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Unidades de Esforço de Produção (UEP)

Por:   •  19/5/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.755 Palavras (8 Páginas)  •  574 Visualizações

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2.2.4 Custeio UEP

De acordo com Wernke (2005, p. 61), o método de Unidades de Esforço e Produção (UEP) é uma forma de custeamento específica para empresas industriais. Teve sua origem na França, paralelo a Segunda Guerra Mundial, idealizado e criado pelo engenheiro francês Georges Perrin, método que baseava-se na alocação de custos e controle de gestão.

O método UEP trabalha apenas com os custos de produção, unificando-os para simplificar o controle de gestão. Segundo Bornia (2002, p. 139) em uma empresa que fabrica um só produto, o cálculo de custos e o controle de desempenho são bastante simplificados, pela própria simplicidade do processo produtivo. Já em empresas multiprodutoras, o método tem por objetivo, em consonância com Ferreira (2008, p. 274) transformar uma empresa produtora de vários bens em uma empresa monoprodutora e, assim, simplificar o controle físico e o controle financeiro.

Sendo o foco do método apenas os esforços de produção, os esforços de atividades auxiliares são repassados às atividades produtivas e, posteriormente, aos produtos. Assim, a fábrica é dividida não mais em centro de custos, mas sim em postos operativos, que se caracterizam pelo envolvimento direto com os produtos.

A utilização do método UEP na gestão industrial possibilita informações para diversas situações, seja na precificação dos produtos, comparação da empresa em unidades ou em valor monetário em períodos diferentes, isso se deve ao fato de, segundo Ferreira (2008, p. 275), a UEP ser uma medida que não varia com o tempo. Ainda, com esse método, é possível conhecer a capacidade produtiva da fábrica, conhecendo quantas UEPs cada posto operativo é capaz de produzir em determinado período de tempo. É possível ainda, com a UEP, determinar a necessidade de máquinas e pessoal, maximizando a capacidade produtiva através da análise do potencial de cada posto operativo.  

Para Wernke (2005, p. 69) o uso do método UEP possibilita também o acompanhamento da produção por meio de três medidas físicas de desempenho, sendo elas: eficiência, que representa o nível de produção alcançado, além da capacidade normal. A Eficácia, obtida pelo confronto da produção esperada pela produção trabalhada ou capacidade utilizada. E por último, a produtividade, que pode ser vista sob a óptica de vários índices, como por exemplo, de hora trabalhada, mão de obra, etc, e pode ser obtida pela divisão da produção do período por um ou mais insumos.

Já para Bornia (2002, p. 151) a grande vantagem do método da UEP é sua simplicidade de operacionalização, visto que, conhecidos os potenciais produtivos, os cálculos para alocação dos custos de transformação aos produtos são fáceis e rápidos. Bórnia ( 2002, p. 151) destaca ainda, sobre o método, que os índices sendo medidas físicas, tornam-se muito mais simples e fáceis de usar, transmitindo informações claras, as quais não requerem maiores esforços de interpretação.

Apesar das inúmeras vantagens, o método apresenta limitações, como por exemplo, ser aplicável apenas a empresas industriais, já que, de acordo com Wernke (2005, p.70) o UEP volta-se apenas para a determinação do custo de transformar as matérias-primas em produtos prontos. Além disso, sua utilização é recomendada apenas para fabricação em série, ou seja, de produtos padronizados, e requer novas adequações em função de possíveis alterações no processo de fabricação, seja dos postos operativos ou do tempo.

O método ainda peca na alocação das despesas administrativas, que é realizada de forma arbitrária, conforme explica Ferreira (2008, p. 275) com base no custo industrial do produto, ou seja, os produtos que absorvem mais custos de transformação também absorvem mais a estrutura administrativa. Isso porque o método foi desenvolvido quando essas despesas representavam pequena quantidade em comparação as outras despesas da fábrica. E, por último, o método não é capaz de identificar melhorias no processo, já que supõe que as atividades permanecem constantes ao longo do tempo.

Em suma, o método das Unidades de Esforço de Produção (UEP), segundo Ferreira (2008, p. 279), parte do princípio de produção unificada pelos esforços despendidos. Sendo mais indicado para empresas do ramo industrial, o método traz à empresa informações de grande relevância, mas não deve ser único nas empresas porque apresenta deficiências significativas e comprometedoras tanto na alocação dos custos quanto na minimização destes.

3.1.4 Aplicação do Método de Custeio UEP

        O método da Unidade de Esforço de Produção (UEP), tem como base todo o esforço despendido a fim de se transformar insumos em produtos prontos, para isso, divide a empresa em postos operativos, alocando aos produtos apenas os custos de produção, semelhantes ao método de Custeio Variável.

        A fim de compreender melhor a aplicação desse método de custeio e sua aplicação prática em uma empresa real, iniciou-se a utilização de um Mapa de Localização de Custos, com a divisão da empresa em 4 (quatro) setores: apoio, produção administração e comercialização, sub-divididos em postos operativos. O setor de apoio, com os postos operativos: 1 – RH, 2 – PPCP (Planejamento, programação e Controle da Produção) e 3 – Manutenção (mecânica, elétrica e hidráulica). O setor de produção com os seguintes postos operativos: 11 – Criação, desenho, seleção de materiais e medição, 12 – Corte, 13 – Montagem, 14 – Banhos e 15 – Pintura. O setor de administração com: 21 – Recepção, 22 – Administração e 23 – Direção, e o setor comercial com: 31 – Vendas, 32 – Faturamento e 33 – Expedição. Cada posto operativo tem custos fixos (patrimônio, pessoal e administração) e custos variáveis (pessoal, terceiros e gastos gerais).

        Com a relação de espécies (contas) de custos a serem alocados no Mapa de Localização de Custos, foi distribuído no Mapa de Localização de Custos todos os custos referentes a cada setor e posto operativo. Os postos operativos 1, 2 e 3 somaram os valores de R$ 6.770,00, R$ 2.780,00 e R$ 390,00 respectivamente, totalizando no setor de Apoio R$ 9.940,00. O setor de Produção totalizou R$ 62.560,00, sendo o posto operativo 11 de R$ 7.280,00, o 12 de R$ 15.980,00, o 13 de R$ 17.020,00, o 14 de R$ 15.440,00 e 15 R$ 6.840,00. Na administração, o custo ficou em R$ 10.580,00, sendo R$ 2.500 no posto operativo 21, R$ 2.920 no 22 e R$ 5.160,00 no 23, e por último, no setor de comercialização, o posto operativo 31 R$ 2.940,00, no 32 R$ 3.140,00 e no 33 R$ 4.310,00, totalizando no setor o valor de R$ 10.390,00.

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