SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
Por: Vitor Fernandes • 18/10/2016 • Trabalho acadêmico • 2.788 Palavras (12 Páginas) • 786 Visualizações
SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
Vitor Fernandes Machado
Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina – Tubarão/SC, Brasil – e-mail: vitor_fm13@hotmail.com
Palavras Chave: Habitação Social; Sistemas Construtivos; Impactos; Cimento; Concreto; Madeira;
1 RESUMO
Este artigo aborda o motivo pelo qual deve haver a racionalização dos sistemas construtivos na construção de habitações sociais. Faz um comparativo entre as características do concreto, dos materiais cerâmicos e da madeira. Defendendo que os sistemas pré fabricados são melhores que os convencionais por ter um melhor custo x beneficio e ter menor impacto para o meio ambiente. Tem por objetivo expor as problemáticas dos sistemas construtivos convencionais com foco na poluição que estes causam e as poucas maneiras de reaproveitamento, expondo as qualidades da madeira. O artigo foi escrito baseado em pesquisas bibliográficas sobre os assuntos a serem apresentados. Concluindo que a madeira apresenta maior vantagem frente aos demais materiais.
2 INTRODUÇÃO
Os materiais e sistemas construtivos usados para se construir uma edificação, dentre outros itens, determinam o seu custo e rapidez de execução. Quando se fala em diminuir custos de construção, muitas vezes, é somente para as construtoras obterem maior lucro. Contudo, esse artigo vem abordar um outro propósito de economia na obra: viabilizar um maior número de habitações populares.
Para tanto, é necessário analisar como estão acontecendo as construções atuais, percebendo impactos ambientais, custo e qualidade. Essa análise deve ser feita observando os materiais e técnicas usadas para se conceber uma casa. Essas análises tem que ser feitas visando todo o ciclo de vida do material, desde sua fabricação até seu descarte.
Os sistemas construtivos industrializados estão cada vez mais conhecidos no Brasil e são o futuro da construção. Serão apresentados como alternativas aos sistemas convencionais por darem melhor qualidade a produção das edificações, diminuindo custos e impactos ambientais. Serão abordados os sistemas Huf-Haus, Hickry System e a empresa C.E Empreiteira aqui da região de Tubarão – SC.
Será feita a comparação entre todos os sistemas apresentados, convencionais e industriais, analisando as suas possibilidades enquanto projeto e pós construção, e sua aplicabilidade na produção de habitações de interesse social.
3 CIMENTO
O concreto armado foi a revolução da construção civil no inicio do século passado. Chamado de betão, na época possibilitou muitas estruturas que antes eram impossíveis de ser construídas. Tornou mais rápida a construção e mais barata, o que fez com que se difundisse pelo mundo todo.
Contudo, antes não havia preocupação com a natureza e o esgotamento dos recursos naturais. A grande atenção que se dá a preservação ambiental nos leva a pensar se o concreto aliado aos métodos construtivos do século passado ainda cabe à demanda de construção que temos, devida a quantidade de habitantes do nosso planeta.
As plantas de fabricação de cimento estão entre as maiores fontes de emissão de poluentes atmosféricos perigosos, dos quais se destacam dioxinas e metais tóxicos, como mercúrio, chumbo, cádmio, arsênio, antimônio e cromo; produtos de combustão incompleta e os ácidos halogenados. Os metais pesados contidos nas matérias-primas e combustíveis, mesmo em concentrações muito pequenas, devido à sua volatilidade e ao comportamento físico-químico de seus compostos, podem ser emitidos na forma de particulado ou de vapor, pelas chaminés das fábricas (USA, 1991; USEPA, 1996,citado por Santi & Sevá Filho, 2004, p.7 citado por BEATRIZ, NAVES, 2012, p. 80)
Imagem Fonte: Maria Beatriz Maury / Raquel Naves Blumenschein (2012)
[pic 1]
Percebendo os impactos citados por Beatriz e Naves, que avaliaram desde a remoção das matérias primas até o cimento estar pronto, confirmamos que ele deve ser, no mínimo, racionalizado nas construções, pois sua total extinção é bastante complexa, por causa de suas propriedades.
O concreto armado, apesar de ser poluente, oferece possibilidades que outros materiais não conseguem substituir. Por ele ser criado em estado pastoso, se adapta a qualquer forma e depois enrijece de tal forma ficando com grande resistência a compressão e tração. Essas propriedades do concreto podem vir a solucionar partes de uma obra, mas com uso racional, sem desperdício.
Atualmente, nas obras convencionais, o concreto é usado desde a fundação até o acabamento. Além disso é manuseado de forma rústica, o que gera grandes desperdícios e acarreta num maior custo da obra e a necessidade de se produzir mais cimento. Isso tudo agrava os impactos ambientais gerados pela sua produção. Se o concreto fosse utilizado somente nas etapas da obra onde ele é indispensável, e ainda usado de maneira correta, a agressão à natureza que a construção civil gera seria diminuída drasticamente.
4 CERÂMICAS
Outro material muito utilizado nas construções convencionais são os de origem cerâmica, como as telhas e os tijolos. Com vestígios de uso desde a pré-história, ainda são amplamente aplicáveis pois proporcionam bela estética e bom conforto térmico e acústico para a edificação.
Contudo, analisando o seu ciclo de vida, vemos que há muita poluição envolvida nos processos desde a fabricação até sua utilização final. Na imagem abaixo Mônica (2012) mostra esses impactos de maneira simplificada:
[pic 2]
Um grande problema das cerâmicas, assim como do concreto, é que ambos são muito difíceis de serem reutilizados, certas vezes impossível. No máximo irão servir como aterro.
A rapidez da obra interfere cada vez mais no custo total da edificação, já que a mão de obra está mais cara a cada dia. Uma parede de tijolos cerâmicos, leva um bom tempo para ser construída, e a única maneira de acelerar esse processo é colocando mais gente a trabalhar, o que acarreta num maior gasto.
Apesar dos itens citados acima, na região de Tubarão, sul de Santa Catarina, ainda se constrói muito com concreto armado e blocos cerâmicos, devido as suas propriedades e a mão de obra da região saber lidar bem com esse sistema construtivo. Além disso os consumidores tem certo preconceito com edificações de outros sistemas construtivos, e ainda são poucas as empreiteiras que construam edificações por sistemas industrializados.
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