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Simulação de Entrevista com Camilo Boito

Por:   •  28/9/2016  •  Ensaio  •  710 Palavras (3 Páginas)  •  440 Visualizações

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Entrevista com o arquiteto restaurador Camillo Boito.

1- Camillo, conte como foi sua introdução na arquitetura.

Nasci em Roma e acabei desenvolvendo meu trabalho em várias áreas como arquiteto, restaurador, historiador, professor e teórico.

Entrei na Academia de Belas Artes de Veneza no ano de 1849, onde comecei minha formação como arquiteto.

2-Como é o Restauro para você?

Acredito que o restauro só deva ser praticado em ato extremo, isto é, quando todas as demais alternativas, como manutenção e intervenções tenham sido esgotadas.

Restauro é como a medicina. Se o paciente se cuidar, não haverá necessidade de passar por cirurgia.

Para isso, criei um conjunto de diretrizes para a conservação e restauração dos monumentos históricos.

3-Mas existem casos de monumentos que mesmo passando por manutenção e intervenção, acabam se deteriorando. Como você lida com este cenário?

Sim, claro que existe esta possibilidade. Neste caso, eu trabalho com o restauro de forma que traga uma marca da época atual, mas mantenha uma relação com o antigo, para não perder sua personalidade. Na verdade, a minha linha de pensamento é sempre baseada na harmonia com a preexistência e o novo em relação ao antigo.

4-Você é um grande estudioso e crítico de Viollet Le Duc e Ruskin Riegl. O que você absorveu desses dois restauradores?

Veja bem, eu não me baseio em nenhuma teoria! Esses dois não eram didáticos e autêntico! Eu já sou! Primeiramente sempre deve-se conservar para não ter que restaurar. Porém se for preciso restaurar, é um mal necessário. Vou escolher que um prédio deixe de existir, fique em ruína, porque é o ciclo natural da vida deste edifício? Ou vou restaurar para que ele continue gerando e revivendo sua história? É claro que vou restaurar! O que jamais poderia fazer é enganar as pessoas, fazendo um restauro imitando o que foi destruído. Preciso deixar claro tudo que foi adicionado de novo e tudo que ficou do antigo.

5-Você disse que não poderia enganar as pessoas, fazendo um restauro imitando o antigo. Já li que você se refere a Viollet Le Duc como um falsificador, pois ele tem em sua teoria de restauro que as adições devem ser iguais as anteriores. Você confirma esta afirmação?

Confirmo! Disse em uma entrevista recentemente que “Vergonha é enganar aos contemporâneos...Vergonha maior é enganar os que virão! ”  Eu não posso intervir ou restaurar tentando enganar ou confundir as pessoas sem que elas saibam o que foi restaurado. Por mais que seja colocado uma lápide informando do restauro, acho muito mais honesto eu fazer o restauro com elementos novos, mas que formem conjunto com o antigo. Assim, ficará claro para quem está vendo ou visitando, que aquela parte sofreu uma intervenção.

6- Em 1883, o congresso de engenheiros e arquitetos italianos, propuseram 7 princípios fundamentais para o restauro. Esses princípios condizem com sua forma de pensamento?

Sim. Principalmente o valor documental, registro fotográfico da obra e a lápide contendo as informações de registro. Porque antes não se tinha esse cuidado, ou poucos tinham. Para a conservação de uma obra ou construção, precisa ter toda a documentação para estudo e registro. Acho isso muito mais importante que teorias radicais que outros restauradores defendiam.

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