Análise da Projeção mensal da Companhia Comercial de Macapá
Por: andrade.araujo • 9/8/2017 • Trabalho acadêmico • 1.263 Palavras (6 Páginas) • 374 Visualizações
Matriz de atividade individual*
Módulo: 3 | Atividade: Atividade Individual |
Título: Análise da Projeção mensal da Companhia Comercial de Macapá | |
Aluno: THIAGO ANDRADE DE ARAUJO | |
Disciplina: Orçamento empresarial | Turma: |
Introdução O presente trabalho abordará tecnicamente a projeção mensal de resultados da Companhia Comercial de Macapá através de uma análise financeira das premissas utilizadas na sua elaboração. | |
Premissas de evolução de receitas/Redução de custo/Despesas operacionais Quanto à Receita foi projetado pela empresa um crescimento de 20%, por bimestre para os seis primeiros meses, no seu faturamento. Todavia, a empresa considerou manter-se constante as suas despesas operacionais do período. O Lucro Líquido projetado foi positivo no período, pois a receita foi superior às despesas. Como observação quanto a evolução das Receitas vê-se que a empresa não adotou uma política conservadora na projeção de suas vendas. Um crescimento de 20% por bimestre não leva em conta certamente a projeção de crescimento da economia, nem do setor. Também não foi avaliada uma eventual sazonalidade nas vendas durante o período. Como observação quanto às Despesas Operacionais vê-se que a empresa deveria ter considerado que um aumento da receita ocasionaria, proporcionalmente, um aumento nas despesas operacionais correlacionadas aos gastos de produção e não apenas a elevação dos custos das mercadorias vendidas e dos tributos. Não houve a identificação de custos adicionais, em máquinas e equipamentos, pessoal e empréstimos para dar suporte a alavancagem das vendas em tal percentual. Quanto ao preço das mercadorias para venda aponto o seguinte: 1 - Em comparação com a Receita de vendas vejo que o preço das mercadorias na venda se mantém constante nos 3 primeiros meses do ano (o fator é constante - Receita vendas/Custo de mercadoria vendida = 2,5). Assim, cada 1 real em compre gerou 2,5 reais na venda; 2 - Fazendo esta mesma comparação para os 3 meses seguintes o preço das mercadorias na venda também se mantém constante (Receita vendas/Custo de mercadoria vendida = 2,85714), porém houve um aumento no preço de venda o item, de sorte que ocasionou um ganho maior na sua venda, agora para 1 real gera 2,86 na venda. A empresa necessita gerir melhor a sua estrutura de custos e formação de preços, só assim conseguirá reduzir custos. Não foi evidenciado na projeção nenhum trabalho para redução de custos. Isto deveria ter sido feito na sua estrutura de compras, pois se exerce a atividade comercial sua principal preocupação deveria ter uma estrutura de compras eficiente que lhe permitisse negociar melhor os preços de compra, e não alavancar seu crescimento no aumento de preço final de sua mercadoria. | |
Taxa mensal/Cargas tributárias Os conhecimentos financeiros e tributários são fundamentais para os gestores, contribuindo diretamente para tornar o processo de planejamento mais efetivo e de tomada de decisão mais precisos. A Rubrica de tributos incidentes sobre as vendas está em torno de um percentual de 25%, já a de Imposto de renda /Contr. Social, em torno de 30% do resultado antes do imposto de renda. Pelos fatos expostos não dá para saber com exatidão em que forma de tributação a empresa estaria enquadrada. A priori pela forma com que foi demonstrado o encargo tributário, vejo que pode ser tratar de uma empresa tributada pelo LUCRO REAL. Vejo que falta uma análise financeira e tributária para melhor enquadramento tributário da empresa, devido ao seu faturamento poderia ser uma empresa do SIMPLES ou do LUCRO PRESUMIDO, a priori em mesmo se mantendo no lucro REAL faltou a demonstração da gestão de recuperação de tributos não cumulativos, como o ICMS e PIS/COFINS, o que ocasionaria a redução da sua carga tributária quanto aos tributos indiretos.
A empresa necessita de capital de giro e para isso deve recorrer a empréstimos bancários para financiar a atividade operacional da empresa, dada a inexistência de capital inicial, caixa inicial, para iniciar a atividade. Isto ocasionou um gasto em torno de R$ 2.853,00 em pagamentos de juros. | |
Prazos médios/Prazos referentes à liquidação de impostos/Política de estocagem Quanto a política de estocagem adotada pela empresa teço os seguintes comentários: 1 - A projeção de compras não detalha o valor unitário de compra, nem a quantidade comprada; 2 - Não há como projetar, sem os dados acima, o verdadeiro custo das mercadorias vendidas; 3 - não há segregação no orçamento de compras por tipo de mercadoria adquirida. Com base nestes 3 itens acima mencionados não há como projetar com firmeza e coerência, não está estabelecido o que comprar, quando comprar e quanto comprar. Vemos que o saldo final do estoque está em torno de 50% do consumo esperado para os 3 meses seguintes, o que parece ser razoável. Quanto aos prazos de liquidação de impostos vejo que está sedo tratado coerentemente, pois os impostos incidentes na operação vencem no mês subsequente ao fato gerador. Assim a projeção considerou o regime de caixa corretamente para o fluxo de caixa e o regime de competência para projeção do resultado. Quanto aos prazos médios de pagamentos dos fornecedores vejo que é pago 50% no mês corrente, que pode ser à vista, e os outros 50% à prazo, em torno de 30 dias. Já para os Clientes a empresa dá um prazo de 30 dias para pagamento. Isto sem dúvida impacta o fluxo de caixa da empresa que deve negociar junto a seus fornecedores melhores condições de pagamento. | |
Viabilidade do projeto/ Medidas para otimizar a geração de resultado Creio que um projeto de orçamento projetado baseado simplesmente no aumento de sua receita, estimado pelo aumento das vendas em 20% por bimestre e pela aumento do seu preço de venda unitário no segundo trimestre, está fora da realidade do mercado. É uma projeção que não reflete a realidade do mercado e supostamente em a do nicho comercial em que a empresa esteja inserida. Além do mais não houve projeção de aumento de despesas operacionais para se fazer frente a esta alavancagem exponencial de receita de vendas. Mais complicado ainda é o fato de que, para que isso tudo ocorra como planejado, é necessário a aquisição de capital de giro por meio de empréstimos com o consequente pagamento de juros. O projeto para mim não apresenta viabilidade. Embora o projeto apresente um resultado em torno de R$ 10.937 como geração final de caixa, vejo que isto seria muito difícil de acontecer em virtude dos pontos acima mencionados. O caixa só fica positivo com o recebimento das vendas do último mês de operação, se ocorrer inadimplência do período este montante fica comprometido. Para otimizar a geração de resultado a empresa deveria investir na redução dos custos de mercadoria compradas, em planejamento tributário para reduzir sua carga de impostos, e sobretudo reduzir o seu custo com estoques (compra e manutenção dos mesmos) de forma que pudesse ficar menos dependente de capital externo para financiar suas atividades operacionais. | |
Conclusão O projeção orçamentária é o plano financeiro de uma administração para determinado período, sendo imprescindível para o alcance da eficiência na gestão empresarial, todavia deve ser pautada dentro da realidade econômica futura e do que se espera para o nicho de mercado em que a empresa esta inserida. Projeções com excesso de confiança como a realizada pela Companhia Comercial Macapá tem grandes chances se serem fracassadas e de colocarem em risco a própria empresa.
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Referências bibliográficas WELSCH, Glenn A. Orçamento empresarial. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 1983. BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1995. |
*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.
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