TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha Jensen E Meckling 1976

Por:   •  29/5/2016  •  Resenha  •  737 Palavras (3 Páginas)  •  1.191 Visualizações

Página 1 de 3

JENSEN E MECKLING (1976)

Os autores propõem a utilização da teoria dos direitos de propriedade, da agência e das finanças para o desenvolvimento de uma teoria sobre a estrutura da firma. O artigo traz implicações sobre algumas questões como a definição da firma, da separação entre propriedade e controle, responsabilidade social, função objetivo da organização, e estrutura de capital. Entre os pontos que ajuda a explicar, estão questões sobre o valor da firma, capitalização e uso de capital de terceiros, propriedade, e monitoramento e controle.

Especificamente, os direitos individuais definem como os custos e as recompensas serão distribuídos entre os participantes da organização, sendo afetados pelos contratos firmados. Assim, o comportamento individual dentro das organizações dependerá da forma como estes contratos foram redigidos. A chamada relação de agência nasce à medida em que uma pessoa (principal) emprega uma outra (agente) para executar um serviço em seu nome, tendo poder de decisão. Considerando os indivíduos como maximizadores de sua própria utilidade, o agente poderá não agir em prol dos interesses do principal. Desta separação entre propriedade e controle surgem os chamados custos de agência, sendo: (1) monitoramento por parte do principal; (2) concessão de garantias pelo agente; e (3) residual. O primeiro é relativo ao custo para limitar irregularidades do agente, o segundo das garantias dadas pelo agente de que seu serviço está correto, e o terceiro da diminuição do bem-estar ao principal – na diminuição do fluxo de caixa a sua disposição, por exemplo.

Quando um indivíduo é proprietário integral e administrador de uma firma, as decisões serão tomadas visando maximizar sua própria utilidade, de forma pecuniária e não pecuniária. A medida em que o direito à propriedade da empresa começa a ser vendido, a parcela dos resultados que o proprietário-administrador deseja diminui, incentivando a busca de benefícios na forma de vantagens e mordomias – não pecuniárias. Isto implica no aumento do custo de monitoramento pelos acionistas minoritários existentes, e também na menor valoração das ações por parte de interessados, diminuindo o valor da empresa. A redução no valor da empresa é um exemplo de perda residual ao proprietário, no momento da venda de seu capital próprio.

Entretanto, o valor reduzido de uma firma pelos problemas de agência é “não ótimo” apenas em comparação com um mundo hipotético onde os custos de agência são zero ou muito baixo – o que não existe.  De mesma forma, a existência de custos de agência não significa por si só que seja “não ótima”, ineficiente ou dispendiosa. A extensão dos custos dependerá de preferências dos administradores, mensuração de desempenho, remuneração e regras comportamentais. Caso o administrador não seja proprietário majoritário, o custo de sua possível substituição também é relevante.

Os custos de agência deveriam limitar a existência de empresas com propriedade altamente pulverizada. Adicionalmente, Modigliani e Miller (1958) apresentam o crescimento do valor da empresa em função do uso de dívidas. Porém, grandes empresas com estrutura de capital dominada pelo capital de terceiros e um único proprietário não são comuns por (1) incentivo a ação de gestores nas firmas altamente alavancadas; (2) custos de monitoramento relacionados a esses incentivos; e (3) custos de falência. Credores não concedem crédito a uma firma com pouco capital próprio, pois o proprietário-gestor terá incentivo a investir em atividades arriscadas com alta rentabilidade pessoal – os credores arcam com os custos em caso de fracasso. Como proteção, os credores utilizam contratos de forma a restringir o risco proveniente da atividade dos gestores. O custo para elaboração de tais contratos é uma forma de custo de monitoramento externo a empresa. Ainda, a presença de dívidas aumenta a possibilidade de falência. Isto implica negativamente nos fluxos de caixa afetados pelos processos judiciais, e também causa a necessidade de oferta de maiores salários a executivos para aceitarem assumir o risco. Mesmo com estes custos, a utilização de dívidas é incentivada pelos subsídios fiscais, e, na ausência destes subsídios, se houver necessidade pela limitação de recursos do proprietário.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (4.9 Kb)   pdf (58.2 Kb)   docx (9.9 Kb)  
Continuar por mais 2 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com