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Criminologia

Por:   •  29/11/2015  •  Resenha  •  547 Palavras (3 Páginas)  •  1.874 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC[pic 1]

CURSO DE DIREITO

EVELINE DA CUNHA KAMINSKI

RESENHA DA OBRA "O LUGAR DA PRISÃO NA NOVA ADMINISTRAÇÃO DA POBREZA" DE LÖIC WACQUANT

Trabalho apresentado à disciplina de Criminologia para a Professora Msc. Mônica Ovinski de Camargo Cortina.

CRICIÚMA

2015


RESENHA DA OBRA "O LUGAR DA PRISÃO NA NOVA ADMINISTRAÇÃO DA POBREZA" DE LÖIC WACQUANT

O texto de Löic Wacquant aborda sob a sua ótica, a realidade do sistema carcerário americano no contexto do ano de 2008.  Suas considerações mostram uma incessante indignação contra as politicas publicas investida no sistema prisional que marginalizam as classes menos favorecidas e arrombam milhões dos cofres públicos todos os anos.

Na sua primeira temática o autor elenca uma contraditória guerra contra o crime declarada pelas autoridades políticas, que em sua opinião traz três aspectos controversos. Primeiro fazendo alusão a um conceito de “guerra” enfrentada por militares em uma disputa política, que difere do combate encarado por órgãos civis contra cidadãos da mesma sociedade. Por segundo, entende que em nenhum momento declarou-se o empreendimento de uma guerra contra o crime, e sim, uma repreensão contra categorias de ilegalidades cometidas por classes suburbanas de forma pulverizada. E por fim, menciona que o sistema penitenciário atua como propulsor para redução na oferta do welfare, e encontra partida potencializando e ampliando extraordinariamente os setores policiais, jurídicos e correcionais.

Para contextualizar a sua abordagem o autor traz uma analise estatística relatando que de 1975 a 2000, a população carcerária sofreu crescimento exponencial enquanto observa-se uma redução à menos da metade dos benefícios do welfare, se comparado a períodos anteriores. Não obstante, numera o sistema carcerário como o terceiro maior empregador dos Estados Unidos com investimentos da ordem de 50 Bilhões de Dólares por ano, associados ainda a 500 Mil novos empregos, e ainda o ressurgimento do encarceramento privado que apanha aproximadamente 7% do mercado e na criação de 120 Mil novas vagas no sistema penitenciário.

Outra interpretação do autor diz respeito a prisão e oferta de trabalho para detentos, ex-detentos e marginalizados. Em sua opinião, embora boa parte desta classe seja inserida no mercado de trabalho, essa inserção se da muitas vezes na forma do trabalho informal, desqualificado e na grande maioria exercido de forma exploratória. Por tratar-se de indivíduos renegados socialmente, estes perdem a oportunidade de exigir e gozar dos direitos trabalhistas, além da sua desqualificação não permitir remuneração digna e que satisfaça suas necessidades básicas.

Em termos sociais o autor aborda uma implosão do gueto que outrora abrigava as classes menos favorecidas, presos a falta de politicas sociais, que hoje é substituído pelo sistema carcerário utilizando como um sistema de controle para a “ameaça” que representa a população afro-americana e seus dependentes.  

Por fim, é possível observar a partir dos relatos do autor que o sistema penitenciário americano, punitivo e capitalista, que conota o cárcere em um mercado industrial, necessita de uma reestruturação politica que assegure os direitos de cidadania as classes menos favorecidas, marginalizados, e em especial os afrodescendentes, proporcionando sua ressocialização e inserindo-os no mercado de trabalho de forma digna e com seus direitos assegurados.  

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