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A Bondade na Visão de Agostinho

Por:   •  31/5/2024  •  Trabalho acadêmico  •  508 Palavras (3 Páginas)  •  43 Visualizações

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A bondade divina está intrinsecamente ligada à criação e ao conhecimento. Essa concepção deriva de influências bíblicas e filosóficas, onde a bondade é tanto a razão da criação Ratio Creationis quanto do conhecimento Ratio Cognitionis. Agostinho utiliza a narrativa bíblica da criação, especialmente o livro de Gênesis, para argumentar que Deus criou o mundo com base em sua própria bondade.

Segundo ele, a criação não é um ato arbitrário, mas uma expressão necessária dessa bondade divina. Em cada etapa da criação, Deus reconhece a bondade de suas obras, indicando que a bondade é uma condição pré-existente e determinante para a existência de qualquer criatura.

Além disso, Agostinho incorpora elementos da filosofia platônica, especialmente a ideia de que o Bem é o princípio último da realidade. Para Platão, o Bem é a causa suprema de todas as coisas, e Agostinho adapta essa noção para argumentar que a bondade de Deus é a causa primeira da criação. Ele afirma que Deus cria todas as coisas a partir do nada, movido por um transbordamento de sua própria bondade. Esse ato criativo é, portanto, uma manifestação da bondade divina.

No que diz respeito ao conhecimento, Agostinho sustenta que a bondade é também a razão do conhecimento divino. Deus conhece e aprova a bondade de sua criação antes mesmo de criá-la. Este conhecimento prévio não é um aprendizado, mas um reconhecimento de algo que é inerente à própria natureza divina. A bondade de Deus, assim, é a causa que faz com que Ele decida criar. Cada criatura é criada porque Deus, em sua infinita bondade, sabe que ela será boa. A bondade como Ratio Creationis implica que a criação é boa porque reflete a bondade do Criador. A existência de todas as coisas é um testemunho da bondade divina, e qualquer mal percebido no mundo é resultado de uma compreensão limitada do plano divino, não de uma falha na criação.

Agostinho rejeita a visão maniqueísta de que o mal é inerente à criação, afirmando que tudo o que existe é bom porque foi criado por um Deus bom. Por outro lado, a bondade como Ratio Cognitionis sugere que o conhecimento do mundo e das coisas que nele existem está fundamentado na bondade divina. O ato de conhecer é, em si, uma participação na bondade de Deus. Para Agostinho, compreender o mundo e a existência é reconhecer a bondade que permeia todas as coisas. Esse reconhecimento é possível porque a bondade de Deus é a fonte de todo conhecimento verdadeiro.

 

Em resumo, Agostinho propõe que a bondade divina é a base tanto para a existência quanto para o conhecimento. A criação é uma expressão da bondade de Deus, e entender essa bondade é essencial para compreender o mundo. A filosofia de Agostinho sobre a bondade como *Ratio Creationis* e *Ratio Cognitionis* oferece uma visão otimista da criação, onde o ser e o saber estão profundamente enraizados na bondade divina. Essa perspectiva destaca a inseparabilidade entre a existência e a bondade, mostrando que toda a criação é uma manifestação do amor e da bondade de Deus.

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