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Sobre o processo de projetação no meio ambiente antrópico

Por:   •  31/10/2015  •  Resenha  •  1.231 Palavras (5 Páginas)  •  409 Visualizações

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Curso:  Arquitetura e Urbanismo

Semestre: 1° semestre

Turno: Noturno

Disciplina: Introdução ao Meio Ambiente Antrópico

Turma: 

Aluno:  Michel da Silva Carneiro

Matrícula: 32342

Data: 30/10/2015

Professora: Catarina Sombrio

E-mail: catarinasombrio@hotmail.com

FICHAMENTO

ASSUNTO

TEXTO N° 15 Sobre o Processo de Projetação do Meio Ambiente Antrópico.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA (conforme ABNT)

KOHLSDORF, Gunter. Sobre o Processo de Projetação do Meio Ambiente Antrópico. Brasília,2008.
PRINCIPAIS PONTOS ABORDADOS (O que foi apresentado em cada trecho/subtópico do texto)

O autor inicia o seu artigo concluindo que o arquiteto/designer de interiores deve “apreciar, perceber, estudar, entender, explicar ou imaginar o lugar ou ambiente, a arquitetura, o meio antrópico” (KOHLSDORF, 2008, p.1) e que essas atividades estão relacionadas a muitos outros conhecimentos de outras áreas como a sociologia, a antropologia, a economia, a história, entre outras, de modo que a sua intervenção no espaço será influenciada por tais disciplinas ou conhecimentos adquiridos advindos destas. Ou seja, durante o seu processo de projetação este aplica seus conhecimentos adquiridos de várias áreas para conceber o seu trabalho final. Por exemplo, ao planejar a construção de uma praça, este se valerá de conhecimentos da geografia do local, da topografia, da história do lugar em que será criada, das relações sociais que se objetiva que venha ocorrer no local ou que se deseja que seja modificada, como no caso de um local violento e que se deseja devolver o espaço ao uso das famílias.

O autor também faz uma observação em relação ao espaço/lugar como objeto exclusivo da Arquitetura e, assim sendo, esta tem a atribuição de intevir neste, o que não ocorre nas demais áreas do conhecimento humano, apesar de que estas também poderiam estar intervindas neste espaço modificando-o. Dessa forma ele conclui que é “atribuição exclusiva do arquiteto/designer de interiores darem forma ou projetar a forma dos espaços constituintes dos lugares ou ambientes” (KOHLSDORF, 2008, p.1).

Observa-se que esta intervenção realizada pela Arquitetura parte de uma insatisfação do homem com o lugar em que vive e que se deseja transformar. Esta insatisfação pode ocorrer em razão das suas necessidades físicas, das relações sociais, da sua capacidade de imaginação ou simplesmente da busca da própria felicidade e conforto. Desse processo, o mundo material “irregular” diante de sua insatisfação passa a ser, no mundo das ideias, um local “regularizado” ou “ideal” conforme sua imaginação e desejos.

Desse PROBLEMA que surge entre a situação existente e a situação desejada, o ato de projetar se torna um ato de Criação e os projetos a materialização de uma ideia e também o conjunto de ações necessárias para que esta se concretize.
Também observa que cabe ao arquiteto AVALIAR se o projeto proposto atende ao que se propõe trazendo melhorias para o local a sofrer intervenção levando em consideração na análise desse cenário o fator “custo-benefício”. Dessa forma, o ato de projetar é também um processo contínuo de Criação e Avaliação.

A Arquitetura é tanto um Objeto quanto um Processo, ou seja, pode ser um Produto (Projeto, edificação, etc) e também um Processo de Produção (Prática Humana). 
O autor também explica que a Arquitetura também pode ser analisa do ponto de vista de Produção do espaço constituído de processos de trabalho e relações de produção. Ou seja, pode ser visto como o conjunto dos materiais, recursos humanos e tecnológicos envolvidos como também os diversos papeis que são desenvolvidos na realização desta atividade, as atividades intelectuais e braçais envolvidas, os aspectos legais (legislação) e econômicos, bem como a própria relação entre as pessoas. Nesta visão apresentada, o espaço como objeto de intervenção da Arquitetura é tratado como uma mercadoria ao qual se atribui um Valor monetário.

Também se procura desmistificar o conceito de criação como algo oriundo de inspiração “divina” e demonstra que este processo de “gerar, dar forma, produzir, inventar” pressupõe uma “intenção”, um apanhado de possibilidades a serem avaliados.
Também se procura compreender o que vem a ser Avaliar neste contexto e conceitua esta atividade com uma comparação qualitativa entre duas situações distintas onde se busca medir o grau de melhoria obtido por meio da ação.

Aborda-se também o conceito de Valor como sendo uma “qualidade/quantidade atribuída a qualquer objeto material ou ideal”, portanto, uma escolha de preferência. E sendo uma escolha de preferência este assume um caráter subjetivo, visto que o que vem a ser mais valorizado por uma pessoa ou grupo não necessariamente tem o mesmo valor para outro. Um exemplo disso é a recente situação ocorrida no Pará onde fazendeiros estavam explorando a mão de obra de índios em troca de utensílios e objetos, caracterizando trabalho escravo visto que não eram remunerados financeiramente pelas atividades desempenhadas. Neste caso foi constatado que para esta tribo indígena o dinheiro não tinha nenhum significado de valor para eles como dos objetos recebidos, até porque seu contato com a sociedade foi muito recente e o conceito de dinheiro como algo de valor não fazia parte de sua cultura, a exemplo do que ocorreu na época em que os colonizadores portugueses chegaram ao novo continente.

Ainda na conceituação do termo Valor, H. Richert distingue em seus trabalhos, conforme citado por Kohlsdorf, 6 (seis) domínios de valores, sendo eles: o da lógica, o da estética, o da mística, o da ética, o da erótica e o da ecótica. Desses, se destacam três que estão relacionados com o processo de projetação:
- ecótica ou ecologia: valores oriundos da relação homem x natureza;
- estética: valores oriundos da relação homem x ambiente construído;
- ética: valores oriundos da relação homem x homem (relações sociais).

Outra análise feita é em relação ao processo de outorgamento dos valores onde se procura quantificar algo, ou seja, “estabelecer relações entre escalas de valores” baseado numa determinada situação, sendo estas nominais (bom, ruim, etc), ordinais (1º lugar, 2º lugar, etc) ou cardinais (monetário, por exemplo). Este processo muitas vezes subjetivo depende de vários fatores históricos e culturais, ou, de forma mais geral uma função de 3 (três) fatores, sendo:

  1. O sujeito emitente (Algo pode ser considerado mais ou menos valoroso para um do que para outro indivíduo);
    2. O momento temporal (Algo pode ter mais valor em um certo momento que em outro, a exemplo do que ocorre quando algo é urgente em comparação com o seu oposto);
    3. O objetivo da avaliação (algo pode ser avaliado diferentemente pela mesma pessoa conforme o que se deseja).

Ainda em relação ao processo de outorgar valor, vemos que o individuo nesse processo tanto pode avaliar baseado em uma intuição ou empirismo, ou se valer da avaliação de um “expert” e ainda assim não será algo que seja absoluto, visto que esse ainda dependerá de fatores influenciados por incertezas, necessidades, valores culturais, aspectos dimensionais, entre outros. Um exemplo é o valor de um imóvel em regiões diferentes do mesmo país, mesmo tendo características idênticas, podem ser avaliados e valorados de forma muito distinta, seja pelo mercado local na pessoa do corretor (especulação), seja pela escassez ou dificuldades de obtenção de matéria prima no local, ou ainda pela própria localização geográfica.

Nesta discussão o autor introduz o fator “função de avaliação” onde se permite fazer a relação entre os valores subjetivos citados anteriormente com uma escala de valores, gerando um esquema cartesiano para auxiliar neste processo e que materializa o que falamos sobre a situação de um mesmo imóvel e seu valor atribuído em função de sua localização, concluindo por fim que tudo “pode ser esquematicamente diagramado”.

VISTO:

Em:         /         /      

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