos de urbanismo, Le Corbusier mais inspirou do que construiu." (p. 89)
- "O urbanismo moderno, ainda mais do que a arquitetura moderna, foi considerado algo além de um conjunto de diretrizes." (p. 91)
- "A urbanística moderna deveria atender às três funções cotidianas do ser humano: habitar, trabalhar e recrear." (p. 91)
- "A estrutura das cidades deveria ser pensada para abrigar também uma quarta função: mover-se." (p. 91)
- "As chaves do urbanismo estão nas 4 funções: habitar, trabalhar, recrear-se e circular." (p. 92)
- "O zoneamento, levando em consideração as funções-chave, ordenará o território urbano." (p. 92)
Resumo crítico:
Reforma de Paris,1853-1870: Barão Georges-Eugène Haussmann.
Diante da necessidade de adaptar as cidades para as transformações gerais da população, surgiu a necessidade de repensar a cidade de forma estrutural. E diferente de diversos autores, o Barão Haussmann teve a ideia que transformaria o olhar de todos naquele momento: reformar uma das grandes metrópoles do mundo, Paris.
Mesmo tendo levado quase duas décadas para sua reforma, o resultado dessa intervenção cirúrgica foi surpreendente. Com ela aprendemos que a cidade é um sistema integrado, e através dos alargamentos das vias principais combinado à criação de novos eixos propiciava ótima iluminação e ventilação, além da grande circulação de pessoas e mercadorias, e da facilidade em implantação e melhoria de todo o sistema de água e esgoto da cidade; também aprendemos que a cidade é uma obra de arte, e sua reforma propiciaria admiração total da beleza dos seus monumentos, esculturas, obeliscos, jardins e praças; além disso, foi-se entendido que a cidade é uma expressão de uma época, então uma nova era em seu desenvolvimento burguês, urbano e sanitário estava ressurgindo. Paris renasceu bela e saudável como a Capital do Século XIX.
Sabemos que Haussmann tinha objetivos bem definidos, os quais eram: otimizar o tráfego de pessoas e bens, melhorar a saúde pública e construir uma capital monumental. Mas, sabemos também, que para essa concretização foi-se necessário financiamento da classe dominante de poder e de reprodução, que fazia muita questão do retorno do capital investido. Por conta disso, implicou-se na valorização das áreas centrais da cidade, fazendo com que a classe mais pobre fosse retirada de vários bairros. Sendo assim, pelo ponto de vista social e político, a reforma de Haussmann foi centrada na classe burguesa dominante.
Levando em conta todos os aspectos vistos acima, podemos dizer que os mesmos formam o legado de Haussmann para o urbanismo, pois foi inspiração para diversas outras cidades, inclusive o Rio de Janeiro. E seu modelo baseava-se numa ideia de estruturação axial, que funcionava perfeitamente para o deslocamento acelerado de pessoas, além dela ter sido unificada e racionalmente estruturada. Vários bairros insalubres foram substituídos por vizinhanças de valor imobiliário agregado pelas melhorias públicas. Mas tudo tem um preço, e o disso foi a destruição de milhares de edifícios e a desagregação de comunidades seculares, com sua evacuação para as periferias.
Haussmann soube fortalecer eixos existentes que se cruzassem com principais pontos da cidade. As vias retilíneas que partiam de grandes monumentos e entroncamentos viários até outros pontos de interesse, formaram uma trama triangular. Além disso, houve a utilização dos rastros dos antigos muros da Paris medieval, que foram transformados em bulevares arborizados concêntricos. É com a superposição destas estratégias no projeto que irá formar a configuração final do projeto e o aspecto geral da cidade.
Até os dias de hoje, os planos de Haussmann se propagam e dão visibilidade a conceitos urbanísticos para refletir em ideias recentes. Pois, foi visto o quanto a nova Paris tornou-se motivo de orgulho dos seus habitantes e de toda a nação, além de um símbolo da ideologia predominante.
Plano de Extensão de Barcelona,1859: Ildefonso Cerdá.
Assim como em Paris, Barcelona também recebeu um plano de extensão, o Plano Cerdá. Apesar de ambos rivalizarem, temos que levar em consideração algumas semelhanças.
Uma delas está no crescimento vertiginoso da população. Barcelona teve um crescimento de mais de 100% do atual número da época – 80.000 habitantes – desde que o plano foi lançado. Outra questão bastante importante era a questão da saúde pública. Pois, assim como em Paris, a dona do novo projeto estava cercada de epidemias, e mortes eram bastante frequentes por conta disso. E as soluções viáveis eram bastantes parecidas com o plano de Haussmann, que incluíam: melhor circulação de ar pela cidade, a arborização e o sistema de água e esgoto.
Além de tudo isso, destacamos o aspecto do controle de rebeliões, que em ambos os planos, foi-se pensado nisso. Só que em termos políticos, em Barcelona foi muito além disso, pois fez os barceloneses pensar que o Plano Cerdá foi uma imposição da coroa espanhola ao povo da Catalunha.
É preciso destacar as três características que foram parcialmente realizadas: a visão científica, com base predominante na quadrícula; a visão de futuro, que tinha um alastramento ilimitado; e a visão igualitária, que visava a proximidade das classes sociais.
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