A SÍNTESE O COLAPSO
Por: Karol de Lima • 23/9/2019 • Resenha • 1.995 Palavras (8 Páginas) • 179 Visualizações
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
UNOESC - CAMPUS JOAÇABA
ÁREA DAS CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
PROFESSOR: RICARDO MARCELO DE MENEZES
PERÍODO: 2/2019
ACADÊMICO(A): KAROL CARDOZO DE LIMA
DATA: 28/08/2019
SÍNTESE: COLAPSO: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. - Jared Diamond, capítulo 2.
1 INTRODUÇÃO
A ilha de Páscoa já esteve coberta por uma floresta exuberante que fornecia combustível, abrigo, canoas e alimento para os polinésios que lá chegaram há mais de um milênio. Hoje, a ilha de 171 km², é um lugar ermo, sem árvores ou arbustos com mais de três metros de altura, nem animais terrestres, havendo apenas insetos e galinhas. É conhecida por suas famosas e misteriosas estátuas quebradas que foram encontradas ao lado de instrumentos usados para esculpi-las. O capítulo dois da obra de Jared Diamond, explica como essa sociedade seguiu o caminho do Colapso, e esse trabalho tem como objetivo fazer uma síntese dessa história.
2 DESENVOLVIMENTO
Segundo Diamond (2010) a Ilha de Páscoa, é o pedaço de terra habitado mais isolado do mundo, onde existem centenas de estátuas quebradas. O território recebeu esse nome por ter sido descoberto por Jacob Roggeveen no domingo de Páscoa. Esse descobridor, assim como outros exploradores, tinha muitas perguntas sobre como os polinésios chegaram a esse local, principalmente porque os únicos barcos dos insulares eram pequenas canoas em mal estado, motivo pelo qual eram mal vedados, além disso, tinham no máximo três metros e capacidade de levar duas pessoas por vez, logo, uma pergunta frequente era como o povo, suas plantas e galinhas sobreviviam em uma viagem longa em tais barcos, e como conseguiam erguer as imagens de pedra sem equipamentos considerando o seu tamanho, já que eram enormes.
Conforme Diamond (2010) a ilha é um lugar pobre em arvores e animais existindo apenas pequenos arbustos, insetos e galinhas. Além disso, é evidente que ali viveu uma sociedade populosa e complexa e o ambiente precisava ser rico e com um sistema de economia para sustentar a população. O local tem solo fértil devido a recente origem vulcânica, e o clima ameno, porém esse último é frio para os padrões da maioria das ilhas da Polinésia e a maioria dessas se encontram mais próximas do equador do que Páscoa, fazendo com que algumas plantas tropicais não crescem bem nessa última. Ademais, o oceano ao redor é frio, não formando recifes de coral, que poderiam aflorar na superfície, assim como peixes e moluscos a eles associados. A chuva era baixa, mas suficiente para os afazeres principais. Esses fatores geográficos resultavam em menos alimento para os seus habitantes da ilha do que para os do Pacífico.
De acordo com Diamond (2010) o arqueólogo Erich Von Däniken e o explorador Thor Heyerdahl, puseram provas suficientes de que os insulares de Páscoa eram típicos polinésios vindos da Ásia e que a sua cultura também era Polinésia. Essa conclusão surgiu de análises de alguns elementos como língua, instrumentos, crânio, DNA, plantações, animal doméstico.
Consoante Diamond (2010) a descoberta e a colonização das ilhas da Polinésia foram planejadas, e a maior parte foi povoada do oeste para leste, além disso, os colonizadores se preocuparam em trazer terras de origem e produtos essenciais para sobrevivência. Os pontos de partida prováveis para a colonização de Páscoa foi Mangareva, Pitcairn e Henderson que ficavam meio caminho entre Marquesas e Páscoa, isso foi constatado devido semelhanças no idioma, estátuas, ferramentas e crânios. Há ainda indícios de que os habitantes da ilha ficaram isolados. As datações radiocarbônicas situam a colonização da ilha por volta de 900 D.C.
Segundo Diamond (2010) a dieta da população era rica em carboidratos. No tempo da chegada dos Europeus, os habitantes da ilha subsistiam principalmente como agricultores e seu único animal doméstico era a galinha. Além disso, a estimativa de população, antes das epidemias, é de 15 mil indivíduos ou mais. Ao analisar a diferença entre as casas, foi entendido que a sociedade tradicional da ilha era dividida entre chefes e plebeus. Além de que, as tradições orais e as pesquisas arqueológicas sugerem que a superfície de Páscoa era dividida em cerca de doze territórios, cada um com seu próprio chefe, que viviam em competição para superar os outros na construção de plataformas e estátuas. E também eram integrados religiosamente e até certo ponto econômica e politicamente pela liderança de um chefe supremo. Diferentes territórios eram dotados de diferentes e valiosos recursos, e havia integração entre eles, isso principalmente pelo fato da necessidade do transporte de estátuas.
Diamond (2010) trás a importância das estátuas para aquele local, diferenciando o termo muai que significa estátua de pedra e ahu que quer dizer plataforma de pedra. Ainda segundo esse autor, pelo que tudo apontava a disputa por quem faria uma estátua maior era imensa. Os pascoenses, diferentes dos outros povos da região, faziam enormes investimentos de recursos sociais para construir estátuas, isso devido alguns fatores como à presença do tufo vulcânico de Rabi Raraku naquela região, que é a melhor pedra para se entalhar de todo Pacífico. A integração entre os doze territórios da ilha permitia que todos obtivessem essas pedras. Além disso, as outras sociedades insulares do Pacífico, distantes a apenas alguns dias de viagem uma das outras, investiam sua energia, recursos e trabalhos, entre outras coisas, ao comércio, exploração, colonização e emigração entre ilhas, já os pascoenses tinham sua saída vedada, pois estavam isolados. A construção de estátuas e plataformas requeria alimento para diversas pessoas, isso era possível através da produção de excedentes alimentares nas plantações das terras altas.
Diamond (2010) diz que Jo Anne Van Tailburg, foi uma pesquisadora, dentre muitos, que sugeriu métodos de como era o transporte de estátuas, ela convocou pascoenses para testar suas teorias, e concluiu que era um processo complexo que demandava o trabalho de 50 a 70 pessoas, 5h por dia, durante uma semana, arrastando o trenó quatro metros e meio a cada puxada, isso para erguer uma estátua de tamanho médio (pesando 12 toneladas) ao longo de 14,5 quilômetros. Para estátuas maiores, esses números cresciam. Ficou claro que era necessária muita comida para o sustento desse povo visto que os escultures eram alimentados e pagos com comida extra, depois tinha a equipe de transporte (o ahu era 20 vezes mais pesado que as estátuas) além da comida para sustento do clã que possuía o ahu e dos que permitiam o transporte em seu território. Jo Anne e seu marido Jan, constataram que o trabalho de construir os ahus e moais aumentou 25% as necessidades de comida da população nos 300 anos de pico de construção. A operação com estátuas também exigia árvores fortes para obter madeira para os trenós, trilhos de canoas e alavancas, além de cordas grossas.
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