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Relatório de Analise das Demonstrações

Por:   •  22/9/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.357 Palavras (10 Páginas)  •  87 Visualizações

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ANÁLISE DE CONTAS DA EMPRESA X

A empresa X é uma organização líder no setor de vendas online de uma ampla variedade de produtos, atuando com sucesso nesse mercado há 15 anos. Ela desfruta de uma significativa fatia do mercado de vendas online. A seguir, esta análise abordará de forma técnica, descritiva e analítica os dados do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado do Exercício referentes aos anos de 2020, 2021 e 2022. Para isso, serão utilizados os seguintes elementos: análise horizontal e vertical, índices de liquidez, índices de prazo médio e índices de rentabilidade.

  1. Analise Horizontal e Vertical

O Ativo Circulante representa uma parte substancial do patrimônio da empresa, correspondendo a 63,94%, 76,36% e 77,52% nos anos de 2020, 2021 e 2022, respectivamente. Essa informação é positiva, indicando uma sólida capacidade de solvência em curtos períodos. Entretanto, a literatura especializada ressalta a importância de equilibrar a distribuição patrimonial, já que uma concentração excessiva em ativos de rápida liquidez pode levar à dispersão do capital.

Dentre os componentes do Ativo Circulante, destacam-se as seguintes contas que concentram a maior parte dos recursos: disponibilidade (caixa, bancos e equivalentes), contas a receber, estoques e despesas antecipadas.

A conta de disponibilidade (caixa, bancos e equivalentes) registra uma concentração significativa, representando 21,25%, 21,73% e, notavelmente, 27,54% do total do Ativo em 2022, tornando-se o principal ponto de concentração de ativos da empresa. Por outro lado, as obrigações fiscais apresentam um crescimento constante de 2020 a 2022, representando mais da metade do Passivo Circulante em 2022, o que exige atenção, visto que sua liquidação deve ocorrer no exercício atual.

As contas do Ativo Não Circulante representaram 36,06% em 2020, reduziram expressivamente para 23,70% em 2021 e permaneceram com pouca oscilação em 2022, totalizando 22,48% do total dos ativos da organização. Em relação ao Passivo, observa-se um aumento significativo no Passivo Circulante, passando de 40,85% em 2020 para 55,87% em 2022, refletindo um crescimento superior a 48% em apenas três anos.  No que diz respeito ao Patrimônio Líquido, observa-se uma estabilidade, com variações inferiores a 1,0% nos anos consecutivos ou em sequência.

Para uma análise horizontal e vertical adequada da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), é fundamental focar em algumas contas-chave, incluindo a Receita Bruta, o Custo dos Produtos Vendidos (CMV), as despesas mais relevantes e o resultado do período.

A Receita Bruta da organização tem mantido oscilações modestas. Em 2021, registrou um crescimento positivo de 2,55% em comparação ao ano anterior. Já em 2022, embora tenha experimentado uma pequena redução de 0,37%, ainda conseguiu manter o crescimento em torno de 2,00%. Essas variações não tiveram um impacto significativo no faturamento se comparadas aos resultados de 2020 e 2021.

O Custo do Produto Vendido apresentou um aumento de 1,8% entre 2020 e 2021, um movimento considerada normal dada à proporção desse aumento em relação à receita gerada no mesmo período. Nos anos subsequentes, manteve-se relativamente estável.

As despesas ao longo dos anos analisados permaneceram em níveis relativamente constantes, com destaque para as despesas com vendas e administrativas, que representaram cerca de 13% e 14% da receita bruta de faturamento, respectivamente, ao longo desse período.

O resultado final do exercício demonstrou uma lucratividade de 26,77% em 2020, 26,38% em 2021 e 27,27% em 2022, em relação à receita bruta gerada. Isso indica que esse indicador é altamente representativo para a empresa. O desempenho em 2022 foi notável, visto que houve um crescimento de 3% no faturamento bruto em relação ao ano anterior, mesmo com uma ligeira redução na receita bruta. Isso evidencia um desempenho ainda melhor em termos de lucratividade.

  1. ÍNDICES DE LIQUIDEZ

A análise de liquidez da organização se concentra na capacidade da empresa de converter seus ativos em recursos disponíveis para cumprir suas obrigações financeiras. A seguir, apresentamos os principais índices de liquidez que serviram como base para a análise neste relatório:

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O primeiro índice é o de liquidez imediata, que representa a capacidade de pagamento imediato da empresa. Em 2020, a empresa tinha, para cada 1 real de dívida de curto prazo, 0,52 imediatamente disponível em caixa/banco, um indicador bastante positivo. No ano seguinte, esse potencial caiu para 0,42, mas se recuperou em 2022, atingindo 0,49. Ainda assim, o indicador permanece alto e representativo.

O índice de liquidez seca, que exclui estoques e despesas antecipadas, manteve-se em níveis razoáveis, registrando 0,92, 0,91 e 0,75 de 2020 a 2022, respectivamente. Mesmo sem considerar os estoques, o indicador permanece próximo de 1, sugerindo uma boa capacidade de pagamento a terceiros em curto prazo. No entanto, em 2022, houve uma queda acentuada de mais de 16% nessa solvência.

Um dos indicadores mais cruciais é o de liquidez corrente, que avalia a capacidade de pagamento de curto prazo em relação aos recursos disponíveis, incluindo vendas a receber e estoques. De 2020 a 2022, os indicadores foram de 1,57, 1,49 e 1,39, indicando uma capacidade de pagamento sólida. No entanto, a queda drástica em 2022 merece atenção da gestão, apesar de ainda estar em um nível satisfatório.

Uma alternativa aplicável para estoques de venda sazonal é a análise da liquidez corrente em Kanitz, que desconsidera uma parcela significativa do estoque. Com uma análise das médias de 30%, os indicadores de LCK foram positivos: em 2020 = 1,29, em 2021 = 1,25 e em 2022 = 1,12. Isso significa que, para cada real devido, a empresa tem um valor superior para pagamento em curto prazo. No entanto, houve uma queda de cerca de 10% no potencial de solvência em 2022.

O índice de liquidez geral, que considera todos os ativos em relação aos passivos, permaneceu bastante sólido, com a empresa mantendo uma média de 36% a 37% de potencial excedente de pagamento. A estabilidade desse indicador indica uma garantia ativa de médio prazo.

Em resumo, os indicadores de liquidez, em geral, são bons. No entanto, pelo menos três indicadores apresentaram uma variação notável em 2022 em relação aos anos anteriores, refletindo uma redução na capacidade de solvência. Como os indicadores de curto prazo indicam um aumento desproporcional nas contas passivas em comparação com as variações nos ativos de curto prazo, recomenda-se que os gestores acompanhem de perto essa movimentação contábil.

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