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Fichamento Transformando Animais em Instrumentos

Por:   •  9/5/2017  •  Artigo  •  1.063 Palavras (5 Páginas)  •  268 Visualizações

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Ficha de Leitura

Nº de matrícula: 64497

Nome completo: Matheus Espinosa Machado

Turma: Sexta; A

Identificação da obra fichada:

Tom, Regan. Jaulas Vazias. Editora Lugano, 2004.
Capítulo 10. “Transformando Animais em Instrumentos”, p. 199-221.

Transformando Animais em Instrumentos

        O uso de animais em pesquisas científicas sempre vem protegido por uma camada de justificativas de um bem maior, que vêm de forma a amenizar a culpa e ignorar o sofrimento destes animais. Acontece que estas justificativas não passam de meras desculpas que visam manter viva tradições e métodos arcaicos, uma vez que existem de fato outras maneiras de se chegar nestes mesmos resultados sem o uso de vidas inocentes.

        Segundo Tom Regan a utilização de animais em pesquisas científicas se divide em três categorias distintas, sendo a primeira educação. Apenas nos Estados Unidos, anualmente, os estudantes do Ensino Médio e Universidades dissecam mais de 6 milhões de animais, uma prática aparentemente menos cruel em relação à anterior, embora não ocorra mais a vivissecção, a dissecação não é uma prática “mais humanitária” como se busca apresentar, uma vez que o comércio de corpos de animais se tornou uma indústria milionária e os poucos relatos do processo que esses animais passam até chegar as salas de aula demonstram as atrocidades que ocorrem longe dos olhos do público.

“O vídeo mostra gatos chegando à empresa de suprimentos biológicos, dentro de engradados. Os gatos estão tão espremidos nos engradados que não conseguem ficar em pé. Alguns estão visivelmente doentes; outros parecem estar morrendo. Em seguida, "os amedrontados gatos ficam cara a cara com um funcionário", escreve o investigador, "que os golpeia violentamente com um gancho de metal, forçando-os a sair de dois ou três engradados já lotados e entrar em um. Daí eles vão para a câmara de gás. Muitos dos gatos ainda se movem quando os funcionários injetam formol nas suas veias. Eles encolhem suas patas à medida que o produto químico avança por dentro de seus corpos. Depois eles são armazenados e embalados e, finalmente, enviados a escolas de todo o país".

Esse procedimento vem sendo encorajado pelas instituições de ensino com a justificativa de que este é o melhor e único método para o ensino de anatomia, quando na realidade está é uma afirmação mentirosa, métodos alternativos como demonstrações computadorizadas de alta tecnologia se mostram tão eficazes quanto a dissecação e tampouco a vivissecção.

A segunda forma de instrumentalização de animais são os testes, como é o caso dos testes de toxicidade que procuram estabelecer os prováveis efeitos prejudiciais de determinada substância aos seres humanos, para isto ela é administrada primeiro em animais. Esta forma de testes abrangem uma quantidade incontável de produtos, desde remédios prescritos por médicos quanto a produtos de beleza e limpeza e, por ano, milhões de animais são utilizados por empresas multinacionais e a tendência é o aumento destes números.

“Testes de toxicidade diferentes usam métodos diferentes.  Às vezes, alguns animais são forçados a ingerir a substância testada; às vezes, são forçados a inalá-la; em outros casos, a substância é aplicada na sua pele ou no seu olho. ”

Estes testes são realizados com a justificativa de que são extremamente necessários e que tornam os produtos mais seguros, minimizando os riscos em seres humanos, porém diversas vezes esta não é a verdade. A realidade é que estes testes não trazem a certeza de segurança do produto, e mais ainda: servem como meio de retirar a responsabilidade dos riscos do produtor e colocando-a no consumidor, uma vez que o procedimento dos testes é, de fato, inconclusivo, porém legalmente aceitável.

Uma bateria de metodologias sem animais (in vitro) possuem um resultado 15% mais preciso, porém o mito da necessidade da utilização de animais em testes faz com que se mantenha uma prática imoral e desnecessária.

        A última forma da instrumentalização de animais apontada por Reagan é a pesquisa, possuindo dois objetivos: beneficiar os sujeitos nos quais os experimentos são conduzidos, como ocorre nas pesquisas terapêuticas; e nas pesquisas não-terapêuticas o objetivo é obter informações que proporcionem benefício a outros que não o indivíduo no qual a pesquisa esteja sendo realizada. A forma que inflige dano aos animais é a pesquisa não-terapêutica, isto é, aquela que põe em risco o bem-estar de quem está sendo testado buscando um benefício para outros.

        É preciso levar em consideração que a maioria destes experimentos não são aqueles que buscam avanços no combate de doenças como o diabetes, ao contrário do que somos levados a acreditar pela mídia. Diversos destes experimentos possuem o objetivo de analisar queimaduras, efeitos de radiação, e até mesmo alguns possuem cunho militar, todas estas pesquisas possuem requintes de crueldade.

“Seres humanos, e não somente os animais não-humanos, têm sido usados em experimentos não terapêuticos danosos.  Não é de surpreender que a maioria das "cobaias" humanas não tenha vindo do grupo rico e educado, da raça dominante, do grupo com o poder de afirmar e garantir seus direitos. ”

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