Benefícios ambientais das fontes renováveis, um dos pilares do projeto de modernização do setor elétrico
Por: Eduardo Lopes Lobianco • 21/8/2021 • Artigo • 3.466 Palavras (14 Páginas) • 175 Visualizações
Benefícios ambientais das fontes renováveis, um dos pilares do projeto de modernização do setor elétrico
Consulta Pública 33
PLS da Modelo do Setor Elétrico PL 1917 e 414 na Câmara dos Deputados.
A Lei 14120/21 determinou que até setembro de 2021 o Poder Executivo federal definirá diretrizes para a implementação, no setor elétrico, de mecanismos para a consideração dos benefícios ambientais, em consonância com mecanismos para a garantia da segurança do suprimento e da competitividade.
Não tem correlação com a extinção dos subsídios das renováveis, foram retirados por uma questão de racionalidade econômica. São fontes que já atingiram um desenvolvimento tecnológico. 4 bilhões por ano e crescem cerca de 500 milhões por ano.
Reflexão ocorre no momento mais oportuno, o Brasil é um dos países líderes no tema de transição energética.
Todos os esforços têm que ter cuidado para não aumentar os custos para o setor elétrico. A matriz hoje supera 85% sem emissões. Representa 4% das emissões de Co2 no Brasil.
O setor elétrico pode fornecer créditos de carbono para outros setores econômicos no Brasil. O ano de 2021 será marcado por esta reflexão.
Diretor da EPE Giovani Machado está coordenando o assunto na EPE publicou Nota Técnica sobre o tema.
O objetivo da EPE é construir um amplo consenso sobre o tema.
A precificação de carbono é uma ferramenta valiosa para promover transições para energia limpa. Pode estimular o desenvolvimento de novas tecnologias de baixo carbono, fomentar a cooperação multilateral e criar sinergias e alinhamentos entre as políticas energéticas e climática.
A primeira categoria são as emissões de gás carbono dedutíveis. São aquelas facilmente sujeitas a medidas de redução imediata e direta. Por exemplo, por meio da substituição de um carro a combustão por um elétrico.
A segunda categoria são emissões residuais que são aquelas de difícil redução. Há duas maneiras de equilibrar estas emissões residuais: (i) por meio de compensação de carbono como mecanismo de (ii) redução as emissões de carbono na atmosfera, por meio de tecnologias como captura direta (ou captura e armazenamento de carbono) ou caminhos naturais como reflorestamento; (iii) evitar que essas emissões ocorram: medidas de eficiência energética (trocar lâmpadas por LED); atendar a demanda por energia com geração de baixo carbono (renováveis); mudanças comportamentais - viajar desnecessariamente, etc.
A precificação de carbono é uma alavanca transversal que pode ser utilizada em todas estas estratégias. Instrumentos de precificação do carbono:
Preficicações externas: impostas pelo Governo.
ETS: podem limitar as emissões estabelecendo um cap ou funcionar como um sistema de linha de base de créditos. O preço de carbono não é fixo, o que se controla é a quantidade de emissões totais. Na América Latina, Colômbia e México já praticam ETS.
Mecanismo de Compensação: uma entidade compra créditos de carbono correspondente a emissões reduzidas em outro lugar.
Financiamento baseado em resultado climático: por exemplo,
Precificação interna: a própria entidade pode praticar para reduzir suas emissões.
Exemplos: preço sombra (introduz um preço nacional para o carbono para as empresas que tomam decisões baseadas no seu preço). É uma ferramenta para tomada de decisões dentro da empresa.
Preço implícito do carbono: quanto custa para empresa adotar projetos de redução de emissões (eficiência energética ou compra de energia renovável).
Sistema de comércio interno: a empresa criar uma permissão para cada tonelada emitida e as unidades da empresa comercializam entre si.
Taxa interna de carbono: criação de fundo interno de carbono para projetos de redução de emissões com retorno a longo prazo.
Há mundialmente 64 projetos de precificação de carbono em fase de implantação, 31 sistemas de ETS em operação e 33 sistemas de tributação de carbono em funcionamento. Estão distribuídos em 46 países e 35 jurisdições internas (cidades, regiões, etc.).
Atualmente apenas 12GToCo2-eq são cobertos por instrumentos de precificação de carbono, ou 20% das emissões globais de Gases de Efeito Estufa. A China tem um sistema de ETS nacional recém-inaugurado que representa 5% do total de emissões.
Com relação aos preços de carbono, verifica-se que ainda estão muito baixos. O nível mais alto é o imposto sueco sobre o carbono que gira em torno de 119USD por tonelada. Em comparação, o valor médio do ETS na Europa foi de 27 USD. Mais da metade - 51% - das emissões cobertas por preço de carbono estão abaixo de 10 USD.
Já no cenário de desenvolvimento sustentável da Agência Nacional de Energia, o preço médio projetado estará entre 43 e 63 USD em 2025 (a depender da região) e entre 125 USD e 140 USD em 2040, a depender da região analisada. Em outros cenários o preço médio do carbono deve aumentar futuramente para fins de cumprimento das metas do Acordo de Paris.
A diferença entre o sistema de ETS e a taxação do carbono. O ETS funciona pelo princípio de cap and trade, ou seja, o governo impõe uma meta sobre as emissões totais de GEE e as empresas são obrigadas a obter uma licença para cada tonelada de GEE que emitem, podem comercializar estes certificados entre elas e o seu valor representa o preço do carbono. Já no sistema de tributação de carbono, o Governo define uma alíquota e as empresas são obrigadas a pagar um preço sobre a tonelada de carbono que emitem. Ambos ajudam a tornar as iniciativas de baixo carbono mais atraente.
Há também sistemas híbridos de ETS e tributação
Qual é forma mais inteligente da sociedade pague por isso sem aumentar o custo da energia para os consumidores - empoderamento do consumidor: escolher a fonte que vai consumir. Ou seria pelos atributos das fontes? Ou por scoring bids? Dar maior peso para as energias renováveis. Problema: discricionaridade do Estado e falta de transparência.
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