Tombamento St Sul - Goiania
Por: Lisa valle • 12/9/2017 • Trabalho acadêmico • 902 Palavras (4 Páginas) • 271 Visualizações
Proposta de Tombamento do Setor Sul, Goiânia-GO.
O Setor Sul é um dos bairros nobres da cidade de Goiânia, GO, Brasil. Foi projetado pelo engenheiro Armando de Godoy, formado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro e considerado um dos mais importantes urbanistas brasileiros da primeira metade do século XX. Godoy teve como referência a cidade de Radburn (EUA), projetada por Clarence Stein em 1929, e conferiu ao bairro traços tipicamente residenciais, concebendo-o sob forte inspiração do movimento das cidades-jardim.
O projeto do bairro foi aprovado em 1938 com previsão de implementação em 1962, mas com a pressão dos proprietários e a contínua incidência de invasões na área destinada ao bairro, em 1950, a ocupação dos terrenos foi liberada pelo Governo. No projeto original, a maioria dos lotes possuem duas frentes, abrindo-se tanto para um cul-de-sac quanto para uma área verde. As vias que cortam as áreas verdes foram projetadas para servirem de acesso principal às residências enquanto que os cul-de-sacs foram concebidos como ruas de serviço. O Setor Sul é ligado ao Centro e aos demais bairros da cidade através de vias arteriais, que foram concebidas no projeto de Godoy como um asterisco a partir uma grande praça circular (atual Praça do Cruzeiro).
A urbanização do bairro negligenciou muitos aspectos do projeto, acima de tudo as áreas verdes que foram legal e ilegalmente apropriadas por donos de lotes adjacentes, outras se converteram em espaços baldios. Desde então houve algumas tentativas de reurbanização do bairro como o Projeto Cura patrocinado pelo antigo Banco Nacional da Habitação (BNH) que resultou na urbanização de diversas áreas verdes do bairro, arborizando-as e equipando com playgrounds, bancos, postes de iluminação e quadras poliesportivas. Contudo, a despeito dessa e de outras tentativas de reestruturação, o Setor Sul permanece ainda distante do ideal que orientou a sua concepção.
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A escolha do Setor Sul se deve principalmente à dois pontos: em primeiro lugar, o desenho do sistema viário que está sendo descaracterizado e segundamente ao seu uso, que vem perdendo o conceito inicial.[pic 6]
A falta de empenho do poder público e o desconhecimento dos moradores foram as principais razões para que acontecesse a distorção do projeto do setor em questão, um exemplo que pode ser facilmente visto é o caso da entrada principal da maioria das casas, que estão orientados para o cul-de-sac e não para o que chamamos de “bacião” (áreas verdes) onde se situaria a frente correta do imóvel, apesar disso, as vielas seguiram a ideia primordial, que é a construção em curva, para forçar a desaceleração dos veículos (o que acontece realmente na prática). Outro ponto que deve ser salientado é o fato das áreas verdes servirem como “atalho” para a passagem de veículos, e não para a integração social como estabelecido no intuito original, além disso, o percurso para as casas seria feito em segurança, já que o trânsito não seria permitido nestes locais, como já foi falado anteriormente, a entrada de serviço (por onde passariam esses veículos) era pelo cul-de-sac.
O Setor Sul é de clara predominância residencial, mas vem sendo ocupado por usos comerciais e de prestação de serviços, como clinicas, escritórios, pet shops, empórios, entre outros. E com isso o uso que seria estritamente residencial vai se perdendo, com isso parte dos moradores estão se mudando para condomínios fechados na periferia da cidade. Outro fato é que sem boa iluminação, e a falta preservação dos equipamentos urbanos de lazer já existentes se cria uma marginalização nas áreas verdes, provocando a resolução desses problemas por parte alguns moradores, que se organizaram para fazer a devida revitalização do “bacião” atrás de suas casas, já a outra parcela de moradores antigos querem propor a privatização dos cul-de-sacs descaracterizando a proposta original.
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