Carlota Joaquina

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO

PROFESSOR SIDNEY FRANCISCO REIS DOS SANTOS

ACADÊMICA MARIANE NEUHAUS

RESENHA:

CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL

SÃO JOSÉ

2011

A chegada da família real para o Brasil é rodeada de histórias, cheias de estereótipos da família que adorou a colônia logo que aqui colocou os pés. O fato é que a vinda desta transformou os costumes do povo que aqui habitava. Uma miscelânea de dialetos, raças e crenças se entrelaçaram junto a tantas pessoas diferentes que aportavam formando a comitiva da família real.

O filme “Carlota Joaquina” retrata um pouco desta história, e mostra como se deu este encontro, ou desencontro. Ele mostra a vida, em sua intimidade, de Carlota Joaquina, a princesa espanhola que com dez anos de idade fora ofertada a D. João VI, de Portugal. É narrado por um Escocês que expõe a história de Carlota após achar uma garrafa no mar. Esta trazia um trecho de um livro sobre Salvador Dali, falando que nunca havia ido ao Brasil devido às histórias que contavam a existência de borboletas gigantes que atacavam os homens nos trópicos.

A história se passa em um período conturbado, em que a Europa estava circundada pelas tropas napoleônicas que arriscava fixar o embargo econômico à Inglaterra, sua maior rival. Entretanto, como desde muito tempo o reino lusitano dependia economicamente da Inglaterra e, estava assim, subordinado aos interesses britânicos, D. João logo após assumir a regência de Portugal, ficara em uma encruzilhada: se aliar à França que já tinha dominado a Espanha ou continuar sob o julgo Inglês que lhe daria cobertura em uma fuga às pressas para o Brasil. D. João optou, por comodidade, pela segunda opção.

O narrador relata a maioria das situações constrangedoras por que passara o ainda menino D. João VI. A maior delas aconteceu ainda em sua noite de núpcias. Quando D. João começou a conhecer a índole de sua esposa, onde devido a pouca idade, a princesa deu-lhe uma dentada na orelha quando este procurava abraçá-la. Passando à fase adulta Carlota demonstra ser uma amante dos prazeres, tendo nove filhos, dos quais apenas quatro eram de D. João.

Mudaram-se para o Brasil, a fim de D. João tornar-se seu rei. Cá veio, trouxe sua rainha que a primeira vista abominou o país. Chegaram aqui quase moribundos, imundos, com piolhos e outras doenças européias.

Após um tempo, Carlota resolveu retornar a Portugal onde encontrou seu castelo em ruínas. Abandonada por seus nove filhos, ela se matou sendo acusada ainda de envenenar o rei e seu marido, fato que ela morreu negando.

Um momento interessante do filme é sobre a reforma que foi feita na cidade do Rio de Janeiro para deixar a mesma de acordo com os costumes de D. João e corte e como este processo ocorreu. O primeiro contato foi em Salvador, mas a corte achou que a cidade não estava à altura para recebê-los, então partiram para o Rio de Janeiro. No entanto, também não obtinha infra-estrutura para acomodar tanta gente, pessoas tiveram que deixar suas casas, modificar seus hábitos e trabalhar sem remuneração sem serem escravos. O Banco do Brasil e partidos políticos foram criados, tudo para deixar a cidade parecida com as cidades da Europa.