A Controladoria Financeira

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Diana Márcia dos Santos Plácido¹

Raimunda Marycelle Santos Garcia²

        INTRODUÇÃO

O orçamento financeiro é considerado uma ferramenta importante para a  gestão de uma empresa. Negligenciado de maneira comum, o que seria um aliado para dirimir descontroles financeiros e imprevistos, torna-se um dos fatores negativos que induzem projetos à sua inviabilização antes mesmo de ser iniciado.

Chegar ao final de um projeto e as contas não fecharem é mais comum do que se imagina. Estourar orçamentos é uma das causas mais apontadas nas falhas de um projeto. A falta de um planejamento com riqueza de detalhes, o gerenciamento de  custos em projetos, é uma prática essencial para o sucesso de uma organização. Mas, essa situação não está limitada a empresas. Em se tratando de orçamentos financeiros pessoais, o cenário brasileiro não é tão diferente assim.

Este trabalho visou construir pontes de aprendizado sobre as causas da impraticidade de orçamentos, bem como os componentes básicos de um orçamento, além de conhecer o impacto causado pelo custo no orçamento financeiro.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em 2016, o SPCP BRASIL (Serviço de Proteção ao Crédito) realizou uma pesquisa que mostrou que 46% dos brasileiros não controlam seus orçamentos. Os motivos? Falta de disciplina, esquecimento e não ter tempo foram as principais justificativas dadas pelos entrevistados.

Já pesquisas mais recentes, o percentual aumentou para 48% de brasileiros que descuidam de seus orçamentos familiares. E os 52% que controlam seus gastos, o fazem de forma inadequada através de controles apenas de cabeça ou utilizando cadernos de anotações.

Num país como o Brasil, onde a véia empreendedora pulsa forte, trazer essa cultura do descontrole com orçamentos, deveria ser deixada de lado. Uma vez que, segundo o relatório anual Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), realizado no Brasil com o apoio do SEBRAE e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), indica que 2020 será o ano em que o Brasil atingirá a sua aior taxa de empreendedores iniciais ou dono de negócioscom até três anos e meio de atividades, com 25% da população adulta nacional empreendendo.

Segundo o educador financeiro do portal “Meu bolso feliz”, José Vignoli:

Como a falta de conhecimento sobre as próprias finanças é um problema crônico no Brasil, éimportante incluir a educação financeira como tema na formação básica dos cidadãos. Controlar gastos, fazer um planejamento antes de ir às compras e evitars consumir por impulso são algumas atitudes simples que deveriam ser assimiladas desde criança.

O problema para o povo brasileiro são os gastos extras. Mas isso não quer dizer, que isso se deve por falta de conhecimento. 

Não é fácil espantar a preguiça e manter a disciplina de anotar as inúmeras despesas do dia a dia, sem perder de vista o controle das compras parceladas e das aquisições não planejadas, mas tudo isso é importante afim de equilibar o orçamento mensal. (Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil).

        

Como esses dados podem refletir nas empresas? A principal causa de falência de 42% das pequenas e micro empresas é pela falta de planejamentoe pouca visão de mercado, segundo pesquisa desenvolvida pela IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Outro problema listado, foi a complexidade de tecnologias de gestão disponíveisno mercado. Não é por acaso que a Contoladoria nas empresas são dedicadas a auxiliar esses pontos.

A gestão de custo visa garantir que o projeto seja finalizado dentro do orçamento estipulado, ela interage e tem interface com as demais áreas (VALERIANO, 2001).

Martinelli (2009) compartilha que é necessário conhecer e identificar todos os custos envolvidos, desde antes da tomada de decisão de ir adiante no projeto, até o encerramento/lançamento do projeto.

Gido et all (2007, p.257) afirmam que “o segredo para um controle de custos eficaz é analisar o desempenho de custo de forma regular e pontual”, afim de evitar situações de descontroles, tendo como aliado a aplicação de plano de ações.

Vale lembrar que a finalidade de um orçamento, é de detalhar todas as despesase receitas da empresa em um determinado período – geralmente é anual. Esse detalhamento, não se baseia apenas em dados passados, ele é atreladoa uma análise crítica da situação da empresa, das perspectivas de mercado e dos objetivos de negócio.

É preciso ter um planejamento orçamentário eficiente, para que a saúde financeira seja preservada.

A figura abaixo, é um exemplo de como um orçamento é praticado em uma empresa:

FIGURA 1 – ORÇAMENTO EMPRESARIAL

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FONTE: Blog Luz¹

A figura 2 mostra como acontece o processo do gerenciamento de custo:

FIGURA 2 – ESQUEMA DO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE CUSTO

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FONTE: Euax.com.br

3. METODOLOGIA

        A metodologia utilizada para a realização deste paper, foi uma pesquisa exploratória, através de sites, pesquisas de órgãos responsáveis pela mensuração de dados do tema deste trabalho.

        Um estudo feito pelo SEBRAE sobre a causa mortis  das  empresas no Brasil revelou  que a falta de planejamento é o principal motivo pelo qual empresas com até cinco anos de existência fechem as portas. Isso nos chama atenção para o que a cultura brasileira tem como prática, deixar de controlar as finanças pessoais. Dentro da pesquisa realizada pelo SPC BRASIL, a forma de controle de 29,3% fazem de “cabeça” e os que utilizam algum método de controle, são representados pelos números abaixo:

• 29,8% anotam em cadernos de anotações;
• 21,0% utilizam planilhas eletrônicas;
• 3,01% recorrem aos aplicativos digitais.

Isso interferem nos números de inadimplentes no mercado. A falta de controle de um orçamento, não impacta somente no individamento pessoal, mas em caso de empresas,  estouros recorrentes que irá afetar diretamente no desempenho e na vida útil de um empreendimento, um projeto.

A falta de planejamento está atreladoao fracasso financeiro e econômico de partes do negócio. Como forma de combate a falência das empresas, é de fundamental importância entender as causas, o impacto e como tratar os impactos de orçamento financeiro mal planejado e acompanhado.