A Importância Do Planejamento Financeiro Para Empresas De Pequeno Porte

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO PARA EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

Mayrianne Moreira Mariano Marinho¹

1. INTRODUÇÃO

No mundo atual, as empresas vivenciam constantes mudanças. Além de se inserir em um mercado de alta concorrência, precisam lidar com as exigências cada vez maiores do público consumidor, sendo fundamental que as empresas procurem ferramentas que possam conferir aos produtos/serviços oferecidos uma qualidade diferencial.

Para atender as expectativas do público consumidor, além da qualidade, é preciso se atentar ao fator preço, que ainda é um dos pontos mais analisados na compra de um produto/serviço.  Assim, é essencial adotar medidas estratégicas de otimização dos custos e aumento de produtividade. Neste contexto, ter em mãos o conhecimento e ferramentas de controle de custos, acabam por tornar as empresas mais competitivas. Tais ações só são possíveis a partir de um planejamento financeiro balanceado.

Com base no exposto, surge o seguinte questionamento: qual a relevância e a importância do planejamento financeiro para o sucesso das empresas de pequeno porte? A fim de responder tal questionamento, foi desenvolvido este estudo com 1 empresa, com o objetivo de avaliar – sob a ótica do gestor – como o controle financeiro é importante para se manter ativo no mercado atual.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Planejamento Financeiro pode ser conceituado como uma ferramenta ou estratégia empresarial, que estabelece planos a serem executados e analisados com o objetivo de promoverem resultados econômicos e financeiros positivos à referida organização. Este tipo de planejamento se apresenta essencial já que acaba por gerenciar suas atividades, recursos e pessoal, com o objetivo de controlar e prever custos, despesas, lucros, facilitando o processo decisório dos gestores e administradores de empresas (MASIERO, 2013; PONTES, 2013).

Sob a ótica do mercado atual, Matias (2017, p. 13) afirma que o

[...] ambiente empresarial brasileiro sofreu mudanças profundas nas últimas décadas, entre as quais a estabilidade de preços, a maior abertura para importações e as privatizações, acirrando a competição. Com o aprimoramento do mercado financeiro, cresceu também a demanda por profissionais qualificados, com formação sólida para implementar controles e contribuir para as decisões financeiras das organizações.

A concorrência e a competição no mercado atual se torna ainda mais evidente frente ao mercado das empresas de Pequeno Porte, que na maioria das vezes não possui estabilidade administrativa e financeira para lidar com os baques da concorrência. Como descreve Teixeira (2016, p. 2) “por suas peculiaridades, estas empresas são mais suscetíveis aos efeitos oriundos de um processo de fragilização da economia. ”

Sob a classificação das Empresas de Pequeno Porte, como estabelece o Artigo 3, inciso II, da Lei complementar 139/2011 (que altera dispositivos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, e dá outras providências), se enquadram nesta categoria as empresas com receita anual bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (BRASIL, 2011). Sendo assim, apesar de fazerem parte expressiva da economia brasileira, a adaptação destas empresas no mercado atual sofre com as oscilações de preços, prazos, concorrência, oferta e demanda e diversos outros fatores.

Em cenários como o atual, uma empresa para ter sucesso, precisa se planejar em vários níveis, e em especial no nível financeiro. Somente com os dados referentes a despesas, custos, logística, marketing e afins, é que o gestor poderá de fato tomar decisões de maneira assertiva, assim como estabelecer preços de produtos/serviços que atendam às necessidades funcionais da empresa, e que também gerem lucro (MASIERO, 2013; TEIXEIRA, 2016).

De fato, as empresas com porte menor se iniciam e vão sobrevivendo sem o mínimo de organização estratégica ou financeira, na maior parte dos casos. Em alguns casos, estas conseguem sobreviver dia após dia, mas essa decisão é perigosa, já que sobreviver e crescer são conceitos distintos. Sob essa perspectiva, para conseguir crescer no mercado, e alcançar clientes e consequentemente o lucro desejado, existem vários pontos essenciais, entre eles o planejamento financeiro, que

[...] indica a estratégia financeira que a empresa irá utilizar quanto à gestão de seus recursos financeiros, e sua principal função é transformar todas as decisões tomadas nos diversos planos departamentais no denominador monetário. O planejamento financeiro formaliza o método que a empresa deverá utilizar para alcançar suas metas financeiras e consiste em uma declaração financeira formal do que será feito no futuro (SANTOS; BOLIGON; MEDEIROS, 2015)

Por si só, o Planejamento Financeiro aborda, entre diversos outros assuntos da área, as metas e objetivos acerca de “formação do capital de giro, controle do fluxo de caixa, contas a pagar e a receber, entre outros.” (TEIXEIRA, 2016, p. 2). A partir dos dados obtidos, e das projeções futuras é que é possível avaliar o crescimento projetado, assim como a possibilidade de investimentos, novas abordagens de negócios, expansão, contratação de pessoal, entre diversas outras ações de suma importância para o crescimento de uma empresa no mundo dos negócios.

Além do mais, como exposto por Masiero (2013, p. 318) “as empresas, à medida que se expandem, carecem de mais recursos. Esses podem ser obtidos por meio de empréstimos de terceiros, reinvestimentos de lucros e participação de acionistas. ” Entretanto, a melhor decisão frente a essas opções, só pode ser tomada se os gestores possuírem controle e conhecimento de toda a parte financeira da empresa, avaliando os riscos, vantagens e desvantagens de cada opção.

Figura 1: Etapas básicas de um Planejamento Financeiro promissor.