Movimento Literário Realismo

1. Movimento Literário Realismo

Surgindo nas últimas décadas do século XIX, o realismo trouxe a posição de temas mais objetivos e científicos, enaltecendo a ciência. É a oposição ao Movimento Literário Romantismo, cujo sua maior característica é a sua melancolia e o seu subjetivismo.

A base do Realismos é o positivismo, onde acredita-se que eventos sociais sejam vistos como as ciências exatas, ou seja, tratar os temas sociais com clareza e diretamente. Suas Principais características são:

- Objetivismo;

- Linguagem culta e direta;

- Narrativa lenta, que acompanha o tempo psicológico;

- Descrições objetividade, com a finalidade de captar a realidade;

- Universalismo;

- Sentimentos, sobretudo o amor, subordinados aos interesses sociais;

- Herói problemático, cheio de fraquezas;

- Não idealização da mulher.

1.1 O Realismo no Brasil

O marco inicial do Realismo no Brasil foi “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis, cujo o autor é considerado um dos maiores escritores do Realismo no país. A época em que o Brasil estava vivendo era de mudanças, a maior delas era o abolicionismo, A Guerra do Paraguai e a assinatura da Lei Áurea. Suas principais características são:

- Objetividade: os autores procuravam retratar a realidade como ela era:

- Crítica social: mostra-se a oposição à Elite burguesa e, principalmente, suas hipocrisias;

- Ironia: expõe críticas diversas à sociedade de forma irônica. É umas das principais características dos livros de Machado de Assis;

-Foco em descrições psicológicas: é de grande relevância a forma como os autores realistas do Brasil trata a descrição dos valores e pensamentos das personagens da história.

1.2 Realismo na obra O Alienista

A grande relação entre o Realismo e a obra é o seu tom satírico e, principalmente, a ciência que é utilizada baseada na total razão. Estabelece o autoritarismo da ciência com um tom feroz, que revela o ponto chave da sátira: o do homem contra o homem.

O narrador, ao longo da história vai trazendo mais pontos cruciais para o entendimento da obra como realista, em especial, a análise feita da mente humana e seus comportamentos.

Por fim, há uma percepção do querer entender o que é normal e anormal cientificamente, tentando-se sempre compreender melhor o ser humano.

2. Machado de Assis

Na época do Império, no morro do livramento, no Rio de Janeiro, o pintor de paredes Francisco de Assis e a portuguesa Maria Leopoldina Machado de Assis viram nascer o menino Joaquim Maria Machado de Assis no dia 21 de junho de 1839. Neto de escravos, nascido no morro, criança do subúrbio, desde sua infância já apresentava quadros de epilepsia.

Quando tinha apenas 6 anos, testemunhou a morte de sua irmã. Após quatro anos sua mãe vem a falecer. Em 1854 o pai se casa com uma mulher, Maria Inês. Na adolescência encontrava-se vendendo doces para ajudar a madrasta, difícil responsabilidade posteriormente da morte do pai.

O jovem viveu em uma época onde a sociedade foi marcada por divisões sociais vigorosas, o cidadão nasce destinado ao seu devido local, definido pela origem, raça e se poderia frequentar a escola ou não. Sendo assim, sofreu racismo ainda jovem. A classe que possuía poder frequentavam cafés da rua do Ouvidor, no qual se divertiam e ostentavam roupas importadas da Europa.

Joaquim Maria passava a maior parte do tempo trabalhando no Caixeiro de Livraria, atuando como tipografo e revisor, antes de se tornar jornalista e cronista. No dia 6 de janeiro de 1855, publicou o poema ¨A palmeira¨ no jornal Marmota Fluminense, fez-se assim a estreia literária de Joaquim Maria Machado de Assis. O jornal em que se publicou o poema era editado numa livraria que havia se transformado em um local de encontro dos escritores da época. Onde Machado relacionou-se com Paula Brito, Manuel Antônio de Almeida e um padre que ensinava latim ao rapaz.

Portanto tornou-se membro da redação da Marmota Fluminense. Outros jornais publicaram seus trabalhos, para o autor, os jornais eram ¨ a verdadeira forma da república do pensamento [...], a literatura comum, universalmente aceita[...]¨. Aos seus 25 anos escreveu o primeiro livro de poesias, denominado como Crisálias e foi publicado em 1964.

O jovem conhece seu grande amor, Carolina Novais, portuguesa e mais velha que o escritor. Declarou-se em carta: ¨Tu não te pareces com as mulheres vulgares que tenho conhecido. Espírito e coração como os teus são prendas raras [...] Como te não amaria eu?¨. Casaram-se no dia 12 de novembro de 1869. Após um ano do casamento publica-se o primeiro volume de contos (Contos fluminenses).

Dessa maneira, já surgiram características marcantes do estilo machadiano: a conversa com o leitor, a ironia e o estudo da alma feminina. Machado escolheu a ironia para analisar a ambição e a vaidade humana.

Em vida, Joaquim publicou ainda Histórias sem data (1884), Várias histórias (1896), Páginas recolhidas (1899) e Relíquias de casa velha (1906). Havia uma divisão de sua literatura em duas fases:

Primeira fase: Ressureição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876), Iaiá Garcia (1878).

Segunda fase: Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908).

Perante essa segmentação, pode-se concluir que a trajetória de Machado ocorreu uma mudança brusca, uma mudança no modo de escrita, porém não é verdade. O que houve, como focado, o amadurecimento foi crescendo gradualmente, lento, apesar do primeiro romance da segunda fase ser transformador.

Em 15 de dezembro de 1897 é aclamado para dirigir a primeira sessão preparatória da fundação da Academia de Letras, tem parte preponderante na criação desse instituto que preside até a morte.

No ano de 1908, Joaquim Maria Machado de Assis entra em licença para tratamento de saúde. Na madrugada de 29 de setembro, às 3 horas e 20 minutos, falece em sua casa;