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SINOPE DO CASE: A BIOARQUITETURA PARA PROMOÇÃO DE CIDADES MAIS SUSTENTÁVEIS E RESILIENTES

Por:   •  27/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  3.272 Palavras (14 Páginas)  •  165 Visualizações

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SINOPE DO CASE: A BIOARQUITETURA PARA PROMOÇÃO DE CIDADES MAIS SUSTENTÁVEIS E RESILIENTES. [1] 

Thaiara Caroline Pereira Campos[2]

Julyana da Silva Lima[3]

1 DESCRIÇÃO DO CASO

        A ONU estabeleceu os Objetivos para Desenvolvimento Sustentável (ODS), que consiste em uma coleção de 17 objetivos globais estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas para a proteção do planeta. Dentre essas metas, o ODS 11- Cidades e Comunidades Sustentáveis, destaca-se, pois, visa tornar as cidades e assentamentos humanos seguros, inclusivos, sustentáveis e resilientes.

        Para isso, a Bioarquitetura visa a construção de edificações que adotem soluções que gerem menos impacto ambiental, possibilite a redução de custos, proporcione conforto ambiental e utilização de mão de obra e matéria-prima local. Tal abordagem de utilizar recursos naturais do local de construção, torna-se muito viável no Brasil, pois trata-se de um país com um ecossistema rico em diversidades. Porém esse caminho é pouco utilizado na construção e pouco propagado para a população.

        Diante de tantos desastres gerados por fenômenos naturais como deslizamentos, soterramentos, alagamentos e inundações, que acontecem com grande frequência em diversas cidades brasileiras. A Bioarquitetura contribui consideravelmente para a reconstrução dessas cidades, possuindo técnicas construtivas de grande potencial para contribuir com as problemáticas atuais das cidades.

        Um grande exemplo de cidade prejudicada por chuvas, é a capital mineira de Belo Horizonte, que no início de 2020 indicou estado de emergência quanto aos desastres, uma vez que o mês de janeiro foi classificado como o mês mais chuvoso da história da cidade nos últimos 110 anos, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

        Minas Gerais passará por um longo período de reconstrução nos próximos meses. Com isso, a Bioarquitetura pode contribuir para o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis e resilientes? E como?

2 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO

        Para que haja uma compreensão melhor de todo o conteúdo que será abordado, inicialmente será apresentado conceitos fundamentais para esse estudo de caso, como a definição de cidades sustentáveis, cidades resilientes e Bioarquitetura.

        Cidades sustentáveis são as que conseguem adaptar-se reciclando o que é usado, oferecem lazer e educação para a população e trabalham para o bem do meio ambiente, oferecem uma rede de transporte público eficaz sem emissão de gases poluentes, áreas verdes espalhadas pela cidade, lugar correto para o lixo, tratamento da rede de esgoto, recicladores, dando prioridade a natureza e as pessoas. Para ser considerada sustentável, deve incluir em sua administração a responsabilidade ambiental, uma economia sustentável e vitalidade cultural. Visando evitar o esgotamento dos recursos naturais, garantindo a permanência deles para as gerações futuras. Mas vale ressaltar que não existe nenhuma cidade 100% sustentável.

        Resiliência trata-se da capacidade de um sistema, comunidade ou sociedade de resistir, absorver, acomodar-se e reconstruir-se diante das consequências trazidas por desastres. Modelo de cidade no qual a população participa e tem o poder de decisão no planejamento da sua cidade junto com as autoridades locais; no qual desastres podem ser evitados devido a sua população viver em residências e bairros providos de infraestrutura apropriada, serviços básicos e ocupação organizada; é prevenida e preparada para desastres visando proteger seus bens e minimizar perdas físicas e sociais resultantes de fenômenos naturais extremos; compreende que mudanças climáticas devem ser consideradas no planejamento urbano.

        Bioarquitetura é uma ramificação da arquitetura que contribui a partir de estudos, na construção de edificações que prezam pelo conforto, beleza e funcionalidade, de maneira respeitosa ao meio ambiente. Tem como diretrizes o aproveitamento do clima de cada região para gerar conforto ambiental, utilização de materiais simples e encontrados no local, emprega de forma moderada materiais industrializados, aplicação de tecnologias menos complexas.

        Considerando os conceitos apresentados e que uma cidade pode ser sustentável e resiliente simultaneamente, iremos utilizar como estudo de caso o estado Minas Gerais, que passa por diversos problemas gerados por chuvas devastadoras, abordando como uma cidade pode tornar-se sustentável e resiliente com a contribuição da Bioarquitetura. Para isso, inicialmente será apresentado como Minas Gerais sofre com as fortes chuvas e porquê.

        De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, em janeiro de 2020, Minas Gerais enfrentou o maior volume de chuvas nos últimos 110 anos. As tempestades causaram enchentes e estragos devido a intensificação das chuvas na região e já somam 211 cidades em situação de emergência. Segundo a Defesa Civil mineira, 55 pessoas morreram e cerca de 45 mil precisaram sair de casa; Belo Horizonte decretou risco ecológico por conta do encharcamento do solo urbano. Na região metropolitana da capital, o solo apresenta imensas crateras no asfalto, deslizamentos de encostas e construções desabaram.

Figura 01- Rua de Belo Horizonte em 29 de janeiro de 2020, após fortes chuvas

[pic 1]

Fonte: Cristiane Mattos/Reuters

        Os efeitos das fortes chuvas são agravados mais ainda devido a cidade ter se desenvolvido sobre uma grande malha fluvial. Com isso, o nível da água dos rios da cidade aumenta bruscamente comprometendo gravemente a estrutura viária. Por exemplo, algumas ruas construídas em cima de rios, os bueiros estouraram como um grande chafariz; quedas de pontes. O atual prefeito de BH, Alexandre Kalil, estou que a reconstrução da capital pode custar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões.

Figura 02- Queda parcial de ponte na cidade Cajuri-MG

[pic 2]

Fonte: Reprodução/Redes Sociais

Figura 03- Cidade Poço Fundo-MG, completamente alagada

[pic 3]

Fonte: Autor Desconhecido

        Em uma entrevista realizada pelo Jornal Nexo com o geógrafo Alessandro Borsagli, mestre em geografia pela PUC de Minas Gerais, o geógrafo respondeu a diversas perguntas sobre as causas das enchentes em BH, o histórico de problema na cidade e as medidas que podem ser tomadas para que episódios como esse não se repitam. Ao ser indagado do porquê Belo Horizonte ter se submergido nas chuvas de 2020, ele respondeu:

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