ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA E AS CERTIFICAÇÕES DE SUSTENTABILIDADE
Por: Gsgerhardt • 28/2/2019 • Tese • 2.443 Palavras (10 Páginas) • 243 Visualizações
ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA E AS CERTIFICAÇÕES DE SUSTENTABILIDADE[1]∗
Murilo Ricardo Luiz[2]∗∗
Resumo: É perceptivo na atualidade que o setor da construção civil tem buscado novos meios de diminuir seu impacto no que diz respeito ao uso dos recursos naturais. Sabe-se que este setor é um grande gerador de resíduos e emissor de gases de efeito estufa, com isso, organizações públicas e privadas têm criado métodos avaliativos dos impactos ambientais nas edificações. Esses métodos são importantes pois criam parâmetros a serem verificados no que diz respeito às questões de sustentabilidade a que os países estão sujeitos.
As certificações de sustentabilidade, também chamados de selos ecológicos ou ecolabels, certificam produtos e serviços que levam em consideração a preservação do meio ambiente. Os selos acabam que destacando as edificações perante outras que não possuem, pois comprovam que a mesma é de qualidade e também sustentável, agregando assim um maior valor de mercado e mais satisfação para o cliente.
Palavras-chave: arquitetura. sustentabilidade. selos.
Introdução: O setor da construção tem grande importância no desenvolvimento de nossa sociedade, pois é responsável pela implantação de edifícios públicos ou privados, infraestrutura de base, saneamento básico, transporte e espaços públicos, com o objetivo de promover moradia, educação, trabalho, saúde e lazer.
Todavia esse setor gera um grande impacto negativo na questão ambiental, pois é um grande gerador de resíduos, também é um grande extrator de matéria prima, gera uma grande quantidade de gases de efeito estufa, devastação de áreas nativas para a urbanização, entre outros aspectos (John e Agopyan,2011).
Com a criação de novas técnicas construtivas tem-se buscado a sustentabilidade desse setor, visando a diminuição do impacto ambiental. Esse trabalho mostrara meios em que empresas e órgãos públicos tem implantado para incentivar esse método mais sustentável de construção, que são os certificados de classificação das edificações, e identificara os tipos mais utilizados no Brasil.
1 O impacto ambiental das construções
Toda nova edificação produz impactos, sejam ambientais, sociais ou econômicos, levando em consideração que grandes mudanças ocasionadas pela construção civil interferem na sociedade em virtude da implantação de novas edificações.
Os impactos ambientais na construção civil vão desde o desmatamento e uso do solo das áreas para a locação da obra até o uso da matéria prima para produção de materiais, uma edificação muitas vezes torna-se uma barreira solar e de ventilação para seu entorno, causando assim um grande impacto negativo para a própria ou as outras edificações( John e Agopyan,2011).
O setor da construção civil é um dos que mais geram resíduos, isso está relacionado à falta de processos adequados e aos materiais disponibilizados para cada serviço. Um melhor gerenciamento nesse quesito, além de representar um ganho para o meio ambiente, também gera economia para a obra.
2 Busca pela sustentabilidade
É comum vermos hoje nas mídias o termo “sustentável”, que nada mais é do que o uso inteligente dos bens naturais para satisfação de necessidades presentes, não comprometendo a satisfação de necessidades futuras.
Na construção civil, por sofrer uma grande pressão social, a busca por produtos mais sustentáveis tem se tornado maior, novas técnicas construtivas são diariamente lançadas no mercado, visando o menor impacto ambiental e uma maior agilidade no processo (Valente,2009).
Apesar de todo o desenvolvimento na construção civil, ainda é pequeno o número de empresas que são capacitadas para pôr em pratica todo o material que são disponibilizados a elas, porem as que estão habilitadas a aplicarem esses métodos tem um maior valor frente ao mercado imobiliário.
A associação brasileira dos escritórios de arquitetura (AsBEA), o conselho brasileiro de construção sustentável (CBCS) e outras instituições apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável, dentre os quais destacam-se (Correa,2009):
- Aproveitamento de condições naturais e implantação de análise do entorno;
- Qualidade ambiental interna e externa;
- Gestão sustentável da implantação da obra;
- Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários;
- Uso de matéria-prima que contribua com a eficiência do processo;
- Redução do consumo energético e de agua;
- Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos;
- Educação ambiental para todos os envolvidos no processo;
- Entre outros.
A partir desses princípios surge o termo green building (edifício verde), que designa empreendimentos construídos dentro de padrões sustentáveis, utilizando técnicas e tecnologias que permitem atingir a sustentabilidade econômica, social e ambiental em todas as fases do processo.
3 Certificação ambiental na construção civil
Com o surgimento dos conceitos de construção sustentável começou o movimento pela implantação de programas visando melhorar as características ambientais das construções, levando ao surgimento das primeiras certificações (Pinheiro,2006).
O primeiro sistema a ser adotado com sucesso foi o BREEAM, lançado em 1990 no Reino Unido, contendo exigências de caráter prescritivo que enfocavam o interior da edificação, seu entorno próximo e o meio ambiente. Nota-se a partir desse momento a busca por condições de conforto e salubridade para o ser humano com o menor impacto ambiental.
Seria esse o início para vários outros programas que iriam surgir depois, sendo os mais conhecidos o HQE na França e o SBtool com abrangência internacional também no ano de 1990, o LEED criado nos Estados Unidos no ano de 1993, e aqui no Brasil os programas PBQP-H de 1991, , o AQUA de 2008 e mais recente o Casa Azul no ano de 2010 e o selo Procel Edificações de 2014( Dalla Costa,2012).
Cada programa tem seu próprio método de avaliação, sendo alguns itens obrigatórios e outros classificatórios, abordando questões sobre os impactos das edificações no meio ambiente, saúde e conforto dos usuários e gestão de recursos. Cada certificação utiliza processos de auditoria diferentes, que são classificadas em três grupos principais (VALENTE, 2009):
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