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A HISTORIA DO SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  31/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.774 Palavras (8 Páginas)  •  270 Visualizações

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1 –CONTEXTO HISTÓRICO DA PROFISSÃO

O serviço social é instituído como profissão a partir da década de 30, estando associado a burguesia que emergia na época e aliada a Igreja, surgindo como uma estratégia da classe dominante para disciplinar e atenuar as mazelas sociais advindas da expansão do capitalismo. Nesse sentido o serviço social se desenvolve dentro da sociedade em primeiro momento voltado a serviço dos interessesdo capital ,passando por vários momentos de reconstrução da profissão.

Voltada tambémpara os interesses da Igreja, como uma chance de trazer de volta a religiosidade para a vida das pessoas, já que a questão social era um problema moral e religioso, e por isso era necessário uma recristianização da sociedade ajustando indivíduo a ela. A princípio essa profissão surge sobre a perspectiva neotomista, com condutas puramente assistencialistas desenvolvidas por um grupo de senhoras do meio burguês, denominadas “damas da caridade”. Porém havia a necessidade de uma racionalização dessa ação, devido esse tipo de prática não conter essa questão social, pois se tratava de algo emergencial.

Diante desse contexto, em 1869 funda-se a Sociedade de Organização da Caridade, com o intuito de remodelar essa prática. Segundo MARTINELLI (2005) “essa racionalização foi imposta pelo fato dos trabalhadores mostrarem-se firmes no seu propósito, apesar das poucas vitórias obtidas. Diante disso a Sociedade de Organização da Caridade cria a primeira proposta de racionalização do serviço social, baseada na ideia de que adequação e segurança do funcionamento social basear-se no reprimir das reinvindicações da classe trabalhadora obtendo assim, certo controle sobre a “questão social”.

A partir daí abre-se portas para o surgimento das primeiras escolas de serviço social, tendo como uma das maiores contribuintes a assistente social norte americana Mary Richmond que tinha uma visão propulsora fundamentada em uma maior e profunda capacitação desses agentes sociais. Como foi colocado no começo da nossa discursão, somente na década de 30 é que vem a surgir a primeira escola de serviço social no Brasil nos moldes Europeus.

No texto Renovação e Conservadorismo no Serviço Social, de Marilda Iamamoto, ocorre um desvendamento do processo de transição do capitalismo e sua natureza competitiva para uma nova face, agora de acumulação monopolista e os impactos recorrentes e simultâneos nas instancias social, econômica e também política, na configuração e desenvolvimento da questão social a partir destes impactos. Iamamoto esclarece a postura da burguesia em querer manter-se no topo do controle financeiro através de ajustes e independente do meio que usaria para instituir seus interesses, fazendo assim que o Estado se distanciasse da Economia, ou melhor, perdesse poder de decisão e gerenciamento dela, por conta do poder e autonomia que o capital vinha adquirindo. Nestas decisões financeiras, o Estado passa então a ser um mecanismo que assegura o poder aos monopolizadores burgueses, reproduzindo ideias desta mesma classe atuando assim na defesa de seus interesses e estimulando o acumulo de capital e seu crescimento.

O Estado buscava, sobretudo se fortalecer internamente, esse estado regulamentador burguês se posiciona de forma opressora as forças que se mostravam contrariasao pensamento Burguês, esse protecionismo visava a contenção daqueles que sofriam as refrações da tendência de empobrecimento de uma parte da população, daqueles que diretamente geravam as riquezas, os valores que eram convertidos em dinheiro e alimentavam a Burguesia, não só a Burguesia diretamente obteve crescimento, outros setores da sociedade também o tiveram e também os proletariados mesmo que em outro nível e é aí que o Estado se mostra excludente e opressor, ao passo que os proletariados começam a questionar uma maior participação no âmbito político, econômico, então começam a questionar o cenário social e a forma com a qual as coisas estão se encaminhando, o Estado é incumbido de reprimir qualquer iniciativa que ao seu ver agredisse o crescimento econômico, estando o mesmo disposto a correções de cunho politico a quem ameaçasse o almejado crescimento econômico.

Conforme abordado anteriormente, depois de um entendimento entre o Estado e a Igreja, o Serviço Social então adota um caráter técnico que abriga profissionais envolvidos na Ação Católica e na Ação Social, que enquadrariam os trabalhadores na forma em que estavam alinhadas as relações sociais, ainda que propusessem mudanças e melhorias aos trabalhadores, em abordagens educativas, ideológicas, a relação ainda mais vantajosa para o Capital, versus o Trabalho ainda era mantida e reforçada.

O efeito procurado era puramente politico e desconsiderava um antagonismo entre as classes e mesmo se mostrando diferente e em transformação, dentro do modo de produção capitalista marcado pela acumulação e forte ascensão burguesa, o Serviço Social emerge como uma profissão baseada em princípios ainda católicos, emergidos em um discurso vindo de fontes como as Ciências Sociais, formatadas dentro de uma ideologia conservadora e, portanto se reforma mais ainda dentro de uma perspectiva conservadora que não atenta e considera uma ruptura do modo de pensar, mais se ancora num suporte técnico cientifico, não somente religioso; para harmonizar, educa-los para que eles compreendessem a realidade estabelecida e convivessem com ela, para que sobrevivessem a ela, traços desenvolvidos a moldes americanos e a característica de doutrinar, foi herança da época da indissociável relação com a Igreja, já na época do capitalismo, os discursos se disfarçam, mais a secularização e modernização no acervo teórico metodológico, tem filiação no pensamento conservador europeu. A profissão trata- se então de uma estratégia de grupos dominantes para socializar o operário, e também aqueles que sofriam as sequelas da relação desproporcional do capital com o trabalho e viviam com necessidades, vitimas da desigualdade, do desemprego etc.

Iamamoto discorre sobre dilemas que cercam a práxis, a metodologia ou a necessidade de uso dentro do universo do serviço social, como o uso do recurso teórico em uma visão do serviço social como uma área do saber, isso implicaria ao mesmo uma capacidade de criar uma teoria própria, porem disso também viria a incumbência de se delimitar um objeto para nele “testar” a teoria construída, e ai surgiria a necessidade de se criar uma metodologia, que fosse pertinente a essa configuração teórica da profissão, uma metodologia da ação profissional, aqui não nos referimos as estratégias que surgem de uma analise fundamentada em uma referencia teórico- metodológica,

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