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A Corrupção na Gestão Pública

Por:   •  4/9/2018  •  Tese  •  1.062 Palavras (5 Páginas)  •  289 Visualizações

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TRIBUNAL DE LISÍSTRATA

NOME:

TESES

TESE 1:

TEMA:  Corrupção na gestão pública

FUNDAMENTO: “LISÍSTRATA - Quando pegamos a lã bruta, o que fazemos primeiro é tirar dela todas as impurezas. Pois faremos o mesmo com os cidadãos, separando os maus dos bons a bastonadas, eliminando assim o refugo humano que há em qualquer coletividade. Aí pegamos os que vivem correndo atrás de cargos e proventos e os classificamos como parasitas do tecido social - que deve ser trançado apenas com cidadãos úteis e prestantes. Usaremos, sim, mas apenas para confecções inferiores, os relapsos, os devedores do tesouro, os bêbados contumazes e todos os outros cidadãos não de todo estragados, mas já em princípio de decomposição. Isso feito em todas as cidades, nos restaria considerar cada núcleo social como um novelo à parte, puxar cada fio daqui pra Atenas, dando assim ao povo, daqui e das colônias, o meio de tecer o gigantesco manto da proteção geral. ”

ARGUMENTO PESSOAL: Nesse caso, no momento em que a Lisístrata usa a expressão “parasitas do tecido social” ela está se referindo ao problema da própria corrupção dentro do sistema público que havia na época. Ou seja, pessoas que se aproveitavam da administração para obter vantagem, se favorecendo com o bem público da polis. Trata-se da interpermeabilidade entre os patrimônios públicos e privados, que significa dizer, que os gestores da res pública não sabiam diferencia-la da coisa privado, uma verdadeira incapacidade moral de assumir valores éticos e morais para o bem comum. Para isso, Lisístrata aponta que quem deve assumir tais cargos são os cidadãos úteis e prestantes.  

TESE 2:

TEMA:  O livro mais trágico que cômico

FUNDAMENTO: “ LISÍSTRATA - (Repreensiva.) Por favor, Cleonice. (Pausa.) Não é hora para maledicências. (Pausa.) No momento em que foram convocadas para uma decisão definitiva na vida do país, preferem ficar na cama em vez de atender aos interesses da comunidade.”

“LISÍSTRATA - Ó sexo dissoluto, ao qual me envergonho de pertencer! Não é à toa que nos fazem personagens centrais de tudo que é comédia sem-vergonha. Só prestamos para o leito e suas variações. (A Lampito.) [...]”

“LISÍSTRATA - Eu respondo que não, pobre infeliz; Não manter um diálogo conosco, não deixar que criticássemos resoluções suicidas pra todo o país, já era demasiado grave! Mas chegamos ao ponto em que não havia mais nenhum homem válido na cidade. Recrutadores perguntavam pelas ruas: "Mas não ficou nenhum homem em toda Atenas?" e recebiam a resposta trágica: "Nenhum. Nem um digno do nome". Foi aí que decidimos que era chegada a hora, que a salvação da Grécia dependia agora das mulheres. Abram os ouvidos à nossa sensatez, fechem as bocas que já usaram tanto e tão inutilmente. Chegou a nossa vez de apontar o caminho.”

“LISÍSTRATA - (Entrando vestida com uma toga maravilhosa.) E agora, basta! partam todos que eu também tenho direito ao meu descanso. (Risos alegres, palmas, concordância.) A comemoração pública terminou. Que cada um, agora, aproveite bem o seu prazer particular. Cada homem recolhe sua mulher e volta para casa. Mas, atenção: os espartanos, as suas, os atenienses, as deles. Cada um deve se contentar com o que tem. Que ninguém se engane de propósito, trocando sua mulher por outra melhor, pois isso pode começar uma nova guerra. (Risos, palmas, alegria. Todos saem. Lisístrata fica só. Música. Vem entrando seu marido, um belo guerreiro. Ele fica estático, a certa distância dela, duas figuras lindas. Quase imperceptivelmente, ela faz um gesto. Ele entende, tira as armas, o escudo, toda a paramentação militar. Estende as mãos. Ela avança, se ajoelha, beija-lhe as mãos em submissão. A sugestão sexual fica mais audaciosa enquanto a luz desce. Blecaute.)”

ARGUMENTO PESSOAL: Inicialmente, ao ler o texto, temos um sentimento de orgulho pelas personagens mulheres pela demonstração de força e audácia. Porém, analisando tais trechos do enredo, extrai-se que um dos principais objetivos do escritor que dão à essa peça o valor cômico é colocar essas personagens femininas em situações que, para os gregos, seriam absurdas. Por exemplo, ao utilizar a palavra “convocar”, visto que não era uma palavra usada no vocabulário feminino, mas na Assembleia, lugar do qual as mulheres eram excluídas e era predominantemente formado pelo público masculino, pois, embora fossem esposas legítimas de cidadãos, não tinham direito à voz nos assuntos referentes à organização da polis, sendo destinado a elas o lar familiar apenas.  Essa autonomia feminina é tratada no fundo, então, como um meio de provocar riso (o que é definitivamente algo terrível). Além disso, ao ler os discursos de Lisístrata durante todo o texto, cria-se um sentimento de encantamento pela personagem, em que cansada de ser dominada por homens se revolta e traça objetivos fortes e específicos para alcançar o seu propósito: o fim da guerra. Porém, novamente gera um sentimento de decepção quando ao final da peça ela faz um gesto para o seu marido tirar as armas, o escudo, toda a paramentação militar, e assim ele o faz, estende as mãos e Lisístrata se ajoelha, e as beija em submissão, demonstrando, então, ser uma verdadeira tragédia e não comédia, pois ao final, ela se submeteu novamente ao poder masculino.

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