A Síndrome De Burnout E As Politicas Públicas Na Vida Do Policial

A SÍNDROME DE BURNOUT E AS POLITICAS PÚBLICAS NA VIDA DO POLICIAL

Emethy Barbosa Oliveira

Orientador: Professor Marcel Engrácio

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO; 2 SINDROME DE BURNOUT; 3 TREINAMENTOS E CAPACITAÇÕES PARA LIDAR COM O ESTRESSE E A VIOLÊNCIA; 4 FATORES QUE PODEM LEVAR À SÍNDROME DE BURNOUT; 4.1 CAUSAS E IMPACTOS DA SÍNDROME DE BURNOUT NOS POLICIAIS; 5 NECESSIDADE DO AUXÍLIO ESTATAL PARA OS POLICIAIS COM SÍNDROME DE BURNOUT; 5.1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AUXILIAR POLICIAIS COM SÍNDROME DE BURNOUT; 5.2 O DEVER DO ESTADO DE PROTEGER A SAÚDE E A INTEGRIDADE FÍSICA DOS POLICIAIS; CONCLUSÃO; REFERÊNCIAS.

RESUMO: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2015) uma em cada 10 pessoas no mundo, 10% da população global, sofre de algum distúrbio de saúde mental. Isso representa aproximadamente 700 milhões de pessoas. Diante do exposto este trabalho teve por objetivo analisar as principais causas e consequências da síndrome de burnout em policiais e constatar qual auxilio o estado oferece a esses profissionais.

Palavras-chave: Síndrome de Burnout, Estresse, Esgotamento, Excesso de trabalho, Policiais, Segurança Pública.

ABSTRACT: According to the World Health Organization (2015) one in 10 people in the world, 10% of the global population, suffers from some mental health disorder. This represents approximately 700 million people. In view of the above, this study aimed to analyze the main causes and consequences of burnout syndrome in police officers and to verify what help the state offers professionals.

Keywords: Burnout Syndrome, Stress, Exhaustion, Excessive workload, Police officers, Public Safety.

INTRODUÇÃO

A Síndrome de Burnout pode ser causada pelo ambiente de trabalho, onde profissionais se sentem pressionados, esgotados e desvalorizados. Dentre os fatores que contribuem para o desgaste emocional estão o excesso de trabalho, pressão por resultados, ambiente físico inadequado, falta de recursos, falta de apoio e autonomia, conflitos interpessoais e exposição a situações de violência.

Pessoas com histórico de ansiedade ou depressão podem ser mais afetadas pelo estresse ocupacional. A falta de satisfação profissional pode levar a desempenhos negativos e perda de investimento afetivo no trabalho. Policiais enfrentam desafios específicos, como exposição a situações violentas, sobrecarga de trabalho, conflitos e pressão por metas, falta de reconhecimento e recursos inadequados. A burocracia excessiva também pode contribuir para o estresse e a ansiedade. Identificar as causas do burnout precocemente é fundamental para prevenir o esgotamento completo, diante disso a pesquisa busca analisar as causas e consequências que a Síndrome de Burnout traz a vida do policial e entender qual o auxílio o estado da a esses profissionais.

Foi sancionada a lei 14.531/2023 que trata da preservação da saúde mental dos agentes da segurança pública no Brasil. A lei prevê ações de apoio à saúde mental e prevenção ao suicídio para esses profissionais, incluindo acompanhamento médico e psicológico, carga horária de trabalho humanizada, política remuneratória condizente, promoção da qualidade de vida, atenção para casos de depressão, ansiedade e uso abusivo de substâncias, além de medidas de prevenção do suicídio é necessário abordar a Síndrome de Burnout como um distúrbio psicológico derivado da carreira policial e entender quais os programas que o governo oferta a eles.

Estudos indicam que policiais enfrentam desafios que afetam sua saúde mental, como exposição a situações violentas, sobrecarga de trabalho, conflitos, pressão por metas e falta de reconhecimento. Esses fatores podem levar a estresse, esgotamento emocional e transtornos psicológicos. A lei busca oferecer suporte adequado aos policiais e promover a conscientização sobre a importância da saúde mental nessa categoria profissional, seguindo essa linha de raciocínio é importante entender quais são as medidas adotadas para prevenir e combater a Síndrome de Burnout.

A Organização Mundial da Saúde tem realizado estudos para entender melhor a prevalência desses transtornos em policiais em todo o mundo, incluindo o Brasil. Os sintomas geralmente associados à Síndrome de Burnout incluem taquicardia, tensão muscular, mãos frias e suadas, sensação de nó e dor no estômago, ombros ligeiramente levantados e estado de alerta constante.

O estresse na vida dos policiais pode estar relacionado a diversos fatores, como a pressão para alcançar metas de produtividade, a exposição a situações violentas e de risco, a carga horária extensa e a falta de reconhecimento por parte da sociedade e da própria instituição é necessário compreender como a criação dessas políticas públicas são benéficas ao policial. A natureza do trabalho policial leva os agentes a estarem constantemente em estado de defesa, o que resulta em uma exposição excessiva a fatores estressantes e faz com que os policiais se destaquem entre os profissionais mais afetados pelo estresse. O policial tem pouco poder de tomada de decisão devido as tarefas estarem sempre subordinadas ao cumprimento irrestrito da ordem de um superior, o cansaço físico e o desequilíbrio emocional o acompanham na rotina de trabalho e o desgaste da profissão está intrinsicamente correlacionado com a atividade que o policial exerce, entretanto, ele está submetido a cometer falhas devido a sua rotina exaustiva que pode levar a aplicação indevida do ordenamento jurídico.

2. SINDROME DE BURNOUT

O conceito de burnout foi formulado pelo psicanalista norte-americano Herbert Freudenberger, nos anos 1970, para nomear uma reação de esgotamento físico e mental vivenciada por profissionais de saúde envolvidos na assistência a usuários de drogas, (FREUDENBERGER, 1974).

Segundo a literatura, a síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psicológico relacionado ao estresse crônico no trabalho. Ela é caracterizada por um estado de exaustão física, emocional e mental, resultante de um envolvimento prolongado em situações de alta pressão e demandas intensas no ambiente de trabalho. De acordo com o (MINISTERIO DA SÁUDE, 2023), essa síndrome envolve nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas. O estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando constantes, podem indicar o início da doença.