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Fichamento Levi-Strauss

Por:   •  13/9/2018  •  Resenha  •  1.478 Palavras (6 Páginas)  •  416 Visualizações

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Aluna: Livian Mariane Coelho dos Santos; Turma: 2° período - Direito Diurno.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. 1. UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura); Edição do autor, 1952.

O autor: Claude Lévi-Strauss foi um professor, filósofo e antropólogo belga, sendo considerado até hoje o fundador da antropologia estruturalista e um dos grandes intelectuais do século XX. Passou um período no Brasil, chegando a lecionar Sociologia na Universidade de São Paulo entre 1935 a 1939, o que foi fundamental para sua carreira e desenvolvimento profissional.

A obra: Em seu livro, o autor trata sobra raça, cultura, povo e etnia, buscando sempre mostrar que nenhuma cultura é inferior a outra e que é necessário respeitarmos a diversidade existente entre os povos, não tentando politiza-los com o que achamos que é certo (no caso a cultura em que estamos inseridos), pois nenhuma cultura é igual e todas possuem sua participação especial na moldagem que resultou no mundo atual.

“Falar da contribuição das raças humanas para a civilização mundial poderia assumir um aspecto surpreendente numa coleção de brochuras destinadas a lutar contra o preconceito racista.” pág. 1

“[...] nada, no estado atual da ciência, permite afirmar a superioridade ou a inferioridade intelectual de uma raça em relação a outra...” pág. 1

“[...] o pecado original da antropologia consiste na confusão entre a noção puramente biológica da raça (supondo, por outro lado, que, mesmo neste campo limitado, esta noção possa pretender atingir qualquer objetividade, o que a genética moderna contesta) e as produções sociológicas e psicológicas das culturas humanas.” pág. 1

“[...] a diversidade das culturas é de fato no presente, e também de direito no passado, muito maior e mais rica que tudo o que estamos destinados a dela conhecer.” pág. 2

“Vemos, pois, que a noção da diversidade das culturas humanas não deve ser concebida de uma maneira estática. Esta diversidade não é a mesma que é dada por um corte de amostras inerte ou por um catálogo dissecado. É indubitável que os homens elaboraram culturas diferentes em virtude do seu afastamento geográfico, das propriedades particulares do meio e da ignorância em que se encontravam em relação ao resto da humanidade, mas isso só seria rigorosamente verdadeiro se cada cultura ou cada sociedade estivesse ligada e se tivesse desenvolvido no isolamento de todas as outras.” pág. 3

“A atitude mais antiga e que repousa, sem dúvida, sobre fundamentos psicológicos sólidos, consiste em repudiar pura e simplesmente as formas culturais, morais, religiosas, sociais e estéticas mais afastadas daquelas com que nos identificamos.” pág. 4

“Sugerimos que qualquer sociedade pode, segundo o seu próprio ponto de vista, repartir as culturas em três categorias: as que são suas contemporâneas mas que se encontram situadas num outro lugar do globo, as que se manifestaram aproximadamente no mesmo lugar, mas que a precederam no tempo, e finalmente as que existiram num tempo anterior ao seu e num lugar diferente daquele em que esta se situa.” pág. 6

“[...] a hipótese de uma evolução, que parece tão incerta e tão frágil quando a utilizamos para hierarquizar sociedades contemporâneas afastadas no espaço, parece aqui dificilmente contestável e mesmo diretamente testemunhada pelos fatos.” pág. 8

“[...] a distinção entre as duas formas de história depende da natureza intrínseca das culturas a que esta se aplica, ou resulta, antes, da perspectiva etnocêntrica em que sempre nos colocamos para avaliar uma cultura diferente da nossa? Consideraríamos assim como cumulativa toda cultura que se desenvolvesse num sentido análogo ao nosso, isto é, cujo desenvolvimento fosse dotado de significação para nós. Enquanto que as outras culturas nos apareceriam como estacionárias, não porque necessariamente o fossem, mas porque a sua linha de desenvolvimento nada significa para nós, não é mensurável nos termos do sistema de referência que utilizamos.” pág. 10

“Todas as vezes que somos levados a qualificar uma cultura humana de inerte ou de estacionária, devemos, pois, perguntarmo-nos se este imobilismo aparente não resulta da nossa ignorância sobre os seus verdadeiros interesses, conscientes ou inconscientes, e se, tendo critérios diferentes dos nossos, esta cultura não é, em relação a nós, vítima da mesma ilusão.” pág. 11

“É possível que venham a ser formuladas objeções contra tal argumentação por causa do seu caráter teórico. É possível, dir-se-á, no plano de uma lógica abstrata, que cada cultura seja incapaz de emitir um juízo verdadeiro sobre outra, pois uma cultura não se pode evadir de si mesma e a sua apreciação permanece, por conseguinte, prisioneira de um inevitável relativismo. Mas olhem à sua volta, estejam atentos ao que se passa no mundo de há um século e todas as suas especulações se afundarão.” pág. 13

“A civilização ocidental estabeleceu os seus soldados, as suas feitorias, as suas plantações e os seus missionários em todo o mundo: interveio, direta ou indiretamente, na vida das populações de cor, revolucionou de alto a baixo o modo tradicional de existência destas, quer impondo o seu, quer instaurando condições que engendrariam o desmoronar dos quadros existentes sem os substituir por outra coisa.” pág. 14

“É verdade que alguns espíritos têm uma impertinente tendência para reservar o privilégio do esforço, da inteligência e da imaginação às descobertas recentes, enquanto que as realizadas pela humanidade no seu período "bárbaro" seriam fruto do acaso e haveria aí, em suma, apenas um pouco de mérito. Esta aberração parece-nos tão grave e tão difundida e presta-se tanto a impedir uma visão exata da relação entre as culturas, que julgamos indispensável destruí-la completamente.” pág. 15

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