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A CORRUPÇÃO NO BRASIL

Por:   •  15/3/2019  •  Artigo  •  7.779 Palavras (32 Páginas)  •  121 Visualizações

Página 1 de 32

AUTOR: Elisângela Aparecida Tavares

MATRÍCULA: 97745

FECHA: Janeiro 2019

CORRUPÇÃO NO BRASIL: MAIORES CASOS E POSSÍVEIS MEIOS DE PREVENIR ESTE CRIME

TAVARES, Elisângela Aparecida

Resumo

O presente trabalho objetivou discorrer sobre o impacto que a corrupção causa no Brasil, além de ressaltar a importância do combate a este crime. Este estudo justifica-se por tratar de um assunto atual no país e no mundo. Observou-se que é necessário uma maior conscientização do que vem a ser a corrupção e suas consequências negativas para a sociedade brasileira. Por meio desse estudo, percebeu-se a necessidade de meios eficazes para se combater tal crime. Conclui-se por fim, a importância da conscientização da população em geral sobre o que é a corrupção e como ela se desenvolve, principalmente no poder público.

Palavras-chave: Corrupção. Brasil. Política. Criminalidade

1. INTRODUÇÃO

        O presente trabalho tem como objetivo geral discorrer sobre o impacto que a corrupção causa ao Brasil. Através desse entendimento, ressalta a importância de combater efetivamente esse tipo de crime no país. Como objetivos específicos, o trabalho procura demonstrar o que vem a ser corrupção e suas consequências no desenvolvimento de uma nação. O trabalho também busca discorrer sobre os casos de corrupção que mais impactaram na sociedade brasileira nos últimos anos, bem como oferecer alguns possíveis meios de combater e prevenir este crime no Brasil.

        Certamente, a sociedade brasileira tem como desafio a corrupção e suas consequências. Nessas circunstâncias, o presente trabalho questiona: quais os caminhos que podemos percorrer para combater a corrupção em nosso país? Este estudo se justifica por aborda um tema relevante e bastante atual não somente no Brasil, mas no mundo, que é a corrupção nas diversas sociedades. À vista disso, este trabalho procura conscientizar sobre a necessidade do combate à corrupção nas várias esferas do poder público e nas empresas.

        A metodologia empregada trata-se de uma análise teórica sobre a corrupção no Brasil, de forma que foi respaldado através de materiais bibliográficos de livros, artigos acadêmicos, sites e matérias jornalísticas. O presente estudo é formado por introdução, onde são tratados os objetivos gerais e específicos da investigação, bem como a problemática e a justificativa da pesquisa. No primeiro capítulo é apresentado uma breve explicação da trajetória da corrupção na história mundial e no Brasil. Já no segundo capítulo, discorre sobre os vários conceitos do que vem a ser a corrupção. À medida que no terceiro capítulo é abordado as sequelas que a corrupção causa na sociedade. No quarto capítulo é apresentando alguns dos maiores escândalos de corrupção que aconteceram no Brasil. No quinto capítulo são permeados alguns possíveis caminhos para combater e prevenir a corrupção em nosso país. Por fim, no sexto capítulo são feitas as considerações finais sobre a presente pesquisa.

2. A CORRUPÇÃO E A HISTÓRIA

Desde os primórdios da humanidade, a corrupção está presente nas mais variadas sociedades. No Egito Antigo a prática de corrupção foi motivo de escândalo em algumas dinastias. De acordo com papiros, durante os reinados dos faraós Ramsés IV (1151 – 1145 a. C.) e Ramsés V (1145 – 1141 a. C.) a corrupção trouxe graves consequências como a fome para a parcela da população egípcia mais pobre. Em um papiro de propriedade do Museu de Turim existe o relato de um processo contra o sacerdote Penanuqet do Templo de Khnum que montou uma rede de funcionários corruptos com a finalidade de desviar os impostos recolhidos. Entre as acusações estão abuso de autoridade, tráfico de objetos sagrados e peculato (STRIEDER, 2013). Cabe ressaltar que desde aquela época a justiça se mostra morosa para crimes que envolvem a corrupção: o sacerdote egípcio somente foi condenado vários anos depois do cometimento dos seus atos ilícitos.

A Grécia Antiga, berço da democracia, também foi palco de práticas corruptivas. Platão (427 a.C. - 347 a.C.), considerado um dos principais pensadores da história da filosofia, denunciou os filósofos sofistas pela prática de corromper a linguagem, ensinando políticos a utilizarem linguagens mentirosas com a finalidade de ludibriarem o povo grego e, assim, permanecerem no poder (MEDEIROS, 2016).

Discípulo de Aristóteles, filósofo autor de clássicas obras sobre ética, o Imperador Alexandre Magno (356-323 a.C.), apesar de ser chamado “O Grande”, também utilizou da corrupção para alcançar seus triunfos. Repetindo a clássica frase de autoria de seu pai, Filipe da Macedônia, de que “diante de um burro carregado de ouro, nenhum muro de cidade resiste”, Alexandre corrompia vários políticos que comandavam cidades inteiras, facilitando suas conquistas e evitando combates sangrentos.

Strieder (2013) também ressalta que a história da humanidade nos mostra os caminhos percorridos pela corrupção por diversos imperadores e reis como Nero e Júlio César em Roma, Carlos VII e Luís XIII na França, Dom João em Portugal e seu filho, Dom Pedro, no Brasil. Com o decorrer dos tempos, os métodos utilizados para o cometimento das várias facetas da corrupção se aperfeiçoaram e, assim, são cada vez mais complexos, audaciosos e sínicos, principalmente em terras brasileiras.

Segundo Medeiros (2016), a expressão “santo do pau oco”, uma das mais famosas expressões populares no Brasil, é derivada de um meio de corrupção que foi amplamente utilizado nos primeiros anos após o descobrimento do país. Naquela época uma das fraudes mais comuns era o contrabando de pedras preciosas valendo-se de santos de madeira que continham espaços vazios em suas partes internas, onde eram depositadas as preciosidades. Daí surgiu a expressão comumente usada pelos brasileiros para intitular aquelas pessoas corruptas que internamente são diferentes do que expressam em suas atitudes exteriorizadas.

A Companhia do Comércio do Maranhão, fundada por Dom Pedro II no período colonial, também foi um exemplo de como a corrupção faz parte da história desde o Brasil colônia. Os pesos e as medidas que a empresa monopolista utilizava eram falsificados, além do envolvimento do próprio governador neste esquema de corrupção (MEDEIROS, 2016).

O chamado costume da “caixinha” no Brasil, que é a porcentagem de dinheiro desviado de algum esquema de corrupção, surgiu com a vinda da Corte portuguesa ao país ao estabelecer trocas de dinheiro por títulos de nobreza. Naquela época, era frequente que traficantes de escravos e fazendeiros constituíssem métodos de “toma lá, dá cá” com a monarquia, conseguindo privilégios da Corte e convertendo-se em “amigos do rei”.

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