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Análise de Método de Custeio para formação do preço de venda em uma microempresa do ramo de informática

Por:   •  26/11/2015  •  Monografia  •  6.830 Palavras (28 Páginas)  •  401 Visualizações

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ANÁLISE DE MÉTODO DE CUSTEIO PARA

FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA EM UMA

MICROEMPRESA DO RAMO DE INFORMÁTICA

                

Rafael Cabral da Silva
Lohan Soares Nogueira Cozendey
Thiago Couto Lage

RESUMO

Atualmente no mundo empresarial é de extrema importância o conhecimento da contabilidade de custos. As empresas que apresentam maior crescimento são aquelas que oferecem ao cliente um produto de qualidade com preço competitivo, algo que se torna inviável sem um método de custeio definido. O conhecimento na área de custos pode se apresentar como vantagem competitiva para as empresas, principalmente entre as micro e pequenas. A proposta deste estudo é estabelecer um método de custeio para uma microempresa do ramo de informática. O objetivo principal é explicitar os procedimentos para definir preços de venda com base nos custos. Este propósito é obtido através de estudo de caso, pesquisa bibliográfica e análise qualitativa e quantitativa dos métodos de formação de preço de venda. Ao final é concluído que falta na empresa um conhecimento mais aprofundado sobre custos, e que a empresa não está alcançando a margem de lucro desejada. Deste modo, foi proposto um preço de venda que atenda a expectativa de lucro.

PALAVRAS-CHAVE: Custos; Método de Custeio; Preço de Venda

INTRODUÇÃO:

        Neste estudo é apresentada a investigação de um método de custeio para formação de preço de venda em uma microempresa que atua no mercado de vendas de produtos de informática e prestação de serviços de montagem e manutenção de computadores. Desta maneira, o objetivo geral é demonstrar os procedimentos para definir preços de venda com base nos custos. Este objetivo será atingido, determinando objetivos específicos como, determinar material direto e mão de obra direta, expor os métodos de custeio existentes, buscar características específicas da produção e venda do microcomputador e ao final, apresentar um método para cálculo de preço de venda com base nos custos.
        A metodologia utilizada foi o estudo de caso, que é uma investigação empírica que investiga um fenômeno dentro de certo contexto, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.
 Uma pesquisa bibliográfica também foi realizada para complementar o referencial teórico. Esta pesquisa se deu principalmente em livros, visando esclarecer a complexidade da contabilidade de custos juntamente com seus procedimentos para determinar preços de venda. Destacando-se Souza e Diehl (2009), Ferreira (2007), Crepaldi (2009), Bruni e Famá (2010) e Martins (2008). Assim, aborda-se a contabilidade de custos, as terminologias de custos, a classificação dos custos, os métodos de custeio, o preço de venda e os métodos para formação de preço de venda.        As abordagens utilizadas para analisar os métodos de formação de preço de venda na empresa em questão foram a pesquisa qualitativa e quantitativa. O objetivo foi descobrir até onde vai o conhecimento do sócio administrador dentro do assunto abordado e quantificar os processos, custos e preços, tendo como objetivo final a proposta de intervenção em um preço ideal a ser exercido.
        Atualmente no mercado existe uma competitividade muito forte, as grandes empresas têm sufocado as menores, aquelas que têm pouca experiência. Muitas vezes estas micro e pequenas empresas não possuem uma estrutura apropriada de custos para formar seus preços de venda. Devido a esta grande concorrência, além da empresa ter de praticar um preço de venda que arrecade um lucro suficiente para se manter e crescer, este valor tem de ser atrativo para o consumidor, pois é notório que isso influenciará o cliente na decisão da compra. Diante do exposto, as empresas devem descobrir maneiras adequadas de formar preços, viabilizando sua estabilidade no mercado, principalmente as micro e pequenas empresas, que é o foco deste trabalho.        
        A empresa estudada neste trabalho não possui uma metodologia adequada para definir seus preços de venda, logo será elaborado um durante esta pesquisa. Para esse fim, utilizou-se como principais fundamentadores teóricos Ferreira (2007), Crepaldi (2009) e Martins (2008). Através da fundamentação teórica, são abordadas as terminologias de custos e suas classificações, os métodos de custeio mais utilizados e as metodologias para definir preços. Os procedimentos metodológicos são estudo de caso, pesquisa exploratória e abordagem qualitativa e quantitativa. Através do exame da entrevista aplicada ao sócio administrador são identificados os pontos a aperfeiçoar da empresa, sendo assim é selecionado um produto representativo no faturamento da organização para propor um cálculo de formação de preço com base nos custos. Depois do levantamento dos dados do produto abordado, é identificado o método de custeio que melhor se aplica para a organização, elabora-se os cálculos até alcançar o preço de venda e se executa um comparativo do preço atual praticado com o preço proposto pelos cálculos. E no final é encontrada a margem de contribuição deste produto.


1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

         O objetivo deste trabalho é definir e implementar um método de custeio em uma microempresa do ramo de informática. Sendo assim, há a necessidade de exemplificar os diferentes métodos de custeio e enfatizar o que será utilizado para esta empresa. O método mais apropriado observado antes da pesquisa é o custeio por absorção, pois dentre os métodos neste estudo, este é o que mais se enquadra e o único aceito pela legislação fiscal. Será esclarecido também os conceitos de preço de venda, método de formação de preços baseados nos custos, markup e margem de contribuição.        
        Não foi considerado nenhum imposto no desenvolvimento dos cálculos, devido essa informação não ser o foco deste estudo.        

1.1 Contabilidade de Custos: Terminologias        

        A contabilidade de custos tem como objetivo oferecer aos gestores informações precisas e cruciais ao planejamento e controle, facilitando nas decisões dentro das organizações. Para definir o custo de um produto, todos os fatores de produção são convertidos em valores monetários e são incluídos no cálculo de custeio, e cabe ao autor definir, através de técnicas já teorizadas, qual a classificação adotada para esses custos. É possível ratificar também que a correta utilização da contabilidade de custos auxilia qualquer sociedade empresarial a alcançar seu objetivo principal em um mercado competitivo. Martins (2008, p.22) ressalta que “o conhecimento de custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou, senão rentável, se é possível reduzi-lo (custo).”        
        Existe uma variedade de terminologias na área contábil, no qual contadores têm grande dificuldade em saber a diferença entre uma terminologia e outra. Estes vícios dificultam o entendimento do contador no que tange a classificação de cada valor, e também dificulta o entendimento das informações gerenciais. As terminologias são: gasto, investimento, despesa, desembolso, perda e custo.        


1.1.1 Custo: Conceito de gasto, investimento, despesa e perda        

        Gasto
 - segundo Martins (2003, p. 17,) é “a compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).” Em resumo, desembolso significa despesa, gasto (BUENO 2007). Gasto também é o esforço financeiro que a empresa realiza para aquisição de um bem ou serviço representado pelo pagamento no ato ou no futuro (FERREIRA, 2007).        
        
Investimentos - são gastos com bens ou serviços ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos posteriores (FERREIRA, 2007).        
        
Despesas - Conforme diz Crepaldi (2009, p.7), “são os gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas, que provocam redução do patrimônio.”        
        
Perda - é o bem ou serviço consumidos de forma involuntária. Não se confunde com a despesa, muito menos com custo, exatamente por sua característica de involuntariedade. Não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita (MARTINS 2003).         
        Assim, pode-se dizer que custos são os gastos pertinentes à parte produtiva da empresa. São relativos a bens e serviços utilizados na produção de outros bens e serviços.

1.1.2 Custo direto, indireto, fixo, variável e semivariável        

        Os custos podem ser classificados de diferentes maneiras dependendo da forma com são aplicados no controle de gestão. Para Perez Júnior, Oliveira e Costa (2009), custos diretos são os custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço e valorizados com relativa facilidade. Como exemplo de custo direto é possível citar: matéria- prima, mão de obra direta (funcionários) e material de embalagem.        
        Bruni e Famá (2010) definem que os
custos indiretos são os gastos identificados com a função de produção ou serviço a ser comercializado, mas que não podem ser associados diretamente a um produto ou serviço específico. Os autores também ressaltam que os custos indiretos correspondem a todos os outros custos não agrupados como em mão-de-obra direta (MOD) ou materiais diretos (MD), e que os custos indiretos visam transformar em novos produtos o material direto através da mão-de-obra direta. Exemplos de custo indireto são depreciação, mão de obra indireta (auditores externos) e manutenção.        
        
Custos fixos são os custos que se mantém constantes no período, sem alteração de seu valor devido a volume de produção, de vendas ou outros fatores. Segundo Padoveze (2006), custo fixo é aquele que não altera o seu valor com as mudanças no volume produzido ou vendido. Estes custos tendem a manterem-se inalterados e constantes independente do volume das atividades operacionais. Os custos fixos também são conhecidos como custos de capacidade, em vista de que são necessários para se manter um nível mínimo de atividade operacional.
        Ao contrário dos custos fixos, os
custos variáveis já se alteram proporcionalmente devido a algum fator, como volume de vendas, volume de produção, entre outros. Segundo Padoveze (2006, p. 56), são custos variáveis os custos “cujo montante em unidades monetárias varia na proporção direta das variações do nível de atividade a que se relacionam”. Ainda segundo Padoveze (2006), os custos variáveis são aqueles que crescem em cada alteração da quantidade produzida ou vendida, cuja variação será diretamente proporcional em seu valor. Se a quantidade produzida aumentar, o custo variável também aumentará em igual proporção.        
        Os
custos semivariáveis possuem uma parte fixa e outra variável. Segundo Leone (1989, p. 70), “os custos semivariáveis são aqueles que dispõem de uma parcela fixa e de outra variável” e “são tipos de custos muito encontrados na prática”. Leone (1989, p. 70) ainda diz que “o custo semivariável deverá ser sempre analisado para se determinar essas duas partes” e “existem vários métodos estatísticos e matemáticos usados para essa determinação”. Um exemplo dado por Leone é o custo de manutenção, que normalmente é um custo semivariável, pois “sempre é constituído de uma parte fixa (os custos da atividade quando o volume de serviços é igual a zero) e uma parte variável (que deve variar de acordo com o parâmetro da atividade, que serve como referencial)”.        

1.2 Métodos de Custeio        

        
Segundo Leone (1989), é dever do contador de custos preparar os sistemas de custos que serão utilizados para colher os dados necessários, arrumá-los e produzir as informações gerenciais para os setores administrativos, e a contabilidade de custos emprega vários sistemas de custeio que representam critérios, convenções, procedimentos e registros que interagem para atender a determinadas finalidades.        
        Sobre os sistemas de custeio, Bruni e Famá (2010, p. 33) dizem que “os sistemas de custeio referem-se às formas como os custos são registrados e transferidos internamente dentro da entidade”, e que identificam os custos dos estoques de produção e produtos acabados. Os métodos de custeio mais utilizados são apresentados nas subseções que seguem.        
1.2.1 Custeio variável        

        
No método de custeio variável, apenas os custos variáveis devem ser apropriados. Os demais custos são tratados como despesas do período. Este método não chega a um valor do custo do produto, mas determina a margem de contribuição que cada produto gera para a empresa.        
        Segundo Leone (1989), o custeio variável é um critério utilizado para acumular os custos de qualquer segmento ou objeto da empresa, sendo normalmente aplicado ao sistema de acumulação de custos das operações fabris. Este método é recomendado para determinar o custo de outro segmento qualquer da empresa que não seja o de produção. Leone (1989) diz ainda que o critério do custeio variável tem possibilidade de aplicação a qualquer sistema de determinação de custos, oferecendo vantagens quando aplicados ao sistema de custeio por processo, por ordem de produção, pela responsabilidade e, sobretudo, quando o Sistema de Custos Estimados ou Padronizados é articulado nos sistemas citados.        
        Para Souza e Diehl (2009), somente os custos variáveis são atribuídos aos produtos no custeio variável, com exclusão dos custos fixos. Neste método de custeio, os custos variáveis são considerados como os únicos custos consumidos pelos produtos, com os custos fixos apenas da estrutura do meio de produção. Para essa concepção, não é recomendado atribuir os custos fixos aos produtos, sendo ainda desnecessário.        
        Vale ressaltar, segundo Martins (2008) que este método é utilizado para fins gerenciais, pois não é aceito pela legislação fiscal. Além disso, é indicado apenas para os casos em que os custos variáveis são significativos em relação aos custos totais.        

1.2.2 Custeio por Absorção        

        
. O custeio por absorção se dá, como o próprio nome diz, pela absorção dos custos gerados na produção pelo produto, através de critérios distintos para os diferentes custos incorridos, independente de serem eles diretos, indiretos, fixos, variáveis ou semi-variáveis.         Segundo Leone (1989), este critério indica o procedimento feito, que é absorver os custos indiretos a cada departamento e a cada produto final por meio de taxas de absorção. Para empregar este critério, os custos administrativos tendem a crescer, pois é necessário manter uma equipe de funcionários capacitados para tal procedimento, uma vez que é preciso coletar estatísticas, acumular e organizar os dados de base para o rateio, bem como manter em perfeito funcionamento o uso do Plano de Contas para organização das informações dos custos.
        Berti (2010, p. 63) diz que “o custeio por absorção é o método de apuração de custos de produção aceito pela legislação fiscal, cujo art. 290 do RIR/99 prevê que o custo de produção de bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente:

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