Urbanização da Cidade de Santiago de Compostela
Por: marianascosta • 18/4/2023 • Projeto de pesquisa • 2.214 Palavras (9 Páginas) • 72 Visualizações
A cidade de Santiago de Compostela, foi durante muitos anos foi uma cidade medieval que se encontrava de uma forma densa no interior da sua muralha e era circundada por múltiplos subúrbios desenvolvidos em volta dos conventos situados no exterior da muralha. Até ao ano de 1500 esta cidade era suja e acervada, com pisos de casas construídas em ressaltos, e acabavam assim por sufocar o espaço publico e as ruas não continham pavimentos.
Esta cidade era velha e repleta de conventos ou igrejas e era escassamente dotada de espaços que permitissem o desenvolvimento da vida civil.
Já no fim desse século a cidade se Santiago de Compostela iniciou um ciclo fundamental para a vida da cidade através da criação da Universidade em 1495. Nesse tempo, o mercado e o templo eram as duas pedras angulares do processo de formação, rivalizam no domínio da estrutura urbana, chegando por vezes à confusão e amálgama dos seus edifícios.
As primeiras décadas do século XVI, são assinaladas por uma importante inflexão neste processo concretizando-se através de algumas intervenções pontuais, que introduziam assim no centro da cidade uma arquitetura retilínea, regular, imponente e aberta. Acabando assim por se verificar a incorporação de uma dimensão civil, numa cidade em que o predominante eram aspetos eclesiásticos e militares.
A conclusão do período Renascentista situa-se em 1650, deixando intocada a impressão geral da cidade medieval, mas inicia importantes transformações no núcleo monumental, criando um sistema de espaços e edifícios públicos em volta da catedral romântica. Mas, a cidade continua a ser contida numa muralha, que começa a vislumbrar-se em Santiago, devido à exuberância dos seus subúrbios, o surgimento da universidade e a modernização do centro da cidade, na condição de uma cidade aberta.
Já no período Barroco, entre 1650 e 1780, o Barroco torna-se para a cidade em algo mais do que um estilo arquitetónico, sendo um modo de vida que impregna a forma física da cidade no seu todo. Assiste-se a uma verdadeira “mudança de pele” na arquitetura monumental de Santiago de Compostela. A forma do barroco é visível de forma profundamente influenciada pelo material no qual de desenvolve, a pedra granítica que favorece, pela dificuldade da sua modelação, a estilização e a geometrização da linguagem arquitetónica.
Durante o século XVIII a atividade de construção torna-se frenética em Compostela, não existindo na época uma ordem religiosa ou instituição que não realize obras no seu património. Os privados também tentam assim iniciar a sua participação nesse movimento geral da reconstrução da urbanização. O período renascentista começou a romper o denso e emaranhado da cidade medieval, ao abrir espaços que proporcionam respirar os seus imponentes edifícios, a época barroca acaba assim por introduzir uma noção de teatralidade, convertendo a cidade num cenário, no qual se acentua o claro-escuro, enfatizando as perspetivas, perseguindo os efeitos surpreendentes da luz e movimento. Assim, o cenário urbano concebe-se como sequência contínua e propõe-se como uma experiência perspetiva baseada na articulação dinâmica dos espaços públicos da cidade.
Nos finais do século XVIII, Santiago de Compostela continua a ser uma cidade precária e degrada face á malha residencial. As “Ordenanzas de Policia Urbana da Cidade de Santiago” tiveram uma extrema relevância quando foram promulgadas em 1780, para dar inicio a um novo ciclo de intervenções na estrutura urbana de Santiago de Compostela. Nesse documento, a preocupação esta centralizada como no período barroco, no cenário monumental da cidade. O plano tenta focar-se nos problemas mais específicos da técnica urbanística como a regularidade e integridade da edificação, qualidade do sistema do sistema viário, a fluidez de tráfego e o bom funcionamento dos serviços e infraestruturas.
Iniciou-se assim um período urbano que visa marcar a imagem atual da cidade histórica, a renovação da fachada residencial da cidade, através da supressão dos corpos precipitados sobre a rua, com o aumento dos volumes em altura e a regularização dos vãos. É assim iniciada uma transformação gradual que visa iniciar a substituição de um casario dominantemente das fachadas cegas, por uma fachada residencial generalizada. O sistema compositivo utilizado tem como base uma disposição rítmica dos vãos alargados aos quais se acrescentam, em meados do século XIX, as características de galerias de madeira, como miradouros, nos pisos superiores dos edifícios. Paralelamente a esta renovação do casario é implementado uma melhoria substancial nas infraestruturas urbanas como a pavimentação das ruas. São assim utilizados grandes blocos de pedra que concedem a Santiago de Compostela o seu ambiente especial devido à sua homogeneidade, através do prolongamento das pedras das fachadas para o pavimento.
Durante o século XIX, a cidade de Santiago de Compostela, passou por um enorme processo de transformação significativo na componente urbana, que incluiu a concretização de diversos planos de urbanização, como resultado da industrialização e do crescimento populacional.
Foi em 1835, que o arquiteto Luciano augusto de Castro apresentou um projeto de reforma urbana para a cidade, em que previa a abertura de novas ruas e avenidas, para além da construção de edifícios públicos e monumentos, mas, no entanto, esse plano não foi implementando na íntegra.
Mas em 1853, o arquiteto Domingo de Andrade decide apresentar um novo plano de urbanização para a cidade. Esse plano tinha como principal objetivo uma modernização da cidade e melhorar as condições de vida dos habitantes, sendo que esse plano precede a abertura de novas ruas e praças, a criação de um sistema de abastecimento de água potável e a construção de um mercado central. Nesse plano também estava previsto a demolição da igreja de Santa Maria de Salomé, mas esta, acabou por ser mantida na cidade.
Já em 1873, o arquiteto Carlos María de Castro decide apresentar um plano de ampliação da cidade, onde estava prevista a construção de bairros novos e avenidas, para alem da criação de um parque público. Mas mais uma vez, esse plano também não foi implementado na integra.
Assim, as principais mudanças implementadas na cidade durante esse período, podemos destacar, a expansão urbana, onde devido ao aumento da população a cidade expandiu-se para fora das suas muralhas medievais, dando assim origem a novos bairros e áreas residenciais, assim como o melhoramento das infraestruturas, para ser assim possível acompanhar o crescimento urbano, devido á construção de novas ruas, praças e edifícios públicos como hospitais, escolas
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