Crime e Castigo por Dostoiévsky
Por: Adão Américo Rodrigues • 30/8/2016 • Resenha • 1.327 Palavras (6 Páginas) • 348 Visualizações
CONY, Carlos Heitor, 1926 - Crime e castigo/Dostoiévsky, texto em Português de Carlos Heitor Cony; ilustrações de Teixeira Mendes – 7ª Ed. – Rio de Janeiro: Ediouro, 2001
Fiodor Mikhailovich Dostoiévsk nasceu na cidade de Moscou, Rússia no dia 11 de novembro do ano de 1.821. Um dos maiores escritores russos, também é considerado o fundador do realismo, perdeu a mãe ainda muito jovem, vítima de tuberculose e não muito depois perdeu o pai, que foi morto por seus funcionários, por ser considerada uma pessoa extremamente autoritária. Estudou engenharia em São Petersburgo, em uma escola militar, ocasião em que se entregou a leitura das obras de grandes escritores contemporâneos, sendo que sua primeira obra foi escrita com apenas 23 anos de idade e aos 24 anos escreveu o seu primeiro romance. No ano 1.849 foi preso, simplesmente por participar ativamente de reuniões consideradas subversivas e então condenado à morte, porém, antes da execução da sentença capital, sua pena foi comutada, ocasião em que passou nove anos na gelada Sibéria, fato que culminou com a descrição de sua experiência em duas de suas obras literárias. Entre suas principais obras, podemos citar, além de “Crime e Castigo, 1.867”, “O Idiota, 1.868”, “Os Possessos, 1.871”, “Os Demônios, 1.868”, “Memória da Casa dos Mortos, 1.861” e “Os Irmãos Karamazov, 1.880”, além de várias outras. Dostoiévski faleceu no dia 9 de Fevereiro de 1.881, na cidade de São Petersburgo, na Rússia.
O livro “Crime e Castigo” nos conta a história de um jovem pobre, um ex-estudante, chamado Ródion Românovitch Raskólhnikov, uma pessoa que por ser extremamente introspectiva, demonstrava claramente ser desequilibrado mentalmente, ou mesmo possuir uma espécie de esquizofrenia, que vivia em São Petersburgo. Sobrevivendo em situação precária, podemos dizer a beira da miséria absoluta, submetia-se a uma vida de favores prestados pela dona da pensão onde morava, a senhoria Zarnitsina, por intermédio de uma empregada do lugar, chamada Nastácia, alimentava-se vez ou outra, sendo que apesar das muitas mensalidades atrasadas, a senhoria deixava Raskólhnikov ou Rodka, como era conhecido, continuar morando em seu minúsculo cantinho. Às vezes recebia ajuda de sua mãe, que também possuía poucas condições financeiras, pois vivia de uma pequena pensão deixada por seu marido, sendo que, depender de sua mãe lhe causava profundo tormento e amargura de sentimentos, fato que fazia com que desejasse ardentemente mudar de vida, mas não conseguia. Em determinada ocasião, Rodka sai de seu quarto demonstrando estar muito preocupado com algo e pela segunda vez vai até o apartamento de Aliona Ivânovna, uma senhora já de idade bem avançada, que praticava empréstimos mediante penhor de objetos de valor de pessoas necessitadas, posteriormente no momento do acerto de contas, desvalorizava o objeto penhorado e lucrava muito com isso, ou seja uma espécie de agiotagem. Rodka considerava Aliona uma oportunista da pior espécie, pois arrancava até o último centavo de seus infelizes e necessitados clientes, tinha penhorado um anel, na primeira ocasião em que esteve com Aliona e agora estava penhorando um velho relógio por um valor infinitamente menor do que esperava, pois o negócio anterior foi cobrado por ter vencido o prazo e diminuiu consideravelmente o valor do relógio, ele se despede da mulher, porém somente após observar detalhadamente o local em seus mínimos detalhes e os movimentos de Aliona, informando que posteriormente retornaria e dessa vez com um excelente negócio, uma cigarreira de prata.
Atormentado em seus pensamentos, sem destino anda pelas ruas da cidade e acaba por entrar em uma casa de bebidas, onde encontra um funcionário público, que se identifica com o apelido de Marmieládov e diz também que é Conselheiro Titular, demonstrava estar bem alcoolizado e mesmo assim, após uma breve apresentação e uma longa conversa, Rodka acaba ajudando-o a voltar para sua casa, onde se depara com um quadro de miséria e fome, então volta mais uma vez a perambular sem destino pelas ruas, ao passar por um mercado, ouve uma conversa entre dois negociantes, ocasião em que descobre que a irmã de Aliona, Lisavieta Ivânovna, não estaria em casa e que Aliona estaria sozinha em um determinado dia e horário, o que desperta sua obsessão em matar Aliona e assim liquidar suas dívidas, além de roubar seus bens, o que em princípio para ele, seria o crime perfeito.
Após chegar em casa, Rodka cai em um profundo sono e ao despertar à noite, teme ter perdido a chance de matar a velha agiota, nesse momento apressa-se e prepara todas as coisas e a seguir já se sentindo atrasado, conforme o planejado, parte para a casa de Aliona.
Sob o pretexto de ter um negócio urgente para resolver com ela, entrega-lhe uma bolsa amarrada com cordões, cujos nós foram feitos por ele propositalmente de forma complicada. Enquanto Aliona tenta desfazer os nós, fica de costas para o seu algoz e Rodka golpeia sua cabeça com uma machadinha por repetidas vezes, até se certificar que ela realmente estava sem vida, porém, no momento em eu recolhia os pertences da vítima, repentinamente Rodka se assusta com barulho passos na casa e descobre que Lisavieta Ivânovna, a irmã de Alyona tinha entrado na casa, nesse momento Rodka acaba também por matá-la com golpes da mesma machadinha que utilizou para matar Aliona e então ouve vozes do lado de fora e observa que a porta estava entre aberta, desconfiado que as pessoas pudessem ter visto ou ouvido algo que ocorreu no apartamento de Aliona, consegue sair do local sem ser notado e ir para casa, já em casa, quase morre de susto ao receber uma intimação para comparecer na delegacia de polícia, porém, ao chegar à delegacia descobre que se tratava de uma convocação para que pagasse uma promissória, assinada por ele e que estava em poder de sua senhoria. Um dos assistentes de nome Nikodim Fomitch, apesar de começar a interrogá-lo sobre a noite do assassinato, demonstrando estar desconfiado de Rodka, não prosseguiu, pois o Comissário que não tinha nenhuma desconfiança sobre ele acaba liberando-o. Ao chegar em casa, certifica-se que seu apartamento não tinha sido revirado a procura de alguma suspeita, e decide enterrar os objetos roubados em um pátio abandonado, sob uma pedra, então decide se entregar após ter discutido com seu amigo, mas no caminho acontece uma série de imprevistos. Ao chegar em casa, percebe que sua mãe e sua irmã estavam a sua espera, contudo, acaba sendo ríspido com elas, que ficam desoladas com a fria recepção. O noivo de sua irmã marca um encontro com ela, e como era odiado por Rodka, pede que não o leve ao encontro, quando volta ao apartamento, reencontra sua irmã e acaba confessando o crime. Momento em que pede a ela que nunca abandone sua mãe. Sônia que já o tinha como morto, quando esse, ao anoitecer entra em seu quarto o vê e grita de alegria, apesar de estar pálida com o susto, então ele confessa o crime e a ela e recebe uma cruz de cipreste de Sônia, sai sem se despedir dela e ao ser seguido, ordena que Sônia fique, uma vez que sua intenção era ir só a delegacia para confessar o crime, assim sendo, Rodka foi à delegacia e confessou o crime, foi preso e condenado a trabalhos forçados na Sibéria, a pena de oito anos de prisão, sendo considerada sua condição mental por ocasião do cometimento dos crimes e sua colaboração integral nas instruções processuais, a prisão localizada às margens de um rio deserto, porém mesmo preso, continuava contando com a ajuda de Sônia, que não o abandona e passa a ser intermediária entre ele e sua família.
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