A Arte de Ter Razão de Arthur Schopenhauer
Por: Mônica Hellen • 5/6/2023 • Resenha • 1.442 Palavras (6 Páginas) • 77 Visualizações
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CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
DISCIPLINA: FILOSOFIA - GERAL E DO DIREITO
TURNO: NOITE
PROF. FRANCISCO RÔMULO ALVES DINIZ
TRABALHO: 5 ESTRATAGEMAS
ALUNO(A): MÔNICA HELLEN HOLANDA DE OLIVEIRA
Sobral (CE)
2023
No livro A Arte de Ter Razão de Arthur Schopenhauer, o filósofo enxerga e transpassa o debate através da perspectiva de disputa, e entende que é necessário uma analise desse debate e os possíveis desdobramentos dentro do meio social que está inserido. No decorrer do livro, são abordados técnicas que consigam manipular e examinar os sentimentos humanos como ansiedade, impulsividade, tristeza, raiva entre outros, considerando que esses fatores emocionais podem influenciar diretamente no sucesso ou insucesso dentro de uma argumentação.
A estratagema do Homem de Palha
O primeiro exemplo escolhido de estratagema é A estratagema do Homem de Palha, que consiste em uma técnica de argumentação usada para refutar um argumento fraco ou simplificado que é erroneamente atribuído ao oponente. Essa técnica é usada por debatedores desonestos que querem evitar abordar o ponto central da argumentação do oponente e, em vez disso, atacar uma versão distorcida e mais fraca do argumento que é mais fácil de refutar.
O nome "Homem de Palha" vem da prática de construir um boneco de palha que representa um inimigo fictício, que é facilmente pode ser destruido. Da mesma forma, o debatedor cria uma versão fraca ou distorcida do argumento do oponente e a ataca, como se estivesse atacando o argumento real. A estratagema do Homem de Palha pode ser usada de várias maneiras. Por exemplo, o argumentador pode: Simplificar o argumento do oponente, removendo suas nuances e detalhes, para torná-lo mais fácil de refutar; atribuir ao oponente um argumento que ele não fez, para que possa refutá-lo; exagerar ou distorcer a posição do oponente, para torná-la mais fácil de refutar; ignorar ou evitar o argumento principal do oponente, para atacar um argumento secundário ou irrelevante.
Ao usar essa técnica, o debatedor pode ganhar uma vantagem temporária na discussão, fazendo com que o oponente pareça estar defendendo uma posição fraca ou indefensável. Todavia, a longo prazo, a estratagema do Homem de Palha prejudica a busca pela verdade e pelo entendimento mútuo, já que impede que a discussão avance em direção aos argumentos reais do oponente.
Para evitar cair nessa armadilha, é importante entender e resumir corretamente os argumentos do oponente antes de apresentar uma refutação. É preciso estar atento a sinais de simplificação excessiva, exagero ou distorção da posição do oponente, para não ser enganado pela estratagema do Homem de Palha. Além disso, é importante buscar uma discussão honesta e respeitosa, na qual cada lado se esforça para entender e refutar os argumentos reais do outro.
Nessa estratagema é possível extrairmos o exercicio da interpretação seletiva dos eventos e a criação de narrativas enaganosas para promover uma determinada agenda. As fake news atuam de manheira semelhante ao construir uma versão falsa ou exagerada dos eventos.
Estratagema da Evidência Gratuita
A próxima estratagema é da Evidência Gratuita, essa estratégia consiste em apresentar evidências ou argumentos que, embora não sejam diretamente relevantes para a questão em discussão, são usados para fazer parecer que a posição defendida pelo debatedor é mais forte do que realmente é. Por exemplo, um debatedor pode apresentar estatísticas ou fatos irrelevantes para o assunto em discussão, mas que parecem apoiar a posição dele.
Schopenhauer argumenta que essa estratégia é eficaz porque cria uma ilusão de força e credibilidade, fazendo com que o público ou o oponente sejam influenciados pela evidência apresentada, mesmo que ela não tenha uma relação direta com o argumento central em discussão.
Em contraponto, Schopenhauer também alerta que essa estratégia é desonesta e antiética, pois engana o público ou o oponente, apresentando uma evidência que não é diretamente relevante para a questão em discussão, mas que é usada para manipular a opinião deles.
Podemos vincular a evidência gratuita com as fakes news principalmente porque ambas baseiam suas teses no repasse de informações enganosas. Ambas buscam explorar a capacidade de vulnerabilidade dos alvos, apelando para emoções onde criam um cenário de histórias “concretas”. São táticas utilizadas para distorcer a realidade.
A Estratagema do Ataque Frontal
Essa estratagema consiste em atacar diretamente o argumento do oponente, sem tentar refutá-lo de maneira indireta ou tentando desviar o foco da discussão. O debatedor que usa essa estratégia apresenta seus próprios argumentos e evidências para refutar diretamente o argumento do oponente, sem tentar criar uma versão distorcida ou simplificada do argumento para facilitar sua refutação.
Schopenhauer argumenta que essa estratégia é eficaz porque coloca o ônus da prova sobre o oponente, que deve fornecer argumentos e evidências convincentes para defender sua posição. Isso também impede que o debatedor use outras estratagemas, como a do Homem de Palha, pois ele está enfrentando diretamente o argumento do oponente.
Contudo, o filósofo também alerta que essa estratégia pode ser arriscada, pois se o debatedor não tiver argumentos e evidências convincentes para refutar diretamente o argumento do oponente, ele pode acabar fortalecendo a posição do oponente em vez de refutá-la.
Por isso, para usar a estratégia do Ataque Frontal com sucesso, é importante ter uma compreensão profunda do argumento do oponente e preparar cuidadosamente os próprios argumentos e evidências para refutá-lo. É preciso evitar a tentação de se concentrar em outros aspectos da discussão ou em pontos secundários, e concentrar-se diretamente no argumento do oponente.
Em resumo, a Estratagema do Ataque Frontal é uma estratégia eficaz para refutar argumentos em uma discussão, desde que o debatedor tenha uma compreensão profunda do argumento do oponente e esteja preparado com seus próprios argumentos e evidências. É uma técnica que pode ajudar a garantir que a discussão seja honesta e produtiva, sem recorrer a outras estratagemas menos éticas.
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