TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

DIREITO, JUSTIÇA E MORAL NA ÉPOCA DAS LUZES

Por:   •  19/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  8.748 Palavras (35 Páginas)  •  297 Visualizações

Página 1 de 35

FACULDADE BRASILEIRA – MULTIVIX

DIREITO, JUSTIÇA E MORAL NA ÉPOCA DAS LUZES

VITÓRIA – ES

2014

DIREITO, JUSTIÇA E MORAL NA ÉPOCA DAS LUZES

[pic 1]

VITÓRIA – ES

2014

PRINCÍPIOS GERAIS DO ILUMINISMO FRANCÊS (CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS)

Iluminismo é um movimento cultural que se desenvolveu na Europa (Inglaterra, Holanda e França), nos séculos XVII e XVIII. Nessa época, o desenvolvimento intelectual, que vinha ocorrendo gradualmente, aliado à expansão da burguesia desde o Renascimento, e, assim, deu origem a ideias de liberdade política e econômica.

A maior expressão da manifestação aconteceu com o Iluminismo Francês e a partir deste propagou-se por todo o Mundo Ocidental. Nesse período, a França passava contundentemente pelas contradições do antigo Regime e, principalmente, caracterizava-se por um sistema fundiário segregador e moroso, de caráter estamental (que dividia a sociedade em estamentos conhecidos como “os 3 estados” onde o primeiro era a privilegiada realeza e nobreza, o segundo que era o prestigiado clero e o terceiro que era o excluído e marginalizado povo, notadamente a burguesia). Essa divisão por fim gerou a insatisfação nos diversos setores da sociedade, especialmente entre a burguesia e os pequenos camponeses que buscavam ter a mesma força e participação política que já tivera sido por eles conquistada na economia. E esse foi o terreno conjuntural onde foram semeados os ideais e as bases para o Iluminismo Francês e assim colhida a Revolução Francesa como sua consequência direta.

Os filósofos e economistas que difundiam essas ideias eram considerados propagadores da “luz” do conhecimento, sendo, por isso, chamados de iluministas. Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Caracterizou-se, fundamentalmente, pela importância dada à razão, à racionalidade crítico-reflexiva e visão de mundo.

As ideias dos pensadores iluministas ingleses e que já haviam realizado a sua Revolução na Inglaterra encontraram grande aceitação na França do século XVIII, onde atingiram seu auge. Investigando problemas políticos, religiosos e culturais, os franceses procuraram idealizar uma sociedade na qual houvesse liberdade e justiça social, elevando á potência máxima o reflexo antropocêntrico renascentista, o homem (e agora sua exponencial e esclarecedora racionalidade) como centro. Criticavam aspectos como: mercantilismo, absolutismo monárquico, poder da igreja e as verdades reveladas pela fé.

As ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo, passaram a aceitar algumas ideias iluministas e foram assim chamados pitoresca e ironicamente de “Déspotas Esclarecidos”. É importante ressaltar como as ideias iluministas francesas influenciaram bastante a gênese as instituições políticas modernas e ecoam, reverberam notoriamente na contemporaneidade. Até hoje, com em detrimento a vezes sensíveis, outras vezes pequenas modificações, dadas a necessidade da evolução histórica das sociedades no tempo a maioria dos países em sua base político-jurídica no Ocidente, verifica-se fortes traços e influências desse amplo movimento intelectual de critica política, social e econômica que foi o Iluminismo.

PRINCIPAIS PENSADORES E SUAS BIOGRAFIAS

Os iluministas franceses, socialmente, questionavam a divisão da sociedade em "estados" ou "ordens", que privilegiava a nobreza aristocrática, em detrimento da burguesia e do povo em geral. No campo da política e do direito, criticavam a teoria do "direito divino" e da "soberania absoluta" dos governantes, defendendo a ideia de que o Estado e o poder monárquico eram resultado, não da vontade pessoal, mas de um contrato “social” entre governantes e governados, reflexos da teoria contratualista em ênfase na época.

O Iluminismo, em si, não foi um movimento coeso e, por isso mesmo, apresenta uma riqueza e complexidade que lhes são peculiares. Os pensadores iluministas foram os “ideólogos da burguesia”, mas a análise de seu pensamento não deve parar por aí.

            A própria postura do filósofo e do filosofar, a percepção e a visão de mundo advindas dessa atitude filosófica se modificaram no século XVIII, e vários autores são categóricos ao afirmarem essa mudança como, por exemplo, o pensador Alemão Ernst Cassirer (1874-1945) que em várias de suas obras, esparsamente, infere que a razão não era o cofre da alma onde se guardavam verdades eternas, mas era a força espiritual, a energia, capaz de nos conduzir ao caminho da verdade.

Voltaire François Marie Arouet

        François Marie Arquet, denominado Voltaire (1694-1778), filho de um advogado jansenista parisiense, foi educado no colégio dos jesuítas Louis-le-Grand.        

Icônico pensador iluminista conhecido pela sua contundência e ironia com que defendia as liberdades dentre elas, principalmente a religiosa e a civil. Dentre os muitos filósofos do Iluminismo, Voltaire é um dos que mais se sente influência nas revoluções burguesas e seus pensadores, a saber. Voltaire tem uma vasta e profícua produção de aproximadamente 70 obras nas mais diversas formas da literatura, entre poemas, romances, peças de teatro, ensaios, etc.

Ferrenho defensor das necessidades de uma reforma social, em detrimento à censura da época, notadamente utilizava de suas obras para criticar categoricamente as instituições monárquicas e absolutistas, da França de seu tempo e da Igreja Católica a ela contemporânea. Assim, tornou-se famoso por suas críticas abertas aos privilégios dos reis absolutistas, nobreza e do clero. Graças às polêmicas ardilosas por ele suscitadas, foi preso por duas vezes e buscou seu exílio na Inglaterra(1726-1729), onde se interessou pelos problemas científicos, políticos, históricos e filosóficos ali debatidos.

Pensador avesso a todo tipo de intolerância, seja ela de opinião ou até religiosa. Um dos pontos centrais de seus textos é a defesa de todo tipo de liberdade, e sua a oposição declarada a qualquer tipo de censura com o pensamento de que mesmo se discordasse de alguma ideia, defenderia o direito de quem as pense a proferi-las.

Após o sucesso e a condenação das Lettresphilosophiques, retirou-se para o castelo de Cirey de sua amiga marquesa de Châtelet, onde, por cerca de catorze anos, dedicou-se a uma atividade de estudo e reflexão. Foi então que aceitou o convite de Frederico da Prússia e mudou-se para Berlim em 1750, atraído pelo clima de iluminado reformismo da corte prussiana. Mas não demorou a romper com esse ambiente e com o próprio rei. Abandonando o mundo dos círculos literários e galantes, estabeleceu-se primeiro em Délices, próximo de Genebra, e a partir de 1760, no castelo de Ferney, na fronteira franco-suiça. Dali continuou, "patriarca" reconhecido e indiscutível dos espíritos iluminados franceses, em sua luta contra o obscurantismo, a superstição, a intolerância, com uma incansável produção de contos, diálogos, sermões, libelos, opúsculos filosóficos... Só voltou a Paris em 1778, para a representação de sua última tragédia Irene, onde foi recebido com grandes honras. Morreu algumas semanas depois.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (56.7 Kb)   pdf (338.3 Kb)   docx (39.6 Kb)  
Continuar por mais 34 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com