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Cabeça Feita o Repensar

Por:   •  24/4/2020  •  Resenha  •  1.820 Palavras (8 Páginas)  •  162 Visualizações

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SOBRE O LIVRO

O livro foi escrito por um dos principais pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos da complexidade, oferece subsídios para refletir sobre a fragmentação do conhecimento. Percebe-se que o autor é um visionário, que tem sólidos conhecimentos nas áreas de sociologia e filosofia, e essa leitura nos leva a perceber a necessidade de criar uma visão sistêmica nos capacitando a desenvolver o pensamento complexo, contextualizado e ético capaz de enfrentar os desafios do cotidiano. Ele empenha-se em apresentar as circunstâncias acerca do papel da escola, do ensino em si, e a capacidade humana em resolver problemas generalizados, em que é necessário interligar várias áreas do conhecimento e o desgaste que resulta pela falta desse elo, impedindo a contextualização, e criando ”cabeças cheias”, ou seja, um amontoado de informações sem conexão.

Em seu livro A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento, Edgar Morin destaca a necessidade da interdisciplinidade na educação. No decorrer de suas 128 paginas divididas em nove capítulos e dois anexos, o autor fundamenta suas convicções, propondo uma reorganização do modo de pensar e consequentemente uma reforma na educação, Ele usa os primeiros capítulos para fundamentar e apresentar conceitos importantes sobre ciências naturais e teorias sobre a complexidade e a importância de tomar consciência de pertencer ao planeta terra, enaltecendo a necessidade de reformular o pensamento concomitante a reforma do ensino. O livro aborda a reforma nos saberes, e no prefácio o autor retrata suas reflexões sobre as praticas educacionais atuais e a necessidade em inserir a interdisciplinidade. Ele explica como durante anos aproveitava as oportunidades para refletir sobre o assunto e testar a viabilidade de suas ideias. A idealização do livro foi sendo construída a partir de sua concepção na necessidade de reformar o pensamento, e consequentemente a reforma no ensino e, inclusive dedica o livro a educação e ao ensino, a um só tempo, já que como menciona, esses dois termos se confundem, distanciam igualmente.

RESUMO

Nos capítulos iniciais, Morin expõe seu ponto de vista sobre a fragmentação das disciplinas e como esse parcelamento prejudica na qualidade do ensino e no primeiro capitulo, o autor é muito feliz na escolha do texto de Lichnerowicz, pois o mesmo resume o que pretende enfatizar sobre a centralizaçãodos saberes, que cria hiper especialistas.Ele fala da complexidade dos saberes, indicando queprecisamos criar uma visão sistêmica, pois os problemas não são retalhados, e suas influências são globais, então as pessoas devem possuir uma visão geral, pois o isolamento distorce a realidade, já que nosso mundo é um sistema e como tal existem vários subsistemas que se relacionam entre si, então a hiperespecialização fragmenta uma parte de um todo. Ele acredita que o desafio dos desafios é a reforma do pensamento.

... A reforma do pensamento é que permitiria o pleno emprego da inteligência (...) concernentea nossa aptidão para organizar o conhecimento. (p. 20)

Morim preocupasse em evidenciar os problemas da educação contemporânea. Não se pode reformar a educação, sem reformar as mentes.A reforma do pensamento é primordial para capacitar as pessoas a enfrentar os problemas cotidianos de forma contextualizada, sabendo organizar os saberes, não isolando, mas unindo, fazendo junções, de forma que analise criteriosamente todos os aspectos. O autor afirma que devemos organizar nosso conhecimento cientifico. Isso aconteceria com uma disciplina que fosse baseada na história das sociedades e agregaria toda sorte de conhecimento, sendo versátil, ampla e capaz de conduzir o individuo a pensar de forma autônoma e rompendo as fronteiras de informações. Ele explica que devemos nos colocar em nosso devido lugar: se penso, logo existo. Ele explica que nossa vida é um ciclo biológico, porém somos inseridos na sociedade, então estamos interligados com outros indivíduos, com igualdades e diferenças, porém vindos da mesma base biológica. O autor destaca ainda que para se chegar a noção de sujeito, é preciso atribui-lhe a dimensão cognitiva (também dimensão chamada computacional), dimensão esta, indispensável à vida (p.119).

Morim apresenta sua concepção do que seria uma “CABEÇA BEM-FEITA”. O autor indica que a forma de educaridealéaquelaque capacita às pessoas, criando uma aptidão gerale uma inteligência ampla gerando capacidade em organizar os conhecimentos e tratar os problemas unindo os saberes.Morin aborda sobre a complexidade do ensino explicando que um saber isolado só acumula ficando uma “cabeça cheia” já um saber que desenvolva a inteligência geral, organizando os pensamentos e principalmente os conhecimentos trata-se da “cabeça bem-feita” Quandooensino instiga a curiosidade e desenvolve a inteligência requerendo o exercício da duvida cria pessoas mais sagazes e perspicazes.O método de ensino atual onde não existe a articulação entre as disciplinas, desassocia os saberes, criando um abismo entre eles, enão desenvolve a capacidade de contextualização, só faz com que os alunos acumulem saberes.Para ele, o ensino deveria ser interligado, pois criaria uma ferramenta crucial para desenvolvimento da inteligência,consequentemente ajudando a viver, pois desenvolveria a capacidade de criar questionamentos e a visão geral dos problemas facilitando a contextualização.

Ele também trata sobre nossa condição humana, ecomo as ciências naturais indicam como estamos interligados com outras ciênciaseque fazemos parte de um sistema.Neste sentido, devemos procurar nos inteirar sobre nossa verdadeira condição como seres terrestres, e questionarqual nossa real situação no universo. Ele indica a cosmologia, ciências da terra, biologia e Ecologia para ajuda a nos situar.Ele diz: “Conhecer o humano não é separá-lo do Universo, mas situá-lo nele.”(p.37)Novamente, ele trata da complexidade, e critica o método das ciências humanas, que segundo ele, atualmente não está cumprindo seu papel no estudo da condição humana, quando desassocia o ser do todo, já que a relação do homem com a natureza não pode ser concebida de forma reducionista (p.40). Enfatiza que o ser humano é totalmente biológico e totalmente cultural e cria um paralelo ondeos diversos fenômenos que juntos são cruciais para construir o conhecimento.Na contribuição cultural para o estudo dacondição humana,o autor, destaca a poesia, a literatura, as artes, a história e principalmente a filosofia, sendo que essa ultima pode criar a vocação reflexiva sobre os aspectos do saber e do conhecimento.Apoiado na visão do ser coletivo,Morin fala na convergência das ciências

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