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A Criminologia

Por:   •  27/3/2025  •  Artigo  •  4.084 Palavras (17 Páginas)  •  19 Visualizações

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CRIMINOLOGIA (3ª AULA)

ESCOLA ECOLÓGICA DE CHICAGO

A Escola de Chicago foi fundada na primeira metade do século XX, no Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago e revolucionou a criminologia ao introduzir uma abordagem empírica e sociológica para o estudo do crime e do delinquente. Seus métodos destacam a importância de entender o ambiente social e físico onde ocorre o crime, enfatizando a necessidade de inserção do pesquisador no contexto investigado para a obtenção de uma compreensão mais profunda e detalhada.

A Escola Ecológica de Chicago, também conhecida como Teoria Ecológica do Crime ou Teoria da Ecologia Humana constitui um marco fundamental na criminologia, desviando o foco das teorias individuais para a análise do crime como um fenômeno social e urbano.

Os estudos realizados, sobre as cidades, pelos sociólogos da Universidade de Chicago (EUA) resultaram em um conjunto de proposições e conceitos que orientaram a análise dos fenômenos urbanos por um longo período de tempo.

R. Park, E. Burgess e R. Mckenzie, traçaram, no início do século passado, as linhas básicas para a análise dos fenômenos urbanos, por isso são considerados os fundadores e orientadores da Escola de Chicago ou da Ecologia Humana. A denominação Ecologia Humana decorre, fundamentalmente, por veicular as comunidades nos processos de organização social e transpor princípios ecológicos para os estudos sociais.

Os pesquisadores da Escola de Chicago assimilaram os conceitos ecológicos e os utilizaram para estudar como a desorganização social em áreas urbanas específicas, como bairros pobres e guetos, influenciava o comportamento criminoso. Observaram que fatores como a falta de vínculos comunitários, a degradação física do ambiente e a mobilidade social contribuíam para o aumento da criminalidade.

A Escola de Chicago foi pioneira no uso de métodos empíricos, como estatísticas e inquéritos sociais, para mapear as áreas de alta criminalidade e entender os padrões de comportamento criminoso. Essa abordagem inovadora ajudou a moldar políticas criminais mais eficazes, baseadas na realidade social das comunidades.

A Ecologia, como ciência, surgiu no final do século passado, embasada no naturalismo desenvolvido no século XIX, inspirada nas ideias evolucionistas de Darwin e na analogia biológica provinda do Positivismo, para perquirir as relações dos organismos vivos com o ambiente, Haechel definiu ecologia como:

“... o estudo da economia, da organização doméstica dos organismos animais. Inclui as relações dos animais com o ambiente orgânico e inorgânico, especialmente todas as relações benéficas e inimigas que Darwin mencionava como representando as condições de lutas pela existência provinda do positivismo”

A ciência ecológica assimilada pelos pesquisadores da Escola de Chicago os inspirou na formulação de proposições e conceitos para o estudo das cidades e das comunidades urbanas

A Escola de Chicago pode ser caracterizada fundamentalmente por estudar as relações do homem citadino com o meio ambiente, descrevendo os aspectos sociais de sua adaptação; a forma e o desenvolvimento da população humana em comunidade, explicitando o processo de organização das relações implicadas na adaptação ao meio, merecendo destaque a importância que a noção de adaptação e equilíbrio assumem em suas investigações.

Temos, assim, a formação da matriz teórico-metodológica desenvolvida pela Escola de Chicago denominada Ecologia Humana que consistia, segundo Park:

“...fundamentalmente, em uma tentativa de investigação dos processos pelos quais o equilíbrio biótico e o equilíbrio social se mantêm uma vez alcançados, e dos processos pelos quais, quando o equilíbrio biótico e o equilíbrio social são perturbados, se faz a transição de uma ordem relativamente estável para outra”.

A analogia biológica representou uma aproximação entre as ciências sociais e naturais, e aconteceu em um momento histórico específico, no qual tinha lugar a expansão da sociedade industrial e a consolidação do colonialismo associado à ideia de progresso do liberalismo econômico: da “liberdade de fazer.”

Para explicar essa realidade, os pesquisadores de Chicago buscaram, principalmente na Ecologia Vegetal e Animal, as concepções teóricas que passaram a nortear suas investigações.

Concentraram seus esforços na tarefa de entender os processos de mudanças que ocorriam na superfície da terra, com o intuito de desvendar os princípios de sua operação e a natureza das forças que os produziam.

Os resultados dessas pesquisas ficaram conhecidos como Estudos de Ecologia Humana. Porém, a Ecologia Humana resulta, antes de tudo, como Ecologia Urbana, e essa realidade é decorrente da busca de explicações para os fenômenos das grandes cidades, principalmente das áreas metropolitanas que apresentavam grande crescimento no início do século.

Os pesquisadores da Escola de Chicago analisaram empiricamente o crescimento acelerado ocorrido nas grandes cidades americanas, graças ao grande contingente imigratório e migratório do início do século XX. A cidade serviu de “laboratório” para os estudos dos ecólogos humanos.

Nesse contexto, foram identificados e propostos conceitos e processos para o estudo das cidades, que perduram até os dias atuais. Entre eles, destacam-se os de comunidade urbana, mobilidade, fluidez e distância, e os processos de concentração, centralização, segregação, invasão e sucessão.

O conceito de Comunidade Urbana foi proposto como um todo, como um organismo constituído de partes que possuem relações e funções entre si. Para Park (1948), a comunidade urbana era composta por uma área de maior mobilidade, correspondente ao centro comercial, outra ao redor deste centro, comportando cortiços e locais decadentes, seguida por uma área de apartamentos para a classe operária e de outra para as da classe média.

Park ressaltou a importância que a comunidade assume ao apresentar um padrão que, invariavelmente, vem a ser uma constelação de áreas típicas que podem ser geograficamente localizadas e espacialmente definidas. Ocorrendo, assim, uma distribuição espacial dos seres e atividades humanas resultantes das forças competidoras.

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