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A SOCIEDADE CONTRA O ESTADO - RESENHA

Por:   •  27/2/2017  •  Resenha  •  555 Palavras (3 Páginas)  •  919 Visualizações

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A SOCIEDADE CONTRA O ESTADO - RESENHA

Clastres inicia criticado a visão etnocêntrica da antropologia (Diz que o estado é essencial, mais: que toda sociedade tende em formar o estado).

Essa visão antropológica é na narcisista e sectária, pois é o estilo de vida ocidental, logo, educados assim, entendemos que é a única forma de se viver em sociedade e não conseguimos enxergar uma sociedade sem o estado, muito menos entender uma que não o tenha.

Ao contrário, chamamos de inferiores quaisquer grupos que não sigam nosso padrão. Castres exemplifica isso na questão alimentícia: a explicação para a pouca produtividade nas sociedades primitivas sempre foi a inferioridade tecnológica, mas Pierre refuta, nos mostra que a razão da pouca produtividade é “não ser pouca”, já que não há falta de alimento, mas é o bastante. Aliás, ele nos mostra que os índios valorizavam o prazer “não ganancioso”.

Enfim, o texto nos mostra que uma vida simples não é sinônimo de inferior.

Seguindo essa teoria, não é possível se aprofundar em diferentes sociedades as limitando apenas em sociedades com Estado e sociedades sem poder. Até porque Clastres nos mostra que “poder” vai muito além de nossa visão limitada sobre o mesmo. No mundo ocidental, poder é coerção. Pierre diz que a formação do estado não tem outra origem além da relação de exploração, já que para existir o estado é necessário que haja uma classe dominada por ele. Entretanto, Clastres nos mostra a forma de liderança dentro de tribos indígenas apolítica. Resumidamente: O líder não exerce poder sobre os indivíduos daquele local, o que não o torna “menos figura de liderança”, ao contrário, existe respeito para com ele, pois também existe dele para com os outros. “o espaço da chefia não é o lugar de poder” (pag.218) O líder nessas sociedades é aquele que serve, o poder é o “poder de servir”, tem como responsabilidade o “poder de eliminar conflitos”. Como? Pierre nos mostra que o dom primordial para ser líder nessas tribos é o da palavra, assim tentará persuadir os integrantes, não há força na persuasão, só o coração e a vontade de manter a paz. Caso esse líder não consiga exercer seu papel e acabar com o conflito, outro é colocado em seu lugar. Desse modo os interesses do chefe não sobressaem os interesses coletivos (leia-se “coletivos” como individuais dentro de uma sociedade), como é mostrado a fala de um cacique no texto “prefiro ser amado do que temido”. A constante luta selvagem conta o estado.

Portanto, o ponto em que chegamos é: O social não pode existir sem poder. Mas esse poder não precisa ser ligado a uma figura política central, ele pode existir em uma sociedade por outros meios. O chefe indígena depende totalmente da vontade de seu povo para conseguir exercer as suas obrigações. Para ele é necessário que ele consiga satisfazer cada indivíduo (ANARQUIA COM DEMOCRACIA DIRETA?*) e caso isso não ocorra, não há porque ele falar pelo povo.

Concluindo, por fim, volto ao início do texto, quando Clastres cita a visão antropológica etnocentrista, que diz que as sociedades sem estado são incompletas, não são verdadeiras sociedades, cito Durkheim, que diz que a sociedade é "essencialmente um conjunto

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