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Resenha Crítica Crime e Castigo Fiódor Dostoiévski

Por:   •  27/9/2021  •  Resenha  •  2.474 Palavras (10 Páginas)  •  160 Visualizações

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Crime e Castigo – Fiódor Dostoiévski – Resenha Crítica

Isaac Santos Arruda, 1ºDA.

  1. Biografia do Autor

Fiodor Mikhailovich Dostoievski foi uma das maiores personalidades da literatura russa, tido como fundador do Realismo, nasceu em Moscou, Rússia. Sua mãe morreu quando ele era ainda muito jovem e seu pai, o médico Mikhail Dostoievski, foi assassinato pelos próprios colonos de sua propriedade rural em Daravoi, que o julgavam autoritário. Esse fato exerceu enorme influência sobre o futuro do jovem Dostoiévski e motivou o polêmico artigo de Freud: "Dostoiévski e o Parricídio".

Em São Petersburgo, Dostoiévski estudou engenharia numa escola militar e se entregou à leitura dos grandes escritores de sua época. Epilético, teve sua primeira crise depois de saber que seu pai fora assassinado. Sua primeira produção literária, aos 23 anos, foi uma tradução de Balzac ("Eugénie Grandet"). No ano seguinte escreveu seu primeiro romance, "Pobre Gente", que foi bem recebido pelo público e pela crítica.

Em 1849 foi preso por participar de reuniões subversivas na casa de um revolucionário, e condenado à morte. No último momento, teve a pena comutada por Nicolau 1º e passou nove anos na Sibéria, quatro no presídio de Omsk e mais cinco como soldado raso. Descreveu a terrível experiência no livro "Recordações da Casa dos Mortos" e em "Memórias do Subsolo”.

Suas crises sistemáticas de epilepsia, que ele atribuía a "uma experiência com Deus", tiveram papel importante em suas crenças. Inspirado pelo cristianismo evangélico, passou a pregar a solidariedade como principal valor da cultura eslava. Em 1857 casou-se com Maria Dmitrievna Issaiev, uma viúva difícil e caprichosa. Dois anos depois retornou a Petersburgo. Em 1862 conheceu Polina Suslova, que viria a ser o seu romance mais profundo. Em 1864, viúvo de Maria, terminou seu caso com Polina e em 1867 casou-se com Anna Snitkina.

Entre suas obras destacam-se: "Crime e Castigo", "O Idiota", "O Jogador", "Os Demônios", "O Eterno Marido" e "Os Irmãos Karamazov". Publicou também contos e novelas. Criou duas revistas literárias e ainda colaborou nos principais órgãos da imprensa russa. Seu reconhecimento definitivo como escritor universal surgiu somente depois dos anos 1860, com a publicação dos grandes romances: "O Idiota" e "Crime e Castigo". Seu último romance, "Os Irmãos Karamazov", é considerado por Freud como o maior romance já escrito.

Fiódor​​​​​​​ Dostoiévski faleceu em São Petersburgo, Rússia, no dia 9 de fevereiro de 1881 vítima de epilepsia.

  1. Resumo da Obra

A história gira em torno de Ródion Ramanovich Raskolnikov, um jovem de 23 anos que era ex-estudante de direito que vivia numa vida miserável, que teve que abandonar os estudos por falta de dinheiro, e é por causa dessa falta de dinheiro que ele mal consegue se sustentar. O jovem, vivia numa província com a mãe e a irmã, porém para conseguir uma vida melhor e uma carreira honrosa ele parte para São Petersburgo, e nessa ida ao invés de encontrar uma cidade deslumbrante, encontra uma cidade egoísta e nada hospitaleira. Miserável, vivendo apenas do dinheiro que sua mãe lhe manda, morando em um quarto minúsculo, onde o sofá é usado como cama e que o dinheiro de sua mãe mal dá para pagar o aluguel do quarto. Raskólnikov vivendo em uma situação tão desumana, com poucos alimentos, apenas do alimento que sua locadora conseguia guardar por compaixão a despeito de todos os alugadores, e estando nessa situação a única coisa que lhe restava era pensar, com sua mente vaga que andava pelos becos escuros de São Petersburgo, no qual pessoas ocupadas e bem alimentadas jamais entreteriam.

Raskólnikov sempre foi um jovem extremamente inteligente, arrogante e cego por suas próprias ideias, o mesmo não ia de encontro com as crenças da Rússia, se considerava ateu em uma época em que tal coisa era impensável na Rússia, mas como muitos imaginam que ateu é só apenas não acreditar em Deus, para ele era totalmente diferente, na sua visão Deus estava morto, ou simplesmente tivera perdido o interesse em sua criação. Por esse motivo, ele acha que assassinos em massa como César ou Napoleão são considerados heróis pela História, unicamente por eles terem tido a coragem de fazer o que a maior parte da sociedade não tem. O jovem se vendo na imagem de Napoleão, se comparando a todo tempo com ele, decide ser igual a ele, assim escapando da covardice que banha a mediocridade. Para colocar seu plano em prática, assim como Napoleão, ele tinha que ter vítimas, mas no seu caso apenas uma, e ela era a vítima perfeita: existia uma velha exploradora ali por perto, que vivia dos juros elevados que lhes cobra e penhorava bens de valor de todos da região por valores mínimos. Essa senhora chamada Alyona Ivanovna, deixa explícito que ela tem dinheiro, no entanto fica mais explícito que o que ela tira de juros dos outros, não tem nenhuma utilidade para mesma, consequentemente vivendo na miséria, e sendo considerada uma pessoa ruim, pelo fato de cometer abuso físico e psicológico contra sua meia-irmã mais nova, de inteligência simplória e coração gentil. E por ela ser assim, é considerada alguém que todos ali gostariam de vê-la morta. Nem mesmo sua pequena irmã, a pobre Lizaveta, sentiria sua falta, o mundo com certeza seria um lugar melhor sem ela. Raskólnikov impulsionado para cometer esse ato, planeja tudo minuciosamente e lentamente, se vendo entre a sociedade, ser o único a ter essa coragem para se livrar da velha exploradora, sendo este o ato que tornaria merecedor do título de herói assim como Napoleão.

Ao passar do planejamento e desenvolvimento do plano durante a primeira parte da obra, ficou escancarado de que Raskólnikov era um homem muito esperto, mas a sua soberba fazia com que ele achasse que fosse mais do que ele é. Um plano que para ele era perfeito, estava explícito para nós que não era, e de como ficamos surpresos por ele ter conseguido escapar de um flagrante. O protagonista teve como sua pior realização na trama se tornar uma pessoa completamente diferente de quem ele era antes do assassinato, e passa a se considerar uma pessoa muito pior do que ele realmente é. Por sorte, apesar de ter confrontado suas crenças na prática, ele conseguiu cometer o crime perfeito, por incrível que pareça, e não havia nada que pudesse conecta-lo ao ato. Apesar de viver uma vida totalmente miserável como já dito anteriormente, o dinheiro da velha não lhe interessava em nenhum momento, tudo que ele queria era provar seu ponto e agora ele era desafiado por ele: Como viver abaixo de um Deus que não o pune por um ato tão horrível? Como viver em uma sociedade que deixa um assassino cruel andar livre pelas ruas?

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