Ciencia Politica Mario Furlaneto
Por: Ricardo Prado • 24/3/2017 • Resenha • 1.689 Palavras (7 Páginas) • 337 Visualizações
Conceito de Ciência
a) Pelo saber, desde a antiguidade, os seres humanos desafiam a realidade prestando atenção a três segmentos: a natureza ou mundo natural; a sociedade ou mundo social e; o pensamento ou mundo do pensar ou dos conceitos.
b) implica em formas racionais de organização social, os modos racionais do pensamento e de explicação dos fenômenos naturais.
c) Ciência é um conjunto organizado de conhecimentos, que se desenvolve no domínio do concreto e experimental, baseado na observação da realidade (Pinheiro de Castro e Peçanha Falcão, Ciência Política, p. 9.
d) O objeto da ciência tem que ser algo real ou uma dimensão dele
e) Só é viável com a utilização de um método, que compreende todo um conjunto de operações teóricas, lógicas e epistemológicas para a investigação e interpretação do fenômeno
Conceito de Política, na visão ampla de Adrian Leftwich (Que es la política? p. 264)
a) É um fenômeno que condiciona todos os aspectos da vida do ser humano, estando no núcleo do desenvolvimento dos problemas da sociedade e de seus modos coletivos de resolução.
b) Se encontra em e entre todos os grupos sociais – formais e informais –, instituições e órgãos.
c) Se expressa em todas as relações de cooperação, negociação e luta pelos recursos que tornam possível a produção e reprodução da vida social.
d) A política não trata do governo ou tão só do governo, mas do poder e das forças que influenciam e refletem a distribuição e emprego do poder, bem como os feitos que o origina.
e) A política não pode ser considerada afastada da economia e da cultura. De fato, não existe nada mais político que tentar excluir certo tipo de problema de política.
Conceito: A política pode ser analisada como um fenômeno social, que se revela como a atividade de exercício do poder ou a procura pelo acesso ao poder, com o objetivo de decidir sobre a solução dos problemas que afetam aos indivíduos em sociedade estabelecendo um modelo ou projeto de organização econômica e governamental (Pietro de Jesús Lora Alarcón, 2011, p. 22).
O exercício do poder político
A compreensão da política é a compreensão do exercício do poder político, isto é, da capacidade, possibilidade e aceitação ou não da imposição de uma força dentro de uma coletividade ou sociedade organizada.
A capacidade-possibilidade de conduzir os destinos reside em três pilares: a força, a ideologia e a utilidade, da qual se desprendem vários tipos de poder:
a) Poder coercitivo = capacidade de obter obediência mediante a privação ou ameaça de privação da vida, da liberdade ou da propriedade;
b) Poder persuasivo = se obtêm obediência mediante a unificação de ideias e prioridades com relação a objetivos através de um exercício permanente de convencimento sobre a justeza das formulações expostas e o modelo de ordem projetado (indução);
c) Poder retributivo = tem como fundamento a obtenção da obediência mediante o estabelecimento de uma relação de intercâmbio, pois quem obedece e quem ordena procuram uma utilidade ou uma recompensa.
Os três poderes podem coexistir. Assim, não são excludentes. Citar como exemplo o Biopoder de M. Foucault e a segurança pública.
O exercício do poder para fins políticos condensa, minimamente, em uma perspectiva positiva e progressista, dois sentidos: a) a definição de caráter legítimo da relação entre detentores e destinatários do poder; b) o estabelecimento de metas sociais, em particular, o compromisso com um projeto de sociedade pluralista, a manutenção da ordem democrática e a conquista do bem comum sob parâmetros éticos e de justiça.
Apesar de a política estar presente em todos os âmbitos da vida econômica e cultural da sociedade e nos terrenos público e privado, os membros da coletividade organizada não se encontram em idênticas condições e chances de intervir na vida política ou exercer poder político. (LORA ALARCÓN, 2011, p. 24)
Para Pinheiro de Castro (Sociologia do Direito, p. 93), o controle social pode ser abordado como um conjunto de dispositivos sociais – usos, costumes, leis, instituições, sanções – que objetivam a integração social dos indivíduos, o estabelecimento da ordem, a preservação da estrutura social, alicerçado nos valores e expresso na imposição de vontade dos líderes, da classe dominante ou do consenso grupal.
A Ciência Política
Sentido etimológico = Política: sf (gr politiké) Arte ou ciência de governar. Aqueles que se dedicavam ao governo da cidade (polis) ou Estado, colocando o bem comum acima dos interesses individuais.
A ciência que estuda o fenômeno político se preocupa com as relações de poder, tanto as passadas quanto aquelas em vigor (LORA ALARCÓN, 2011, p. 25).
Para Jorge Miranda, a Ciência Política estuda o fenômeno político em si, as estruturas governamentais e as estruturas de participação política, estuda e tenta reconstruir os sistemas de poder (Manual de Direito Constitucional, Tomo I, p. 31).
Contudo, a autonomia da Ciência Política está sendo muito discutida, por ser muito comum associá-la à Teoria Geral do Estado, o que revela compreensível pelo fato de o Estado ser o aparelho no qual se concentram praticamente todas as atividades de exercício do poder político.
O estudo do Estado e do governo – nas suas diversas etapas, formas e conteúdos – tem no alemão George Jellinek (1851 – 1911), em sua obra Teoria Geral do Estado, seu primeiro grande sistematizador, ao conferir o caráter de disciplina científica às análises de tais temas.
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