FICHAMENTO: Taxonomia dos Instrumentos Psicológicos

FICHAMENTO: Taxonomia dos Instrumentos Psicológicos

Introdução

• Classificar a diversidade de testes psicológicos que existem é uma tarefa muito arbitrária.
• Cada autor tem sua classificação. Uns classificam-nos em termos dos traços latentes que esses mesmos testes medem (Kline, 1993) e outros (Anastasi, 1988) os dividem em testes de inteligência geral, testes de aptidões específicas e testes de personalidade, incluindo aí mais subdivisões.
• Uma boa taxonomia se apresenta como necessária para se poder por alguma ordem em um sistema.
• Uma classificação em qualquer área de saber parece necessária para o conhecimento sistemático.
• Em 1967, Catell e Warbunton tentavam estabelecer uma lógica para uma taxonomia racional com testes psicológicos, pois a taxonomia não existia na área da psicologia.
• As tentativas de Catell não tiveram impacto no desenvolvimento da taxonomia sistematizada na área dos testes, que ainda continua ao bel-prazer de cada autor.
• Antes, Campbell (1957) havia buscado uma tipologia para os testes, dividindo-os em voluntário versus objetivo; direto versus indireto; resposta livre versus resposta estruturada. A partir dos três anteriores, surgiram mais oito subdivisões, as quais também não obtiveram sucesso.
• O texto de Pasquali apresenta uma classificação dos instrumentos psicológicos mais utilizados, considerando que os testes possuem diferentes técnicas e teorias que fundamentam sua construção.

Testes Referentes a Critério

Conceituação

• Se caracterizam por serem capaz de discriminar grupos-critério.
• Diferenciam grupos distintos naquilo que o teste pretende medir e adquire sua validade pela capacidade de poderem ou não diferenciar claramente esses grupos-critério.

Aplicações

• Esses testes são úteis e são utilizados quando se quer precisamente discriminar sujeitos em termos de pertencimento a uma ou outra classe e são, por isso, de uso corrente em psicologia aplicada, como em seleção, diagnóstico psiquiátrico e orientação acadêmica vocacional.

Avaliação Crítica

• É nesse tipo de testes que impera o criticado empirismo cego, mas há outros problemas graves com esta lógica de construção de testes.

1. Definição de grupos-critério

• O ponto crucial é selecionar grupos para servirem de critério para tomar decisões sobre comportamentos ou itens que definem este ou aquele grupo de sujeitos.
• No que diz respeito à própria definição de grupo-critério o mesmo teste varia em diferentes ocasiões, visto que essas se modificam com o passar do tempo, com a entrada de novas tecnologias etc.
• Quanto à medida dos grupos-critério, esta tem se mostrado demasiadamente precária, pois para classificar o sujeito em uma categoria específica é preciso que essa seja claramente definida ou definível.

1. Falta de significado psicológico

• Não há nesses testes nenhum fundamento de conteúdo psicológico que nos permita delimitar uma noção sobre determinado problema.
• Esses testes não permitem acumular conhecimento e a própria ciência psicológica.

1. Especificidade situacional

• A generabilidade desses testes se torna praticamente nula, tanto para a população da qual foram extraídos os grupos-critério e mais ainda para populações diferentes.
• Para cada nova situação de testagem, um novo teste precisa ser construído.

Testes Referentes a Construto

• Partem da teoria psicológica e não de qualquer dado empírico.
• Pretendem representar no nível de comportamentos os traços latentes, os contrutos, os conceitos psicológicos ou os processos psíquicos.
• A característica dos testes referentes a construto constitui no fato de que eles são construídos e validados para representar e medir trações latentes, isto é, conteúdos psicológicos.
• O ônus evidentemente cai, sobre a definição de traço latente nas diferentes culturas.
• Nesse tipo de teste encontra-se a maioria dos testes psicológicos.

Testes Referentes a Conteúdo

• Especificam um conteúdo e não tipo de pessoas.
• São quase exclusivamente utilizados no âmbito da educação e aprendizagem.
• Visa verificar se os sujeitos atingem ou não um dado critério previamente definido.
• A validade desses testes vai depender de eles serem amostras representativas de um conteúdo definido.

Testes Comportamentais

• Trabalham exclusivamente com o comportamento observável e os estímulos ambientais

Observações de comportamento

• É feita em situação naturalística e está interessada em observar os comportamentos dos organismos com o objetivo de relatar sua ocorrência, frequência e configuração.
• A metodologia de observação se debruça sobre o comportamento físico.

Escalas psicofísicas

• Estabelece a relação de função entre estímulos ambientais e o comportamento do indivíduo.

Levantamentos: Survey

• É um delineamento de pesquisa em que se deseja coletar informações das mais variadas sobre o sujeito, onde os sujeitos são solicitados a responder um questionário.

Novas tecnologias

• As novas tecnologias permitem diferentes instrumentos para coleta de dados em psicologia, possibilitando trabalhar com diferentes sujeitos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

PASQUALI, Luiz. “Taxonomia dos instrumentos psicológicos”. In: Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Ed. Luiz Pasquali. Porto Alegre: ArtMed, 2010. P. 48-55.

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