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CASO ISABELLA NARDONI

Por:   •  16/6/2015  •  Dissertação  •  2.352 Palavras (10 Páginas)  •  798 Visualizações

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LINHA DO TEMPO

O dia 29 de março de 2008 terminou de forma marcante para o Brasil. No final daquela noite ocorreria um crime que deixaria toda a sociedade perplexa com tamanha crueldade. Às 23 horas, 49 minutos e 59 segundos, o callcenter da polícia militar recebia a ligação; um morador de um prédio na zona norte de São Paulo, desesperado, dizia que um ladrão havia invadido o prédio e jogado uma criança de cinco anos do sexto andar.

Naquela noite, Isabella Nardoni, cinco anos, havia sido defenestrada do sexto andar do edifício London, localizado na zona norte de São Paulo. No dia do crime, Isabella estava sob responsabilidade de seu pai Alexandre Nardoni e sua madrasta Anna Carolina Jatobá, com quem passava os fins de semana.

Foi constatado quem o carro em que estavam foi estacionados na garagem do prédio às 23 horas e 36 minutos, esse horário foi comprovado pelos registros do GPS que havia instalado no veículo. Segundo registro policial, o resgate foi solicitado às 23 horas, 49 minutos e 59 segundos, por um morador do primeiro andar do edifício, o qual foi alertado pelo porteiro que havia um corpo de uma criança caída no gramado.

O porteiro, que estava na guarita, escutou um estrondo, indicando que algo havia caído, e quando ele abriu a janela da guarita viu a menina caída no chão; “interfonou” imediatamente ao morador do primeiro andar que ligou para policia.

O porteiro ainda afirmou que Alexandre Nardoni desceu gritando, que haviam invadido o apartamento, cortado a tela de proteção e a jogaram pela janela. E Anna Jatobá desceu minutos depois, pois ficou ligando para seu pai e para seu sogro, para informar o acontecido. Porém em nenhum momento ela ligou para informar a polícia sobre a ocorrência. Com base nos registros telefônicos, colhidos pela polícia, foi possível identificar que as ligações de Anna Jatobá para seu sogro e para seu pai, foram no mesmo instante da em que o morador ligava para o resgate.

Os policiais que chegaram primeiro, ainda encontraram a menina Isabella com vida. E com a chegada das outras viaturas deram inicio a uma varredura no prédio, em busca do pelo ladrão. Ali mesmo ela recebeu seus primeiros socorros, já com sua mãe Ana Carolina de Oliveira. Mas, quando chegou ao hospital Isabella já foi dada como morta. Ainda no hospital, os Médicos legistas, perceberam que ela possuía ferimentos que não eram compatíveis com a queda, ferimentos que aparentavam terem ocorridos antes.

Alexandre dizia a que a porta havia sido arrombada, porém os policias que estiveram no local disseram que não havia indícios de arrombamento e que ao entrarem no apartamento visualizaram machas de sangue e que havia um buraco na tela. Na madrugada a equipe de pericia, do IC (Instituto de Criminalística de São Paulo), chegam no apartamento.

Já no IML, os peritos que analisavam o cadáver, encontraram marcas no pescoço, manchas no pulmão e ainda constataram que a língua de Isabella estava projetada para fora da boca no momento da queda, indicando que a criança poderia ter sido asfixiada.

No dia seguinte o primeiro depoimento foi o de Alexandre, ele disse que chegaram ao prédio, pegou a Isabella no colo, pois estava dormindo, e a levou até o apartamento e a deixou na cama. Em seguida desceu para buscar a mulher e os outros dois filhos. Ele contou que ficou cerca de cinco minutos fora do apartamento e quando retornou, olhou pela janela e viu Isabella estendida no jardim. Nardoni alegava que um ladrão havia invadido o apartamento.

A perícia constatou que a tela cortada é da janela no quarto dos irmãos, além de encontrarem sangue no ralle no lençol da cama, que fica logo abaixo da janela em que foi jogada. A tela foi retirada para analise e alguns utensílios cortantes foram recolhidos da casa e também foi recolhida uma fralda que estava numa bacia com desinfetante, que depois de ser analisada, foi constatado que havia sangue.

Os peritos também observaram que havia rastros de sangue no corredor de entrada, o que poderia indicar que a criança poderia já teria chegado ao apartamento machucada e sangrando. Ainda no IML os peritos detectaram escoriações na testa e na lateral da barriga de Isabella e para eles algumas dessas lesões não poderiam ser causadas pela queda. Sendo também, evidenciado sinais de asfixia que poderiam indicar uma possível agressão antes da queda.

Várias testemunhas (funcionários e vizinhos), pessoas que estavam no edifício na hora do crime, inclusive o primeiro policial a chegar ao local, foram ouvidas. Também foram colhidos depoimentos no antigo edifício do casal Nardoni, onde alguns depoimentos, tanto de moradores quanto dos síndicos foram parecidos; com depoimentos parecidos, eles afirmaram que brigas e discussões eram constantes, principalmente em fins de semana quando a Isabella ficava aos cuidados do pai.

Assim os peritos voltaram até o apartamento e na garagem do condomínio em busca de evidências que complementassem o motivo porque haviam ferimentos na Isabella, que não poderiam ser advindos da queda.

No dia três de abril o casal Nardoni foi oficialmente notificado, que seriam presos preventivamente, pois os mesmos, diante de evidencias, estavam sendo acusados de homicídio triplamente qualificado, denunciados pelo Promotor Dr. Francisco Cembranelli. E como já se esperava, uma multidão revoltada e indignada aguardava o casala Nardoni na porta da delegacia. O Promotor Cembranelli afirmou que havia trechos em seus depoimentos que, devido às contradições, tornavam-se “fantasiosos”.

O Instituto de Criminalística informou que a tela havia sido cortada com uma faca e uma tesoura – nesses utensílios foram encontrados fiapos da tela – que foram encontrados dentro da gaveta do armário da cozinha.

Foi evidenciado que havia marcas de sangue no parapeito da janela e foi evidenciado que havia lesões em seus pulsos, indicando que Isabella foi segurada pelos pulsos e posteriormente largada em queda. Verificando também que abaixo do parapeito havia marcas de rastro da mão de Isabela, evidenciando mais ainda que ela fosse solta em queda livre, e em sua queda, antes de chegar ao gramado, ela ainda bateu numa palmeira. Os peritos encontraram marcas de sangue na cadeirinha de bebê, instalada no carro, e também atrás do banco do motorista, onde a Isabella estava sentada. Com isso, a perícia do IML, disse que a menina foi agredida e asfixiada antes de entrar no apartamento. Segundo o laudo do IC, Isabella foi asfixiada por cerca de três minutos, provocando assim a parada respiratória. Sendo logo depois, jogada do prédio.

Houve confirmação por parte da polícia que, não havia uma terceira pessoa (ladrão) no apartamento; e, segundo a perícia a pegada encontrada no lençol, na cama que

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